quarta-feira, 7 de julho de 2010

Rede Tupi de Televisão


A Memória do Brasil Preservada



SLOGAN
1950-1969: A Pioneira.
1970-1979: Do Tamanho do Brasil.
1973-1975: Tupi, Uma Estação de Emoções.
1979-1980: Tupi, Mais Calor Humano.




A Televisão no Brasil nasceu por meio de um homem que não teve medo de ousar, seu nome era Assis Chateaubriand, ou Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, o “Chatô”, advogado, jornalista, nasceu no interior da Paraíba e foi criado em Pernambuco. - Era presidente da maior cadeia de jornais e rádios do hemisfério Sul, também era proprietário das três primeiras estações de TV do Brasil, por essas razões foi um dos maiores empresários de comunicação do país e considerado até nos dias atuais o
“Pai da Televisão Brasileira”.
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Assis Chateaubriand - o Chatô
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Seu império chegou a compreender quase 100 empresas, sendo 33 jornais, 25 emissoras de rádio, 22 emissoras de televisão, uma editora, 28 revistas, duas agências de notícias, três empresas de serviços, uma de representação, uma agência de publicidade, duas fazendas, três gráficas e duas gravadoras.
Tudo começou em 1924, com a aquisição de "O Jornal do Rio de Janeiro", mas só em 1959 que Chateabriand criou o Condomínio Associando, doando 49% de suas ações a 22 funcionários.
Em 1962, doou os 51% restantes. Nesta época tornou-se o maior conglomerado de comunicação do país, tendo a Rede Tupi de Televisão como seu principal veículo. Apesar de ter sido um homem com a coragem dos pioneiros, também foi uma figura muito controvertida na história da comunicação brasileira.
Em depoimento, Rubéns Furtado (foi diretor da Rede Tupi) conta-nos que Chatô (como era conhecido) resolveu fazer TV, porque foi desafiado e afrontado.
A General Elétric e a RCA foram as primeiras empresas americanas a construir transmissores e aparelhagens de televisão. Como ele tinha comprado transmissores para suas rádios, conhecia muito o general Sarnoff presidente da RCA.
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Um belo dia ao visitar o general, ele deparou com um transmissor de televisão e perguntou:
- “Como é que se faz isso? - Dito. 
- Quero comprar um negócio desse e montar uma televisão no Brasil!”.
O general Sarnoff achou aquilo um absurdo e disse para Chateaubriand:
- "Televisão é um negócio só para países desenvolvidos e para empresas que tenham capacidade econômica. Como sua empresa não tem porte para isso e o Brasil é um país subdesenvolvido não há condições de ter televisão nas próximas décadas".
Isso irritou profundamente Chateaubriand, que imediatamente comprou dois transmissores para montar duas estações de TV no Brasil.
Sarnoff, que conhecia bem as maluquices de Chatô, disse:
- “Aqui nos Estados unidos, o número de receptores ainda é muito pequeno e a rentabilidade da televisão muito baixa. No Brasil não existe nem fábrica de televisores, como você vai montar transmissores de um negócio que nem receptores tem?”.
Chatô fez-se de surdo trouxe o primeiro transmissor de seis quilowatts para São Paulo e outro para o Rio de Janeiro montando duas estações de TV. A novidade chega ao Brasil no anonimato, pois as agências de propaganda não conheciam o negócio e também não haviam televisores aqui. A apenas um mês da inauguração da TV, Chatô é alertado por Walter Obermüller, diretor da NBC-TV, e se dá conta que vai fazer TV para ninguém assistir, pois não havia receptores no país. Com seu jeitinho brasileiro, Chateaubriand decidiu importar 200 televisores dos Estados Unidos, mas, ao descobrir que a alfândega atrasaria seus planos em 30 dias, não teve dúvidas:
“Então traga de contrabando. Eu me responsabilizo.
O primeiro receptor que desembarcar eu mando entregar no Palácio do Catete, como presente meu para o presidente Dutra.”
Ele importou também trezentos aparelhos televisores dos EUA, que foram colocadas a venda pelas lojas Cássio Muniz.
Para financiar seu empreendimento, Chateaubriant conseguira em 1947, contratos com a Seguradora Sul América, a Antártica, a laminação dos Pignatari e o Moinho Santista.
Essas empresas pagaram adiantado um ano de publicidade a cadeia dos associados, fornecendo parte dos 16 milhões de cruzeiros pagos a RCA Victor norte americana pela compra de uma estação de TV.

No dia 18 de Setembro de 1950, é inaugurada a 1ª TV Brasileira, e segunda da América, a primeira da  América Latina e também do Hemisfério Sul, a quarta do Mundo (depois de EUA, Inglaterra e França), a PRF-3-TV Tupy-Difusora - canal 3.
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Só depois das comemorações e que o primeiro programa foi ao ar, alguém se lembrou de que não havia programação para o dia seguinte.
Assim, - Nossa TV nasce do puro improviso!
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PRG3 Rádio Tupi Rio
Da Rádio Tupi para a TV Tupi
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PRF 2 TV Tupi Difusora
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Primeiro logo da TV, utilizado da rádio Tupi Difusora
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Marca TV Tupi

PRF 3 TV Tupi Difusora

No fim dos anos 1940, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, esse paraibano, advogado por formação, jornalista por vocação e um dos maiores empresários do século XX, começava a tornar reais algumas de suas mais ousadas previsões. Amava os jornais impressos, mas acreditava que eles estavam com os dias contados.
Em 1931, chegou a profetizar para Paulo Machado de Carvalho, que vinte e dois anos depois fundaria a TV Record:
“No futuro, esse negócio de rádio vai crescer de tal maneira que irão surgir rádios pequeníssimos, como uma caixa de fósforos. Os jornais impressos estão atrasados. Eu temo pelos jornais”.

Esse temor era a força que impulsionava Chatô a buscar pelo mundo as mais modernas formas de geração e transmissão de informação, sem, é claro, deixar de investir no meio impresso. Com seus Diários e Emissoras Associados, chegou a compor a maior rede de jornais do mundo (eram quase cem em todo o Brasil), além de quase trinta estações de rádios, as duas maiores revistas para adultos do país, doze revistas infantis, agências de notícias e propaganda. Fora do ramo de comunicação, também investiu em segmentos que, na época, eram os que mais anunciavam (justamente para que anunciassem ainda mais): indústrias químicas, farmacêuticas e alimentos.
Além disso, fundou o MASP – Museu de Arte de São Paulo e criou diversas fazendas modelo em todo o país, e que muitos dizem ter sido a versão tupiniquim de William Randolph Hearst.
Chateaubriand sofreu uma trombose cerebral em 1960. Ficou paralisado e quase não podia falar. Um ano antes, ele decidiu dividir o controle das suas empresas com 23 funcionários, que se tornaram condôminos. Nasceu assim o condomínio dos Associados, que iria comandar a TV Tupi até a sua falência, em 1980. Chateaubriand morreu bem antes disso, em 1968.
Chateaubriand era proprietário de jornais, revistas e emissoras de rádio (entre elas a Rádio Tupi e a Rádio Difusora de São Paulo). Com o dinheiro de suas empresas comprou equipamentos nos Estados Unidos e trouxe a televisão para o Brasil, criando assim a TV Tupy Difusora.
Artigos de jornais e revistas da época tratavam a vinda da Televisão para o Brasil com êxtase. Obviamente, tudo era muito rústico.
Os equipamentos eram enormes, tudo era muito precário, ao vivo e em preto e branco. A programação só ficava três horas por dia no ar, sempre a partir das 20 horas.
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Transmissores da Tupi


1948
No Brasil, a primeira transmissão ocorreu por conta do técnico em eletrônica Olavo Bastos Freire, que construiu os equipamentos necessários e no dia 28 de setembro de 1948, fez a transmissão de uma partida de futebol na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, em monitores de 3 polegadas.
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Olavo Bastos Freire, no círculo


1949
Uma experiência breve e mal sucedida foi realizada nos estúdios da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro, a emissora recebeu técnicos franceses interessados em vender-lhe a primeira estação de TV no Brasil. "Pensamos primeiro que fosse uma filmagem da Atlântida, mas não", conta Renato Murce em Os Bastidores do Rádio.
Dois receptores foram instalados na Avenida Rio Branco, a principal da cidade, enquanto os locutores da rádio convidavam o povo para assistir. As primeiras imagens foram as do programa de auditório do famoso Paulo Roberto, "Nada Além de Dois Minutos" - um título adequado à transmissão: a multidão de telespectadores frustrou-se com imagens borradas, e a diretoria da Rádio Nacional recusou o negócio achando que a TV não teria futuro.
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1950
A Televisão no Brasil tem sua pré-estréia no dia 03 de Abril de 1950, com a apresentação do ex-ator Frei José Mojica, padre cantor mexicano.
As imagens são geradas do estúdio localizado na Rua 7 de Abril, centro de São Paulo, elas não passam do saguão dos Diários Associados, onde há alguns aparelhos de TV instalados.
O transmissor da RCA é colocado no topo do edifício do Banco do Estado de São Paulo, no início da Avenida São João.
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Frei José Mojica
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Show na transmissão em 1950
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No dia 25 de março de 1950, os equipamentos comprados da RCA (Radio Corporation of América) por Chateaubriand são retirados por seus funcionários no Porto de Santos, em São Paulo,
Lolita Rodrigues e Hebe Camargo estão junto com Chatobriand para receber os equipamentos vindos dos EUA.
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Chatô no Porto de Santos
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Hebe Camargo e os equipamentos no porto de Santos
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Lolita Rodrigues, posa junto a uma câmera RCA, em Santos
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Do dia 20 à 26 de Julho de 1950, acontecem transmissões de um show chamado "Vídeo Educativo", no auditório da Faculdade de Medicina de São Paulo. Os equipamentos utilizados são da General Eletric em conjunto com a E. R. Squibb e Sons do Brasil Inc.
A antena transmissora é instalada na torre do hospital das Clínicas e a receptora no edifício Saldanha Marinho, na rua Líbero Badaró, em São Paulo.

Os estúdios da Tupi foram montados no prédio da Cidade do Rádio, sede da Rádio Tupi Difusora, no Sumaré.
Depois de poucos meses de treinamento, alguns radialistas escolhidos por Assis Chateaubriand, o "Chatô", lançaram-se à aventura de fazer TV.
Os estúdios eram pequenos, mas o nascimento foi solene.
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Homero Silva e Assis Chateaubrian
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Em 10 de Setembro de 1950, realiza-se a transmissão pela TV Tupi (ainda em fase experimental) de um filme em que Getúlio Vargas fala sobre seu retorno à vida política.

O pioneiro Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, nascido em Umbuazeiro, Paraíba, no dia 05 de Outubro de 1892, dono dos Diários Associados, cadeia de jornais e emissoras de rádio, realiza seu grande sonho: inaugura no dia 18 de Setembro de 1950, a TV Tupy de São Paulo, PRF-3 TV, canal 3, cuja razão social é Rádio e Televisão Difusora.
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O Chatô
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Chateaubriand importa duzentos aparelhos de TV e espalha-os em lugares estratégicos da cidade de São Paulo, na Praça da República, no Jockey Clube, e os outros pontos da cidade, como a sede dos Diários Associados na rua 7 de Abril, na Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal, Praça da Sé, e na antiga loja do Mappin mostravam a novidade.
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Poucos aparelhos de TV tinham sido vendidos até o dia 18 de setembro de 1950, um televisor custava, nessa época, 9 mil cruzeiros, três vezes mais caro que uma boa vitrola.
Só as pessoas mais ricas podiam comprar um aparelho.
No dia da inauguração da Televisão, apenas seis aparelhos tinham sido vendidos.
Mesmo assim o rádio deixava de ser o único veículo de comunicação. 
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Família reunida diante de um dos 6 aparelhos de TV vendidos em 1950
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A foto original
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A TV faz sucesso, mas o problema está em manter uma programação diária. As pessoas envolvidas no projeto trabalharam durante semanas para a inauguração e agora tinham apenas um dia para a preparação da programação do dia seguinte.
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Demerval Costa
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O roteiro da estréia fica a cargo de Demerval Costa Lima que se torna o primeiro diretor de roteiro da TV Tupi.
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Equipamentos da Tupi


A Cerimônia
A cerimônia de inauguração da TV Tupi e, conseqüentemente, da televisão brasileira no dia 18 de setembro de 1950, iniciou às 17:00 horas, nos estúdios do Sumaré, foram feitas as primeiras imagens, com os discursos de David Sarnoff e Assis Chateaubriand.
Às 19 horas, a transmissão passou a ser direto do Jockey Club de São Paulo, onde se realizariam diversas apresentações musicais, infantis, humorísticas e até esportivas no especial “TV na Taba”, que se encerrou às 23h30min com Lolita Rodrigues cantando o “Hino da TV”.

Tudo foi feito ao vivo (ainda não havia o videoteipe), sem intervalos comerciais e de forma improvisada, já que uma das três câmeras que seriam utilizadas quebrou instantes antes do inicio das transmissões e todas as marcações de cena tiveram de ser refeitas.
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Primeiro dia da Tupi, 18 de setembro de 1950
Algumas horas antes da transmissão, uma das câmeras (são apenas três) quebra e o engenheiro americano, Walter Obermiller, responsável pela implantação técnica, acha melhor adiar, mas o diretor artístico, Cassiano Gabus Mendes, então com 23 anos, decide ir ao ar assim mesmo.
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 Cassiano Gabus Mendes
Diretor Artístico
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Antes da inauguração
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Teste de câmera - 1950
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Depois da cerimônia, Chateaubriand foi para o jantar festivo, e nem soube de um pequeno problema...
Quebrou-se uma das três únicas câmeras que foram importadas.
Conta Jorge Edo, o responsável:

No estúdio A, foram instaladas duas câmeras, os câmeramen
- A Primeira com Walter Tasca.
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 Walter Tasca o primeiro cameraman da América Latina
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- A segunda com o Carlos Alberto de Oliveira.
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Carlos Alberto som Sônia Maria Dorce no colo
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No estúdio B, o pequeno, a terceira câmera, para os artistas.
- A terceira Álvaro Alderigi.
Walter Tasca foi o primeiro Câmeraman da América Latina, os três primeiros câmeraman foram: Walter Tasca, Carlos Alberto de Oliveira e Álvaro Alderighi, utilizavam câmera RCA da TV Tupi SP.

De repente, o susto: - a câmera do estúdio B quebrou.
Perguntei ao engenheiro americano Walter Obermiller, da RCA:
"E agora?".
Ele empalideceu:
"Suspenda tudo".
Entendi que não ia suspender nada. Chamei o Tasca e disse:
"Você faz sua parte no A e corre para o B e depois volta".
"Tá." E assim foi.
E houve a festa; ninguém soube do problema. Foi assim que inventamos o jeitinho brasileiro, já no primeiro dia da nossa televisão.

O Bispo D. Paulo Rolim abençoou os estúdios.
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Rosalina Coelho Lisboa, governador Ademar de Barros, Dom Paulo Rolim
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Ali estava o governador de São Paulo e a "Madrinha da TV", a poetisa Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti.
O estúdio principal ficou lotado.
Assis Chateaubriand fez um breve discurso e inaugurou a TV no Brasil.
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1- Wilma Bentivegna, cantora, e o Grupo "Os 4 Amigos" cantaram na estréia.
(Wilma Bentivegna e Sidney Moraes cantam até hoje).

2 - Homero Silva, grande locutor e a menina Sônia Maria Dorce e mais crianças apareceram no programa inaugural. Homero dirigia o programa: "Clube do Papai Noel".

3 - 1950 - O diretor geral da TV Tupi, Demerval Costa Lima, e esposa, Sarita Campos. Noite de inauguração.

4 - Tito Bianchini, que era câmera man diz: "Nós éramos verdadeiros astronautas para as garotas da época. Elas pensavam que tínhamos vindo do "espaço".

5 - Jorge Edo, o primeiro técnico, dando explicações ao bispo Paulo Rolim, no estúdio, na noite de estréia.

6 - Yara Lins deu, ao vivo, o nome das emissoras associadas de rádio que iriam transmitir a solenidade, e elas eram mais de 20.

7 - Paulo Leblon escreveu a "Escolinha do Ciccilo", para a estréia. Seu esquema de humor funciona há 50 anos.

8 - A bailarina Lia Marques, estava no dia da estréia. Ela foi a primeira bailarina por muitos anos.

A transmissão acontece das 18 às 23h e os profissionais vêm do rádio, jornal e teatro. Juntos buscam descobrir e desenvolver a nova linguagem que a televisão exige.


Inicia a inauguração da transmissão

"Está no ar a TV no Brasil", frase dita por Sônia Maria Dorce, então com 5 anos, como uma indiazinha com um cocar e uma tiara de anteninha na cabeça, como a logomarca.
Sua imagem é a primeira a aparecer na TV brasileira.
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Sônia Maria Dorce
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Uma jovem atriz chamada Yara Lins foi convocada especialmente para dizer o prefixo da emissora – PRF3 Canal 3 de São Paulo (tempos depois é que mudou para o Canal 4).
Foi o segundo rosto a aparecer na televisão brasileira, no dia 18 de Setembro de 1950. A jovem atriz foi convocada especialmente para dizer o prefixo da emissora - PRF-3 - e o de uma série de rádios que transmitiam em cadeia o acontecimento. Ela iniciou dando os prefixos de todas as rádios dos Diários e Emissoras Associadas do Brasil!
As do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, do Nordeste, do Sul..., de todas!
Ela não sabia como decorou todos esses prefixos, sendo que um erro qualquer seria fatal! Yara Lins não parou só nos prefixos, continuando, Os três últimos seriam:
..."PRF-3 Rádio Difusora, São Paulo; PRG-2 Rádio Tupi São Paulo e PRF-3 TV Tupi São Paulo".
" - Senhoras e Senhores telespectadores, boa-noite; a PRF 3 TV - Emissora Associada de São Paulo orgulhosamente apresenta, neste momento, o primeiro programa de televisão da América Latina".
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Yara Lins
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A jovem atriz Yara Lins diz especialmente o prefixo da emissora: PRF-3.
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Yara Lins
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Em cerimônia solene que contou com um hino especialmente composto para a ocasião, chamado "A Canção da TV", na inauguração a cerimônia teve como anfitrião o jornalista Arnaldo Nogueira e também deveria ser apresentado por Hebe Camargo, que não pode comparecer e Lolita Rodrigues a substituiu e cantou o "Hino da Televisão", logo a apresentação de Yara Lins.

Hebe Camargo, que estava convocada para este dia, mas que por motivo de saúde, apareceu no ar só no segundo dia.

Precisamente, às 17h, Homero Silva convida Lolita Rodrigues a cantar "O Hino da TV" ou "Canção da TV"; composto especialmente por Marcelo Tupinambá, com letra de Guilherme de Almeida.
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Lolita Rodrigues
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Às 22h – uma hora depois do previsto – uma breve apresentação inaugurou oficialmente a TV Tupi.
“Senhoras e senhores, boa noite. A PRF3-TV, Emissora Associada de São Paulo, orgulhosamente apresenta neste momento o primeiro programa de televisão da América Latina”.
Foram as palavras que antecederam a apresentação de TV na Taba, que contou com a participação de Lima Duarte, Lolita Rodrigues, Mazzaropi e Walter Foster, entre outros artistas.
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Homero Silva
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Participam também: Ciccilo, Vadeco, Ivon Cury, Wilma Bentivegna, Aurélio Campos, o jogador Baltazar, a orquestra de George Henri, a poetisa Rosalina Coelho Lisboa e o balé de Lia Aguiar.

O programa continuou indo para o ar “na base do jeitinho”, apresentado por Homero Silva.
O apresentador recebia dois visitantes, explicando-lhes a utilidade da TV:
- Leva cantores para dentro dos lares (e pode-se ver Lolita Rodrigues cantando o hino da televisão),
- Faz rir (numero cômico de Mazaroppi),
- Pode mostrar o esporte (Aurélio Campos falou de futebol),
- Divulga o teatro (falam Valter Foster e Lima Duarte) etc...
Apresentaram-se também Lolita Rodrigues, Mazzaropi, Aurélio Campos, Walter Foster e Lima Duarte.

Em seguida, foi ao ar uma série de atrações que incluíam concertos clássicos, esquetes humorísticos e apresentação de cantores do rádio.
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A transmissão continuou com o balé de Lia Marques e declamação da poetisa Rosalina Coelho Lisboa, nomeada madrinha do "Moderno Equipamento", fizeram parte do show.
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Bailarina Lia Marques
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Poetisa Rosalina Coelho Lisboa
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Às 23:00 horas, quando terminou o programa, a equipe da TV Tupi que o havia ensaiado durante vinte dias para a inauguração, encontrava-se diante de um angustiante problema:
O que fazer no dia seguinte? - Nada havia sido preparado.


O Dia Seguinte, 19 de setembro de 1950
A improvisação marcou o inicio da TV, na noite do dia seguinte a inauguração da TV Tupi, foi ao ar o primeiro telejornal, “Imagens do Dia”, escrito por Rui Rezende minutos antes da transmissão.

O Jornal Imagens do Dia foi ao ar entre às 21h30 e 22h, pelo recorde de “Primeiro Telejornal” do Brasil.
O jornal Imagens do Dia teve sua estréia um dia após a fundação da TV Tupi de São Paulo, e existem controvérsias sobre quem foi seu primeiro apresentador, alguns afirmam ter sido Ribeiro Filho, outros apontam Maurício Loureira Gama, e outros ainda citam Ruy Rezende, mas o que sabemos é que com o passar do tempo Loureiro Gama tornou-se jornalista oficial do telejornal.

- As reportagens são feitas com câmeras Auricons de cinema com filme 16 milímetros.
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Câmera Auricon
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Dependendo da região do país onde estão, precisam revelar o filme e levá-lo de avião até São Paulo ou Rio de Janeiro, onde ficam os estúdios. Chegam, geralmente, em cima da hora, quando chegam. Rui Rezende além de apresentar, produz e redige as matérias. Os cinegrafistas são: Jorge Kurkjian, Paulo Salomão e Alfonsas Zibas que utilizam o laboratório caseiro na residência de Kurkjian para revelarem os filmes antes de enviá-los à TV. Profissionais vindos do rádio, cinema, teatro e jornalismo começaram a aprender televisão, em permanente luta contra o tempo. As transmissões eram feitas ao vivo, pois não havia o vídeo tape.
Maurício Loureiro disse em depoimento:
- "No dia seguinte ao primeiro noticioso, Imagens do Dia, na Tupi de São Paulo, em 19 de setembro de 1950, Rui Rezende foi abordado na rua Marconi por uma senhora que reclamou que ele havia sido arrogante, não falara 'com ela', sentada diante da televisão fazendo um crochezinho. Aquela senhora já vira televisão, havia morado em Nova York. A partir daí, Loureiro Gama passou a escrever suas notícias como se fossem uma conversa com alguém, 'uma peça de teatro'. Chateaubriand telefonou para cumprimentá-lo por ser o único que sabia falar na televisão. Com a ajuda de uma telespectadora, Gama tinha descoberto a diferença entre as duas linguagens, a da tevê e a do rádio."


Propaganda
Na fase experimental, a TV Tupi contou com o apoio da GOIABADA PEIXE, que bancou a viagem e toda estadia do Frei José Mojica. 
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José Mojica
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O patrocinador ainda financiou shows do cantor mexicano pelo país e sua vinda para a estréia da PRG-3 TV TUPY do Rio de Janeiro, em janeiro de 1951.
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A PERMUTA
As companhias ANTÁRCTICA PAULISTA, LAMINAÇÃO F. PIGNATARI, SULAMÉRICA SEGUROS e MOINHO SANTISTA eram as marcas patrocinadoras do evento. Estes patrocinadores viabilizaram também a compra dos equipamentos da TV, a montagem e a viagem dos Estados Unidos para cá. Em troca teriam carta de crédito na TV Tupi para ocuparem em 1950 os “Interprogramas”, como eram chamados os comerciais.
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Entre os programas, eram transmitidos filmes de 16 mm (documentários cedidos por consulados). No começo não havia filmes publicitários.
O apoio dos patrocinadores foi conquistado não só por Chateaubriand, mas por Fernando Severino, primeiro e único diretor comercial da Tupi (trabalhou na emissora até 1980).
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 Assis Chateaubriand


TORRE DO BANESPA
Apesar de sempre citarem a primeira torre da TV Tupi no alto do Edifício Altino Arantes ( o popular "Banespão"), em São Paulo, o Banco do Estado de São Paulo S.A não foi um dos primeiros patrocinadores da TV. Ele tinha contrato de locação de espaço com os Diários Associados. Contrato desfeito apenas em 1968, na venda da TV Cultura para a Fundação Padre Anchieta e a retirada dos transmissores e da torre de lá.
Em 1960, a TV Tupi possuía sua torre no Banespão, transferindo-a para o Sumaré, neste ano. E em seu lugar foi colocada a da TV Cultura (canal 2), sua irmã-caçula, que pertencia também aos Diários Associados.
Antena da TV Tupi PRF 3
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Torre do Banespa


A MADRINHA DA TELEVISÃO
Essa cartela dos primeiros patrocinadores se deve principalmente à influência do dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand. Influência que fez com que a poetisa Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti - uma das mais importantes da época - aceitasse o convite para ser a madrinha da TV brasileira. E foi. Estava lá, ao lado de Lia de Aguiar, no TV NA TABA.
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Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti
Madrinha da Televisão
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Mas por trás de Rosalina Coelho Lisboa havia um dos primeiros patrocinadores da televisão. Ela era casada com Antônio Larragoiti Júnior, empresário e presidente da SULAMÉRICA SEGUROS (atual "SUL AMÉRICA SEGUROS"). Antônio Larragoiti faleceu em 1995 e Rosalina em 1975.
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PRIMEIRO PATROCINADOR DE PROGRAMA
Entre os convidados para o show de estréia, TV na Taba, estava Mazzaropi, que com isso se tornou o primeiro humorista na TV. Em poucos dias a emissora lançou Mazzaropi à frente do programa Rancho Alegre. Ia ao ar toda 4ª feira, às 21h00, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes e patrocínio da PHILCO, que se tornou então o primeiro patrocinador de programas da TV brasileira.
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TRANSPORTES PATROCINARAM OS PRIMEIROS TELEJORNAIS
A Viação Cometa, de ônibus rodoviários, foi o primeiro patrocinador de telejornal do país. Foi ela que patrocinava o telejornal Imagens do Dia, da TV Tupi, a partir de 1950.
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Viação Cometa
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O segundo patrocinador foi a empresa aérea PANAIR, que deu até nome ao programa: TELENOTÍCIAS PANAIR, sucessor do Imagens do Dia. Era apresentado por Toledo Pereira.
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PRIMEIRO COMERCIAL DE INTERPROGRAMA
Conforme Fernando Severino, o primeiro comercial isolado da TV foi das PERSIANAS COLÚMBIA, apresentado pelo futuro apresentador Ayrton Rodrigues, nos primeiros dias da TV Tupi.
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Nos anos 50, a Bombril patrocinou o Circo Bombril, com apresentação de Walter Stuart, pai do cineasta Adriano Stuart, e tinha como garota propaganda Elisabeth Darci, mãe do comentarista esportivo Silvio Luiz.
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TROL
A Trol era uma das principais fábricas de utilidades de plásticos e de brinquedos do país. Ela patrocinava o Teatrinho Trol, de 1956 a 1966.
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Devido ao pequeno numero de televisores (e de telespectadores), as propagandas nesse veículo eram muitas vezes oferecidas como brinde aos anunciantes da cadeia dos associados.
Apesar de não produzirmos aparelhos de TV, não ter público e o mercado publicitário ainda ser jovem, Chateaubriand vende um ano de espaço publicitário de televisão para as empresas: Sul América Seguros, Antárctica, Moinho Santista e empresas Pignatari (Prata Wolf).
Um segundo de publicidade tinha um custo de 200 cruzeiros, bem mais barato que a propaganda em rádio ou em revistas, devido ao pequeno número de aparelhos existentes (em 1951, havia só 375 televisores em São Paulo). 


GAROTA PROPAGANDA
A primeira garota propaganda, Rosa Maria, foi ao ar na seção Tentação do Dia, para anunciar oferta da Marcel Modas. Num canto, a mesa com a mercadoria e um cartaz ao fundo. Todos tinham de ficar em silêncio no estúdio. O comercial acabava e a correria para arrumar o cenário do próximo programa recomeçava.
Com o sucesso, logo outras moças foram contratadas:
- Marly Bueno, Neide Alexandre, Marlene Morel, Nely Reis, Marlene Maria no, Idalina de Oliveira, Meire Nogueira.

Cresceu o corre corre do estúdio:
- Produtos expostos e tira dos rapidamente, cenários montados e desmontados. Gafes eram comuns: eletrodoméstico que não funcionava; porta que devia abrir emperrava. As garotas tinham de improvisar alguma saída, sem perder o charme nem a simpatia.
A partir de 1954, a propaganda tornou-se mais profissional, a renda aumentou e cada garota propaganda ganhou seu próprio estúdio. A cada intervalo entravam quatro ou cinco comerciais. Queridas e admiradas, as garotas alcançavam fama de estrelas, status perdido na década de 1960, com a chegada do video teipe.

A pressa fazia as moças cometerem gafes:
- "Num comercial da Probel, por exemplo, a garota devia demonstrar a “facilidade” com que o sofá se transformava em cama. Diante das câmaras, porém, o sofá enguiçou. Depois de uma autêntica luta livre entre a moça e o sofá, veio um bombeiro ajudá-la".
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Rosa Maria
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Neide Aparecida, vedete e atriz de grande talento, a Garota-Propaganda que aparcecia muito mais do que a Geladeira de anunciava.
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Neide Aparecida
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Propaganda da Erontex, patrocinador do programa de Hebe Camargo - 1963


Programação
A programação da Tupi ia ao ar das 18h as 23 h, havia circo, de que participavam os palhaços Fuzarca e Torresmo, contratados ainda em 1950.

Os primeiros Shows também ficaram na memória dos telespectadores, é o caso do “Desfile Musical Jardim”, produzido por Ribeiro Filho.

Em Novembro de 1950, estréia o teleteatro "A Vida por um Fio", adaptação do filme americano "Sorry, Wrong Number", Cassiano Gabus Mendes dirigiu o primeiro Teleteatro.
Drama policial com direção de Demerval Costa Lima e Cassiano Gabus Mendes, estrelando Lima Duarte, Lia de Aguiar, Walter Forster, Dionísio Azevedo e Yara Lins. Conta a história de uma mulher (Lia de Aguiar) que morre estrangulada pelo marido com o fio de telefone.
As apresentações eram ao vivo, se alguém se atrapalhasse, nada podia salvá-lo.

"Imagens do Dia" foi o primeiro telejornal brasileiro, tendo sido lançado em 19 de setembro de 1950. O apresentador somente lia a notícia, que já havia saído na imprensa escrita e no rádio. Era quase impossível sair do estúdio e gravar imagens externas devido ao peso e a dificuldade de se manusear os equipamentos.

"Rancho Alegre" foi ao ar pela primeira vez em 20 de setembro de 1950, o primeiro programa humorístico da tevê no Brasil. Inicialmente, à semelhança da rádio, Mazzaropi apresenta-se sozinho, mas em poucos dias, a direção resolve lançar o programa Rancho Alegre com Amácio e a atriz Geny Prado.
Toda 4ª feira, às 21h00, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes e patrocínio da Philco, o primeiro patrocinador da TV brasileira.
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Mazzaropi, Geny Prado e João Restiff
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Em 20 de janeiro de 1951, Mazzaropi é enviado para o programa inaugural da TV Tupi do Rio, “o maior caipira do rádio brasileiro”. Mazzaropi agrada. Sucesso estrondoso. Passa a apresentar um quadro na TV Rio toda quinta, à noite. Mazzaropi trabalha na Rádio e TV Tupi de São Paulo e do Rio de Janeiro.Contou com a presença do comediante Mazzaroppi e foi ao ar pela primeira vez em 20 de setembro de 1950.
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Amácio Mazzaropi no estúdio
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O programa era marcado por muita improvisação, cenário precário e durava no máximo 20 minutos.
Se Hebe Camargo não cantou o hino da TV na noite da inauguração da TV Tupi, ela estava na programação ainda de 1950, apresentando, ao lado do cantor Ivon Cury, no programa “Rancho Alegre”.
Hebe Camargo e Ivon Curi, com rosto colado, entoaram com olhar maroto:
“Que beijos nós vamos trocar! / Não tem ninguém por perto, / E a noite é de luar...”.
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Ivon Cury e Hebe Camargo
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"Gurilândia" foi o primeiro programa infantil da TV brasileira e estreou em outubro de 1950.

Dessa maneira, a programação da tevê era curta e se resumia em pequenos shows musicais, humor, teleteatro, telejornais e filmes, geralmente legendados. Os desenhos animados e as séries estrangeiras só puderam ser transmitidos um pouco mais tarde, quando chegaram os novos equipamentos necessários para esse tipo de transmissão. Até então tudo era feito somente ao vivo.

Em 22 de Novembro de 1950, são autorizadas as concessões para TV Record e TV Tupi (São Paulo), TV Jornal do Comércio (Recife), inicia a concorrência no setor.

O teleteatro foi importante, pois ajudou a tevê a descobrir a sua própria linguagem. Os atores famosos do teatro davam "status" à programação televisiva. Mas devido a diferenças de linguagem, os profissionais do rádio e do teatro que foram para a tevê tinham dificuldades: as expressões eram exageradas, os atores falavam alto como se não existisse microfone e não respeitavam as marcações das câmeras, deixando os cinegrafistas completamente perdidos.
O primeiro teleteatro de importância estreou em 1951 e se chamava “Grande Teatro Tupi”.

Em 1951, surgiu “Circo na TV”, apresentado por Walter Stuart e patrocinado por Bom Bril.


A programação cresce
Em 1952, a emissora inaugurou um novo programa, o “TV de Vanguarda” idealizado por Cassiano Gabus Mendes para divulgar os clássicos da literatura mundial. 

- "TV de Vanguarda", levado ao ar em São Paulo a partir de 17 de agosto de 1952, tinha um apresentador que contava histórias que eram seguidamente interpretadas.
- Vale dizer que o programa revelou uma primeira geração de atores, atrizes e diretores. Nele foram apresentadas peças como Hamlet e Crime e Castigo.

- "O X do Problema" era um tele-teatro policial;

- "Fábulas Animadas" foi ao ar em São Paulo a partir de 03 de abril de 1952;

- "Tele-teatro Infantil" apresentava, quem diria, O Sítio do Pica-Pau Amarelo, com texto de Monteiro Lobato, adaptado por Tatiana Belink;

- "O Céu é o Limite" já era apresentado na década de 1950. Tratava-se de um programa de perguntas e respostas que dava prêmios aos seus participantes;

- Logo em 1950/51, a Tupi apresentava o "Clube dos Artistas" às 20h das quartas-feiras. Havia apenas uma câmera, pois as outras duas iam para o estúdio do Pacaembu em São Paulo, para televisionar o futebol.

A primeira transmissão esportiva da televisão brasileira foi pela TV Tupi, no “Jogo de Futebol” entre São Paulo X Palmeiras, no Pacaembu, dia 15 de outubro de 1950.

- A primeira fase da telenovela brasileira ocorreu na TV Tupi entre 1951 e 1954 com "Marcelino Pão e Vinho". Ao seu término, foi transmitida (sempre ao vivo) a novela "Máscara de Ferro" com Henrique Martins.
Tudo vinha do rádio, autores, técnicos, elenco, etc. Tinham poucos capítulos e eram transmitidas ao vivo, duas vezes por semana.

- Em 1951, Walter Foster tomou Vida Alves nos braços, atraiu-a para si e beijou-lhe a boca. Acontecia enfim a cena que “teventes” (termo da época) aguardavam com ansiedade. Fora dado o primeiro beijo da historia da televisão brasileira....”beijinho insosso”, diria mais tarde o galã, “de boca fechada, sem demorar muito”. Mas um beijo, de qualquer forma. A cena se passava na primeira telenovela da Tupi, “Sua Vida me Pertence”, começada a 21 de dezembro de 1951. Apesar do numero reduzido de capítulos (entre 15 e 20), a novela, apresentada duas vezes por semana, despertou o entusiasmo do público.

- Em 1964, as novelas passaram a ser exibidas diariamente.
- Mas foi somente com a novela "O Direito de Nascer" que a Tupi conseguiu repercussão nacional, no ano de 1964. A trama era cubana e já havia sido adaptada para a rádio. Seu final teve duas festas comemorativas: uma no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.

- Em 1968 surge então a novela "Beto Rockfeller", que retratava o cotidiano do brasileiro, direcionada para atrair o telespectador masculino, uma verdadeira revolução.

Alguns programas dos primeiros tempos da TV Tupi tornaram-se campeões de audiência.
Foram os casos de:
"Alô Doçura" (uma imitação da sitcom americana "I Love Lucy" protagonizada por Eva Wilma e John Herbert),
Sítio do Pica-Pau Amarelo,
O Céu é o Limite (com J. Silvestre),
Clube dos Artistas (que foi ao ar entre 1951 e 1980),
 e o famoso telejornal Repórter Esso. Os locutores Heron Domingues e Gontijo Teodoro entravam no ar com as últimas notícias nacionais e internacionais ao som de um dos mais famosos prefixos musicais da história.


Curiosidades
Há muitas histórias a respeito início da TV.
- Uma delas é que na inauguração, empolgado, Chateaubriand teria quebrado uma garrafa de champanhe numa das duas câmeras, fazendo com que a tevê no Brasil entrasse em cena com apenas 30% de sua capacidade.

- Outra estória é que acabada a inauguração, a equipe se deu conta de que não havia o que colocar no ar no dia seguinte, pois ninguém havia pensado nisso.

- Nas apresentações ao vivo, se alguém se atrapalhasse, nada podia salvá-lo. Foi o caso de Alberto Maduar e Nelson Coelho, que certa vez representaram um duelo. Dando um passo em falso, um deles derrubou o cenário veneziano. O câmeramen desvia-se do desastre e procurou focalizar em close só o rosto dos atores. Mas eles estavam tendo um acesso de riso... nervoso.

- Artistas estrangeiros também faziam sucesso, como a “rumbeira” cubana Rayito de Sol. Durante sua transmissão, a diretoria da Tupi recebeu um telefonema da família Whitaker, anunciante dos Associados, reclamando dos “requebros indignos de entrar em casa de família”. Imediatamente, Chateaubriant deu a ordem: Os requebros foram substituídos pela imagem de Dom Pedrito, responsável pelo batuque. Rayito de Sol foi mostrada a distância. “A família Whitaker manda”, relembra Dermival Costa Lima.

- Em 1953, Yolanda Braga tornou-se a primeira protagonista negra da TV brasileira em "A Cor da sua Pele", outra novela da Tupi.

- Portanto, depois de um atraso de uma hora pelo estrago de uma das 3 câmeras, seria oficialmente às 21 horas, mas foi as 22:00h, a atriz Yara Lins anunciou que a emissora estava começando seus trabalhos. E esse começo tinha a importante execução de um hino especialmente criado para o evento, o hino da televisão, com letra de Guilherme de Almeida e música de Marcelo Tupinambá:

 “Vingou como tudo vinga
No teu chão Piratininga
A cruz que Anchieta plantou

Pois dir-se-á que ela hoje acena,
Por uma altíssima antena
Em que o Cruzeiro posou
E te dá, num amuleto,

O vermelho, o branco e o preto
Das contas do teu colar.
E te mostra num espelho,
O preto, o branco e o vermelho
Das pernas do teu cocar.”

- Hino da TV, coube a Hebe Camargo cantar essa pérola do cancioneiro, mas ela não apareceu, alegando estar resfriada. Na verdade, algumas décadas depois, ela confessou que foi se encontrar com o seu amor, Luiz Ramos.
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Hebe Camargo
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Lolita Rodrigues
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E a apresentadora e atriz Lolita Rodrigues, entoou o hino. Ou seja, entre trancos e barrancos, a TV Tupi – o criador Assis Chateaubriand adorava índios – teve seu 1º dia no ar.
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Sede da TV Tupi, Urca - Rio de Janeiro
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- Os primeiros anunciantes: Sul América Seguros, Antártica e Moinhos Santista.

- A primeira novela: Sua Vida me Pertence (1951) com Walter Foster e Vida Alves.

- O primeiro beijo: na telenovela Sua Vida me Pertence entre os protagonistas (um beijo tipo "selinho").

- Uma das maiores audiências: Programa O Céu é o Limite, com J. Silvestre, nos anos 1970, com 84 pontos de audiência.

- Primeiro programa gravado: TV de Vanguarda (1958), só que não era possível editar.

- O improviso: Faltou fogo para queimar Joana D’Arc, na cena final da peça sobre a heroína francesa, apresentada no Grande Teatro Tupi no final da década de 1950. A produção armou uma fogueira fora do estúdio, mas a garoa paulistana apagou-a quatro vezes. O ator Xisto Guzzi, no papel do inquisidor, olhou para a atriz Maria Fernanda, no papel-título, e resolveu o problema: “Levem-na para a forca!”.

- Nos teleteatros: os figurinos eram trazidos de casa ou alugados pelos próprios atores (algo hoje inviável).

- As telenovelas: exibidas desde 1951, eram levadas ao ar duas vezes por semana, o que hoje seria inviável, pois as "donas de casa", quando vêem que ficou um capítulo para o dia seguinte, quase "infartam".

- Os telejornais: eram emitidos no horário nobre (os mais famosos). As reportagens eram feitas em condições precárias, em que utilizavam como fonte de informações, notícias recortadas dos jornais locais. Isso foi chamado humoristicamente de gilete-plus.

- As matérias externas: eram realizadas com câmeras de cinema, porque os equipamentos de TV, que eram grandes e pesados, não davam a possibilidade de uma locomoção mais ágil de coberturas diárias, que o telejornal tanto necessita. Apenas as transmissões de esportes usavam os equipamentos de TV.

- O IBOPE - Com toda a força iniciante da televisão, as agências publicitárias intensificaram as pesquisas de opinião para conhecer os hábitos de consumo dos telespectadores e qual era o melhor horário para veicular seus produtos. BINGO! Em 1954 foi criado o IBOPE, o qual fornecia a audiência, servindo assim para indicar aos anunciantes em qual horário seus produtos passariam.
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Sede da TV Tupi de São Paulo e o famoso mural da fachada - 1956


A Venda de Aparelhos de TV
A um mês da inauguração da PRF-3-TV Tupy, um engenheiro da NBC, emissora de TV da RCA, veio a São Paulo supervisionar os preparativos, a estréia e as primeiras semanas da televisão no país.
Ao perguntar aos diretores da nova estação “quantos milhares de televisores haviam sido vendidos” à população da cidade até então, o profissional estadunidense recebeu uma palavra com resposta:

– Nenhum.

Para resolver esse problema a tempo, foram contrabandeados duzentos aparelhos de TV, sendo o segundo deles entregue, a pedido de Chateaubriand, ao presidente Dutra no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro (mesmo a cidade só vindo a ter sua primeira estação de TV quatro meses depois de São Paulo). O primeiro televisor do Brasil ele mandou entregar especialmente à Vera Faria, sua secretária particular em São Paulo.
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Durante os anos iniciais da televisão, poucos foram os receptores vendidos e eles estavam somente nas casas de famílias de altíssimo nível de instrução e renda (a marca de um milhão de televisores no Brasil só foi alcançada entre 1960 e 1962). Por isso, a programação das emissoras nesses primeiros tempos era dirigida a esse público. Teleteatros, seriados nacionais e internacionais, programas de variedades, telejornais e programas de entrevistas e eram as maiores atrações.

Em 1950, eram 200 aparelhos de TV, todos eles na cidade de São Paulo.
Em 1964, ano do golpe militar, esse número já era 8.315 vezes maior, ou seja, 1.660.000 televisores em todo o Brasil. Nos anos seguintes, esse número cresceria ainda mais aceleradamente, muito por causa do “milagre econômico” e de uma nova política de crédito criada pelo governo que permitia ao cidadão adquirir uma TV em 12, 24 ou 36 prestações. De produto de luxo, o televisor passou a ser um artigo de primeira necessidade presente na maioria dos lares brasileiros. Esse fenômeno incluiu um novo público, de menor instrução e renda. Fazer com que a TV chegasse a esse novo público passou a ser a grande preocupação dos executivos das redes de televisão na época. A Tupi, assim como todas as outras emissoras, esteve atenta a esse fenômeno e entrou numa nova fase, reforçando seus gêneros de maior audiência, ao mesmo tempo em que já começava a viver suas primeiras crises.
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O famoso rádio com imagens


Pecados da Pioneira
Apesar do pioneirismo, não coube a TV Tupi, determinadas glórias.
- Pelo fato de não existir mais, não exibe o programa de maior permanência no ar, comandado pelo apresentador Silvio Santos (que está desde 1962 no ar e que já teve os mais variados títulos).
- Não coube a emissora exibir o primeiro seriado nacional (Capitão 7 da TV Record, exibido em 1954).
- Não coube a Tupi e sim a Excelsior, exibir a primeira novela diária da televisão brasileira, assim como também coube a Excelsior, exibir a mais longa telenovela ("Redenção", que durou de 1966 a 1968 com quase 600 capítulos).
- Também não foi a primeira a transmitir a cores, tampouco a primeira a exibir um tele-jornal em rede nacional via satélite em 1969 (mérito este conquistado na ocasião pela Rede Globo com o "Jornal Nacional").


TV Cultura
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Quando a TV Cultura, canal 2, foi lançada pelos Diários Associados, suas imagens interferiam no canal 3, onde a TV Tupi era sintonizada e vice-versa. Por essa razão, em 1960, a PRF-3 TV Tupi de São Paulo passou a ocupar o canal 4, onde ficaria até o fechamento em 1980.


As Cores na TV Tupi

Em 1949, na cidade de Nova Iorque, Chateaubriand acabava de pagar a primeira prestação da compra de trinta toneladas de equipamentos da RCA Victor para começar no Brasil o “Rádio com Imagens” ou “Cinema a Domicílio” (expressões dadas na época que tentavam explicar o que seria a TV, com imagens ainda em preto-e-branco). Assinados todos os enormes contratos, David Sarnoff, diretor da empresa estadunidense, convida o empresário brasileiro a viajar com ele para a fábrica da RCA em Burbank, Califórnia, para mostrar-lhe “uma surpresa especial”.
Logo ao chegarem, vão direto ao minúsculo auditório da empresa, onde Chatô começa a ver uma apresentação de jazz. Em Cores!

Surpreso, Chateaubriand pergunta a Sarnoff:

– Que bruxaria é essa?

Sarnoff explica que não se trata de bruxaria, mas apenas de uma nova tecnologia que eles vinham testando a algum tempo de transmissão em cores.
Para espanto de todos, Chatô abre a pasta, retira todas as cópias dos maços de contratos e os rasga em pedacinhos, esbravejando em inglês:

– Não pense que só porque eu vim de um país atrasado o senhor vem me vender equipamento obsoleto, senhor Sarnoff! Só aceito fazer negócio com a Victor se levar transmissores de televisão em cores para o Brasil.

Toda essa confusão fez com que, a partir daquele momento, David Sarnoff, além de mandar suas secretárias rebaterem todos os contratos de novo, tentasse convencer Chatô, de todas as maneiras possíveis, de aquilo era só um teste e demoraria um tempo ainda para a TV em cores estar disponível ao público (e isso era verdade, já que a TV colorida só começaria nos EUA dezessete anos depois).

Embora a história da primeira transmissão em cores seja outra, A TV Tupi de São Paulo já havia feito alguns testes com documentários, e importou na década de 1960 películas coloridas com episódios da série Bonanza, exibindo-as no sistema NTSC, e até a gravação de um discurso do presidente João Goulart, mas só alguns aparelhos de televisão importados na época comportavam este sistema.

Mas somente a partir de 1972 as principais emissoras brasileiras inauguraram oficialmente suas programações coloridas.
Oficialmente a primeira transmissão a cores da televisão brasileira foi a cobertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS) em 31 de março de 1972. O evento foi transmitido pela TV Difusora de Porto Alegre, via Embratel para todo país por diversas emissoras.

Em 31 de março de 1972, inaugura oficialmente as transmissões em cores na TV Tupi, Trecho do programa MAIS COR EM SUA VIDA, foi apresentado por Walter Foster e Cidinha Campos e teve a participação de grandes astros da MPB.
A fita com a gravação desse programa histórico foi encontrada casualmente durante os trabalhos de recuperação do que sobrou do acervo da TV Tupi, feitos pela TV Cultura, a Fundação Pró-Memória e a Cinemateca Brasileira, em 1990. Os trechos aqui disponíveis foram apresentados na série de programas apresentados pela TV Cultura, em 1990, por ocasião das comemorações dos 49 anos de TV no Brasil. O programa se chamava 40 ANOS DE TV, era apresentado por Júlio Lermer e era levado ao ar nas tardes de domingo.


A Memória Curta no Brasil
Muitas atrações da Tupi ficaram em nossa retina. Basta lembrar da série o "Vigilante Rodoviário", sob o patrocínio da Nestlé, com 38 capítulos produzidos.

Lembrar de Ayrton e Lolita Rodrigues faz nos perceber que coisas desta época ainda estão entre nós.
Ambos comandavam aos sábados, logo após o almoço, o programa "Almoço com as Estrelas". Ali levavam artistas que almoçavam entre uma canção e uma entrevista. Ayrton, por sinal, era ligado a uma gafe.
“Certa vez, ao levar o cantor Jair Rodrigues no programa, fez o seguinte comentário ao vê-lo almoçar: "Como você como, hein!".
A popularidade de Almoço com as Estrelas, as sábados ao meio-dia era dividido com os mesmos apresentadores no "Clube dos Artistas", levado ao ar com regularidade nas noites de sexta-feira.
O Clube dos Artistas também chegou a ser apresentado por Homero Silva e Cacilda Lanuza.
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Outro apresentador com a cara da Tupi era Flávio Cavalcanti. O seu programa "Um Instante Maestro" marcou época e revelou vários talentos para o meio artístico. Flávio era sério e polêmico. Falava duramente, e, da mesma forma criticava lançamentos fonográficos. Tinha seu corpo de jurados famosos da época o costureiro Denner e  maestro Erlon Chaves.

Poucos lembram, mas foi a Tupi quem exibiu pela primeira vez os três primeiros filmes da Série 007. Exibiu o "Satânico Dr. No" em 1974, "Moscou Contra 007" em 1975 e "007 Contra Goldfinger" em 1977. Como a emissora fechou em 1980, a partir dos anos 80 a Rede Globo reapresentou estes três filmes e prosseguiu com a exibição da série.

Em termos de séries de TV, casos representativos para a TV Tupi foram as exibições de "Bonanza" e o "Fugitivo".
Bonanza, foi produzida nos Estados Unidos entre 1959 e 1973, tendo conseguido a façanha de acumular 430 episódios, todos coloridos. A Tv Tupi exibia a série em preto e branco aos sábados as 21h. Era um programa familiar, sagrado, que ninguém perdia. Tipo da coisa típica de uma época em que o brasileiro reunia a família na sala por gostar de ver o dia a dia de um velho viúvo e solitário que comandava uma fazenda tendo apenas a companhia de três filhos homens, muito bom mesmo para os dias de hoje, século XIX.
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O Fugitivo, era apresentado nas noites de segunda-feira as 20h. A trama é sobre um médico chamado Richard Kimble, acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Condenado, está sendo levado ao presídio num trem algemado ao lado do tenente de polícia, quando o destino conspira a seu favor; o trem sai dos trilhos e ele consegue escapar do cumprimento da sentença de morte. Ao longo de quatro anos de produção (1963/67), Kimble procura pelo verdadeiro culpado - o homem de um braço só, que ele viu saindo de sua casa na noite do crime. Cada episódio mostrava Kimble numa diferente localidade envolvendo-se com pessoas de diferentes aspectos. Na semana de 13 a 19 de junho 1966, o Ibope deu para O Fugitivo o primeiro lugar em audiência em São Paulo, vencendo concorrentes como "Corte Rayol Show", "Hebe" e "Jovem Guarda" (da Record) e a telenovela "Almas de Pedra" (da Excelsior).
O último episódio de O Fugitivo deu novamente para a Tupi enorme audiência, já que nele o médico consegue provar sua inocência. No original, só a última temporada de O Fugitivo é colorida. A Tupi, no entanto, exibiu a série inteira em preto e branco.

Ao contrário do que se possa pensar, a Tupi não tinha tradição em mostrar grandes seriados. Sabe-se que seu forte estava mais em longas. Mas tinha algo peculiar, como reprisar durante a semana, em plena década de 1970, já em cores, a série “Jornada nas Estrelas” na parte da tarde. O seriado havia sido exibido na década de 1960 pela TV Excelsior, sem grande repercussão.
A emissora também exibiu Viagem ao Fundo do Mar, O Marcado, Danger Man, O Valente do Oeste, Os Intocáveis, O Homem de Virgínia, Disneylândia, Banana Splits e Papai Sabe Tudo.
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Foi também a TV Tupi a grande lançadora de desenhos animados como A Pantera Cor de Rosa e O Inspetor, assim como a série estrelada por macacos chamada de Lancelot Link.
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Com seu impecável uniforme de aeronáutica, capacete de piloto com duas asinhas desenhadas, óculos de lentes negras e diversas medalhas, lá estava o "Capitão Aza". Wilson Vianna bradava o refrão de abertura de seu programa:
"Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô IntelSat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil! Aqui fala o Capitão Aza, comandante-chefe das forças armadas infantis desse Brasil!".
Programa diário, de segunda a sexta, que ficou no ar durante 14 anos, apresentando desenhos animados como Corrida Maluca e Speed Racer e séries como A Feiticeira e Jeanne é um Gênio.
A partir de 1972 a emissora lanço uma sessão de fim de noite chamada "Série de Ouro". Nela, a intenção era reprisar grandes séries de passado recente. Em um espaço de dois anos passaram as atrações: Alma de Aço, O Agente da UNCLE, A Garota da UNCLE, além de Mannix (que chegou a ser exibido em cores).
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- A apresentadora Ana Maria Braga chegou a ser apresentadora de tele-jornal na emissora.
- O comediante Costinha, o cantor Moacir Franco e o humorista Chico Anísio chegaram a ter programas próprios em horário nobre.
- O programa "Pinga Fogo" marcava o final da noite de sexta-feira com entrevistas dos mais variados segmentos.

É necessário acrescentar que em termos de futebol a emissora era realmente nota 10. Um dos mais famosos programas do início dos anos 1970 era o "Redação Esportes", comandado por Walter Abrahão de segunda a sexta, por volta das 12h. Ele era o chefe de uma equipe que incluía Sergio Backlanos, Eli Coimbra, Gerdi Gomes e Geraldo Bretas. As transmissões de futebol eram recheadas de bom humor. Abrahão que depois enveredou pela carreira pública e que hoje reside no bairro da Casa Verde em São Paulo, é o único remanescente dessa equipe sem nenhum sobrevivente, já que os demais faleceram. No domingo as 23h entrava no ar o esportivo "Ataque e Defesa", sob o comando de Rui Porto, com gols do final de semana.

Novela sempre foi um detalhe a parte na TV Tupi. Da Tupi saíram grandes nomes que estão na ativa e por muito tempo foram rechaçados pela Rede Globo pelo fato de não possuírem o tal "padrão de qualidade".
Lembrar de todos é uma missão quase impossível, mas ficaram marcados os nomes de:
Juca de Oliveira, Rubens de Falco, Toni Ramos, Denis Carvalho, Adriano Reis, Gianfrancesco Guarnieri, Sérgio Cardoso, Carlos Zara, Carlos Augusto Strazzer, Antonio Fagundes, Flávio Galvão, Walter Foster, Hélio Souto, Lima Duarte, Luiz Gustavo, Carlos Alberto, Carlos Alberto Ricelli, Othon Bastos, Henrique Martins, Altair Lima ...

Eva Wilma, Maria Izabel de Lizandra, Jussara Freire, Irene Ravache, Elaine Cristina, Vida Alves, Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Ioná Magalhães, Bruna Lombardi, Bete Mendes, Isabel Ribeiro, e tantos outros que protagonizaram sucessos como "O Direito de Nascer", "Beto Rockfeller", "Antonio Maria", "Nino - O Italianinho", "O Machão", "Mulheres de Areia", "O Julgamento", "A Viagem", "O Profeta", "Calúnia", "Gaivotas", "Éramos Seis", "Cinderela 77", "Aritana", entre outros.

Obtenha mais informações sobre as novelas da TV Tupi em: www.teledramaturgia.com.br.
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Chatô em frente as câmeras - 1968


Conclusão
A longa crise dos Diários Associados já havia começado bem antes da morte de Assis Chateaubriand, em 4 de abril de 1968. Abalada por problemas financeiros, mau administrada, sem investimentos, a Tupi perde qualidade e audiência.

Em 1972, a Rede Tupi de Televisão começa a ser formada. Houve várias divergências sobre qual canal seria a "cabeça da rede": o canal 4 paulistano ou o canal 6 carioca. Houve duas tentativas para que ambas comandassem a Rede Associada.
- Na primeira, a estação carioca comandaria as emissoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto que a emissora de São Paulo controlaria os canais do Sul e Sudeste.
- Na segunda, a Tupi paulista ficaria responsável pela produção de telenovelas, e a Tupi do Rio de Janeiro se encarregaria pelos shows e programas de auditório.
Mas as duas idéias não vingaram, e a rixa entre as diretorias das duas estações agravaram a situação da Tupi.
O único ponto positivo nestas duas tentativas foi que a Tupi foi a primeira Rede de Televisão da América Latina a possuir duas cabeças geradoras de programação.

As emissoras concorrentes vão ocupando os espaços vazios deixados pela pioneira. Ano após ano, a crise se aprofunda. E com a Rede Globo impondo seu domínio, a Tupi se enfraquece.
Ainda assim, a emissora pioneira consegue emplacar sucessos na década como "Mulheres de areia" (1973), "Meu Rico Português" (1975) e "A Viagem" (1975).

No fim dos anos 70 a situação piora. Os salários atrasam cada vez mais. Há dívidas astronômicas junto à Previdência Social. Proliferam muitos escândalos financeiros.
Em agosto de 1977, no ar "Éramos seis", "Cinderela 77" e "Um Sol Maior" registravam os mais baixos índices de audiência da história do canal. Além da audiência, a publicidade também escapolia para as concorrentes, o caixa se esvaziava, os salários deixavam de ser pagos e a greve era questão de tempo.

Em outubro de 1977, com três meses de salários atrasados, os funcionários iniciaram a primeira greve, mas ela é interrompida com o pagamento parcelado dos débitos.

Como resposta a grande concorrência, a Rede Tupi inaugurou o Telecentro, moderna central de produções em São Paulo que gerava grande parte dos programas apresentados em rede nacional. Esse Telecentro chegou a ser comandado, por pouco tempo, por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, sendo esse o último cargo que ele ocupou antes de juntar-se a Walter Clark no comando da Rede Globo.

Mesmo com todos os movimentos par contornar os problemas, a Rede Tupi não consegue sair da crise, que continua a se agravar cada vez mais. Durante todo o primeiro semestre de 1980, os salários permaneceram atrasados, mais demissões aconteceram e as greves e manifestações de funcionários por todo o país se intensificaram.
Em São Paulo, a TV Tupi, juntamente com as rádios Difusora e Tupi/SP, além do “Diário da Noite” e do “Diário de S. Paulo”, entram com pedido de concordata.

Toda essa história chega a seu melancólico final quando equipes do DENTEL foram à sete emissoras Associadas para efetuar a lacração dos seus transmissores. A TV Tupi, canal 4 da capital paulista, a primeira TV em língua portuguesa do mundo e a pioneira do Brasil, da América do Sul e do Hemisfério Sul, foi a também a primeira a ser retirada do ar, e isso aconteceu sem haver nenhum tipo de resistência, pois os funcionários já estavam em greve.


O Fim da Pioneira
Os constantes atrasos dos salários mantinham o clima tenso na emissora pioneira. As perspectivas de pagamento dos atrasados eram cada vez mais remotas e as explicações dadas aos funcionários, cada vez mais inconsistentes. Para piorar ainda mais a situação, em outubro de 1978 um incêndio no prédio da emissora, em São Paulo, tirou a Tupi do ar por alguns minutos e destruiu os novos equipamentos adquiridos pela emissora no mesmo ano, e que nem chegaram a entrar em funcionamento.
Ainda em 1978, iniciou a construção de sua nova antena transmissora, que seria a maior torre de TV da América do Sul (essa torre seria concluída pelo SBT alguns anos depois).
Em 1979, o elenco de "O Espantalho", de Ivani Ribeiro (uma produção dos Estúdios Silvio Santos feita em 1977), processou a Tupi por não pagar os direitos conexos aos atores que trabalharam na trama.
Entre 1979 e 1980, nova greve. A crise chegou a Brasília. O então presidente da República, João Figueiredo, se dispôs a receber uma comissão de dirigentes dos sindicatos envolvidos. Muito se discutia e pouco se fazia.

A greve persistiu até o início de fevereiro de 1980, quando a emissora fechou seu departamento de dramaturgia e dispensou os 250 funcionários que trabalhavam nesse setor. Foram interrompidas as novelas "Drácula", que só teve 4 capítulos exibidos, e "Como Salvar Meu Casamento" (com Nicete Bruno e Adriano Reis), a 20 episódios de seu desfecho. Além disso, outra trama, "Maria Nazaré" estava em fase de pré-produção e 32 cenas já estavam gravadas na época, mas não chegou a entrar no ar.
Para substituir a novela "Drácula", foi colocada a reprise da novela "A Viagem", mas a mesma terminou inacabada.
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29 Anos e Dez Meses Depois
No último ano da Tupi, em 1980, os profissionais da Tupi fizeram uma grande festa de 25 anos dos dois programas apresentados pelo casal. Foi uma festa enorme, com direito à homenagens e recordações dos primeiros programas de Aírton e Lolita.

Em 16 de julho de 1980, apenas dois meses antes de completar 30 anos no ar, a Rede Tupi tem 7 de suas 10 concessões declaradas peremptas (termo jurídico que significa "não-renovável") pelo Governo Federal, a decisão foi publicada no Diário Oficial, no dia seguinte. Minutos antes do meio dia de 18 de julho de 1980, três engenheiros do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel) subiram ao décimo andar do edifício-sede da TV Tupi de São Paulo, na avenida Professor Alfonso Bovero, nº 52, no bairro do Sumaré, e lacraram os transmissores. Saíam também do ar a TV Tupi do Rio, a TV Itacolomi de Belo Horizonte, a TV Marajoara de Belém, a TV Piratini de Porto Alegre, a TV Ceará de Fortaleza, e a TV Rádio Clube do Recife.

Durante a manhã do dia 18 de julho de 1980, o processo de lacração da prosseguiu em outros pontos do país: às 9h20min foi a vez da TV Marajoara – Belém/PA; às 10h27min, TV Itacolomi – Belo Horizonte/MG; às 10h50min, TV Rádio Clube – Recife/PE; às 11h19min, TV Ceará – Fortaleza/CE e às 11h55min, TV Piratini – Porto Alegre/RS.

Um delegado da Polícia Federal e mais quatro agentes davam proteção aos engenheiros. Era o fim da Tupi. A emissora saía do ar exatamente 29 anos e dez meses depois de sua inauguração.

Das sete concessões declaradas peremptas, a última que saiu do ar foi a TV Tupi do Rio de Janeiro.
Em 17 de julho de 1980, os funcionários da estação iniciaram uma vigília de 18 horas, comandada pelo apresentador Jorge Perlingeiro, com o objetivo de impedir que o canal fosse fechado.
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Várias personalidades, como o cantor Agnaldo Timóteo e o humorista Costinha deram apoio aos funcionários. Mas nada adiantou.
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O momento mais dramático ocorreu na TV Tupi do Rio de Janeiro, canal 6. Foi organizada uma vigília que permaneceu no ar, ao vivo, durante quase vinte e quatro horas e que foi transmitida também para as afiliadas ainda restantes da Rede (com a greve de São Paulo, o Rio tornou-se a cabeça, ou seja, emissora geradora da programação nacional). Nessa maratona, foram proferidas pelos funcionários (e também por suas esposas) as mais variadas e desesperadas mensagens de apelo ao presidente Figueiredo, chegando ao ponto de se proporem a trabalhar sem receber pelo tempo que fosse necessário apenas para impedir que a emissora saísse do ar. O apoio recebido dos telespectadores encheu os funcionários de esperança, mas não foi suficiente para evitar o fim: 
às 12h33min de 18 de julho de 1980, após a reprise da missa realizada naquele ano pelo Papa João Paulo II no Aterro do Flamengo, seguida do choro dos cerca de 200 funcionários que lotavam os estúdios da Tupi no Cassino da Urca, o locutor Cévio Cordeiro leu, emocionado, um último apelo ao presidente da República,  ao final, entra no ar o slide com o último símbolo da emissora "Rede Tupi de Televisão” e, logo que os cristais dos transmissores são retirados, a televisão pioneira sai do ar.o sinal da Tupi do Rio era definitivamente cortado.
Durante o vídeo e a mensagem citados, os funcionários puseram na tela os dizeres:
"Até Breve, Telespectadores Amigos. Rede Tupi".
E, ao fim, aparecia o logotipo da TV Tupi.


Uma das frases mais marcantes no dia do fechamento foi:
"Nos deixe Trabalhar".
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Exatamente dois meses antes de completar trinta anos no ar, a Rede Tupi de Televisão fechava as portas. Agora, começava uma intensa batalha envolvendo os funcionários desempregados, o governo e grandes grupos empresariais interessados em entrar no ramo de televisão, como Abril, Jornal do Brasil (em sociedade com Walter Clark), Rádio Capital, Maksoud, Grupo Visão e Rede Rondon.

Após muita disputa, essa guerra se encerraria no dia 19 de agosto de 1981, com o anúncio dos dois grupos vencedores dessa concorrência: Silvio Santos (que, de forma inédita no mundo, no mesmo dia em que assina a concessão coloca as mesmas em funcionamento, inaugurando o Sistema Brasileiro de Televisão – SBT) e Bloch (que somente no dia 5/6/1983 iria estrear sua rede, a Manchete).

Os problemas que foram enfrentados pela Tupi durante a sua trajetória não foram capazes de impedi-la de conquistar o carinho do público brasileiro e escrever, graças ao talento e a genialidade dos seus fantásticos profissionais, muitas das mais belas páginas da história da televisão brasileira.
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Permanece, entretanto, um acervo de duzentos mil rolos de filmes, 6.100 fitas de vídeo tapes e textos de telejornais que contam 30 anos de muitas histórias do Brasil e do Mundo.

Terminava assim a primeira emissora de televisão do Brasil e da América Latina.


Divisão do Ativo da Tupi
Após o fechamento da TV Tupi em São Paulo, o governo federal passou o ativo da emissora para empresários a fim de formalizar um lobby com o governo militar.

Neste jogo, estava no páreo o Grupo Abril, a TVS (atual SBT) e o Grupo Bloch . Como na época a Revista Veja estava incomodando o governo com críticas, eles decidiram passar uma nova licença do canal 4 paulistano para a TVS, o canal 6 carioca para o Grupo Bloch e os outros ativos da emissora "prédio, equipamentos e outro canal não utilizado" para o Grupo Abril, toda está história pode ser conferida no documentário britânico “Muito Além do Cidadão Kane”.

Atualmente o prédio da emissora é a sede da Abril Radiodifusão, que gera o canal MTV Brasil.
Apesar de não conseguir a licença do canal 4 em VHF, necessário para realizar o projeto de criação de sua rede de televisão, depois de algum tempo o Grupo Abril conseguiu o seu canal em UHF. Após conseguir seu canal próprio, e com a maturidade da MTV Brasil no mercado, a Abril Radiodifusão efetuou em 2003 o pedido de várias licenças de RTV (retransmissão de canal) em várias localidades do país.

Este é um resumo a ser lembrado. Mas é uma decepção a TV Tupi não estar mais entre nós, principalmente por ser a pioneira, com sigo foi a história e a tradição de um veículo pioneiro, que grandes contribuições estariam dando hoje ao país ao seu povo. A Tupi sempre foi mal administrada, concebida sem concorrência, teve seu auge na década de 1950, sofreu grande concorrência na década de 1960, época revolucionária onde a audiência era pulverizada, nos anos 1970 em constante crise, chegando no início da década de 1980 a falir.

Com a TV Tupi foi a tradição de um ambiente restrito ao prédio onde ficava localizada na avenida Alfonso Bovero, bairro do Sumaré em São Paulo. Acabou-se o tempo em que astros e estrelas da emissora aproveitavam intervalos de trabalho para se reunir e comer algo na esquina onde se localiza até hoje a "Padaria Real".
Além da Saudade, ficou um acervo de 200 mil rolos de filmes, 6,1 mil de vídeo-tape e textos de tele-jornais que contam 30 anos de muitas histórias do Brasil e do Mundo.


A Briga na Justiça contra o 
Governo Federal

Os Diários Associados ganharam na Justiça em 1998, a ação indenizatória contra o Governo Federal, e terão de ser indenizados pela intervenção que resultou na perda de 5 dos 7 canais das Emissoras Associadas, que não enfrentavam dificuldades financeiras na época. Somente a TV Tupi de São Paulo e a TV Tupi do Rio estavam com salários atrasados. No caso do canal 6 carioca, boa parte de suas contas eram pagas pela Super Rádio Tupi do Rio, uma vez que a rádio e a TV faziam parte da mesma razão social (S/A Rádio Tupi). 
Na época, a lei previa que o governo federal teria de nomear um interventor para assumir a administração das empresas em dificuldades, afastando com isso os seus controladores, que a levaram a crise que estavam enfrentado, e somente em caso de falência, que não houve, é que caberia a decisão que foi tomada, o que não era o caso da TV Tupi de São Paulo, e nem da TV Tupi do Rio, pois seus patrimônios, imóveis, equipamentos, instalações, etc., cobriam as dívidas existentes.



Programação da Tupi
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Angelita, Gontijo, Virginia, Flávio, Ema, Angela, Linda e Dircinha
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Walter, Neyde, Nelly, Dalva, Frias, Nair, Angela, Bibi, Zezé, Costinha, Doris, Ilza, Yoná e Pery









Programas de Auditório e Variedades

Os programas de Auditório e Variedades, o “Espetáculos Tonelux”, de 1952, ficou na mente de muitas pessoas especialmente pelo seu comercial, protagonizado por Neide Aparecida – a maior garota propaganda da época – que, com toda a sua simpatia, olhava para a câmera e falava, pausadamente, o nome do patrocinador: “To... Ne... Luxxxxx!”
“Almoço com as Estrelas” (1956), comandado por Airton e Lolita Rodrigues, converteu-se numa verdadeira tradição aos sábados à tarde. Anos mais tarde, esse mesmo casal também comandaria, na Tupi, o “Clube dos Artistas” nas noites de sexta-feira. No Rio de Janeiro, J. Silvestre fazia história, quebrando todos os recordes de audiência, com os seus programas “O Céu é o Limite”, de perguntas e respostas, e o “Esta é a Sua Vida” (ambos de 1956).


Rancho Alegre
Dois dias depois da primeira transmissão, em 20 de setembro de 1950, estreou o primeiro programa humorístico, chamado Rancho Alegre protagonizado por Mazzaropi (ator e diretor), Geni Prado e João Restiff.
Mazzaropi foi o único a aparecer nas inaugurações da TV Tupi de São Paulo em 18/09/50 e na TV Tupi do Rio de Janeiro, em 20/01/51.
Duas vezes pioneiro, o grande "Mazza".
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João Restiff, Geny Prado e Mazzaropi
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Em 1956, Chacrinha estreou na televisão no programa Rancho Alegre, na TV Tupi, onde ele interpretou um xerife, numa paródia do western americano. Quando Abelardo Barbosa foi para a televisão já era nome consagrado no rádio carioca. Seu apelido Chacrinha também era muito conhecido e respeitado no meio artístico. Chacrinha iniciou na televisão em 1956, na Tupi carioca, com o programa Rancho Alegre. Dentro do programa havia um quadro chamado Discoteca do Chacrinha.
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Chacrinha na Tupi Rio


Almoço com as Estrelas
O programa "Almoço com as Estrelas" era exibido todos os sábados, das 12h30m às 16h, pela TV Tupi. E ficou 23 anos no ar. Três meses antes de a versão carioca estrear, o programa foi lançado em São Paulo, em 1957, comandado por J. Silvestre. Depois disso, a atração passou para o casal Airton e Lolita Rodrigues. No Rio, o programa foi comandado por Aérton Perlingeiro, que também comia de verdade na frente das câmeras e convidava para o rega-bofe, monstros sagrados do cinema e do teatro que aspiravam ao sucesso. Os convidados, por sua vez, não se faziam de rogados, comiam, pediam mais, bebiam cerveja e, de sobremesa, devoravam uma deliciosa torta. Mas, além de tudo isso, tinha o famoso peru com farofa, que ficou conhecido como o peru do Aérton. Os artistas, claro, não iam apenas almoçar na Tupi, aos sábados à tarde. Iam, principalmente, divulgar seus novos trabalhos. Aérton lançou no seu almoço nomes como Elza Soares, Dolores Duran e muitos outros. O mundo teatral era representado por grandes estrelas que tinham quase cadeira cativa por lá. Entre elas, Bibi Ferreira, Henriete Morineau, Sérgio Brito e Nathália Timberg. Por isso, Perlingeiro foi considerado o maior divulgador do teatro e da música e ficou em primeiro lugar no Ibope durante 23 anos. Ele também colecionou desafetos. Paulo Autran, por exemplo, era um deles. Aérton falou, ao vivo, que daria uma "sopa" ao mestre Paulo, que na época lançava a peça "Hello Dolly". No que Autran respondeu: "Quem está dando colher de chá sou eu, aparecendo no seu programa". O bate-boca não acabou aí. Perlingeiro terminou a conversa dizendo que tinha convidado Bibi Ferreira, mas como a atriz não pôde participar, contentou-se com Paulo Autran "para tapar o buraco", o público e os artistas adoravam.
Foi o primeiro programa em cores da TV Tupi. Havia filas de candidatos para sentar-se nas mesas daquele almoço e comer o peru do Aérton enquanto divulgava seus trabalhos.
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Ayorton e Lolita Rodrigues com Walter Seissel o palhaço Pimentinha


Clube dos Artistas
Em 1952, o "Clube dos Artistas" nasceu depois do "Almoço com as Estrelas".
Este nasceu no Rio de Janeiro com Lourdes Mayer, que com seu sorriso e simpatia conquistava o público da TV Tupi. Em São Paulo Lolita e Airton Rodrigues tomaram conta da atração, inicialmente apresentado por Homero Silva e Márcia Real.
Assim como no "Almoço com as Estrelas", o "Clube dos Artistas" também possuia comida para os convidados. Um palco no meio era rodeado por diversas mesas redondas, onde os convidados se deliciavam com as refeições servidas pelos garçons da Rede Tupi. Lolita e Aírton, assim como em seu outro programa, falavam das novidades que os convidados tinham suas opiniões e perguntas típicas de um programa de entrevistas, com puro entretenimento. A idéia era dar aos convidados, nos dois programas, um ambiente caseiro. No "Clube dos Artistas" o casal andavam de mesa em mesa, sendo que a mesa que ficavam em linha reta com o centro do palco era a que o casal começava a apresentar o programa, onde também descansavam e comiam. Este tinha rodadas de pizza, principalmente. E ia entre 80 à 100 artistas em cada programa! Foi no "Clube dos Artistas", de graça, que com a música espanhola Manuela, se revelou para vida artística Julio Iglesias, que foi aplaudido por todos - convidados, equipe técnica, apresentadores - por volta das três da madrugada. Foi sua primeira aparição na TV em todo o mundo. O sucesso veio em seguida, aos poucos.
Com o fim da Rede Tupi, Silvio Santos - que apresentava seu programa simultaneamente pela Tupi e pela Record (da qual ainda era dono na época) convidou o casal a continuar os dois programas na sua emissora. E foi feito um contrato de 1980 à 1985 para permanência do programa na Record.
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Lolita e Ayrton Rodrigues
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Discoteca do Chacrinha Buzina do Chacrinha
O sucesso de Chacrinha em 1956 foi tão grande que, no mesmo ano, a TV Tupi colocou-o na apresentação da Discoteca do Chacrinha até 1960.
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Chacrinha recebe a Orquestra Continental de Jaú na entrada dos estúdios da TV Tupi Rio
julho - 1960
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Chacrinha irreverente


Buzina do Chacrinha
Em dezembro de 1972 à 1978 Chacrinha voltou para a TV Tupi com a Buzina do Chacrinha. 
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Chamada da Buzina do Chacrina
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Chacrinha e as Chacretes
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Vale reparar também a "ousadia" (para a época) da roupas das bailarinas, que mais tarde ganhariam o nome de Chacretes e fariam escola em se tratando de programa de auditório.
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Cacrinha e as Chacretes
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Quem não se comunica, se trumbica!
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Além do Rancho Alegre, comandou a Hora da Buzina, programa de calouros onde distribuía buzinadas e abacaxis para os candidatos ao mundo da fama. Discoteca do Chacrinha, onde distribuía bacalhau para a platéia.
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Charge Chacrinha e o troféu Abacaxí
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Em seus programas, o Velho Guerreiro (apelido que ganhou de Gilberto Gil e foi eternizado na música Aquele Abraço) consagrou-se como um dos maiores fenômenos da comunicação de massa do Brasil.
Criou bordões e frases como:
"Eu vim para confundir e não para explicar",
"Na TV nada se cria, tudo se copia",
"Vai para o Trono ou não vai?",
"Vocês querem bacalhau?",
"Quem não se comunica, se trumbica",
e o célebre "Terezinhaaaaaaa", entre tantos outros.
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O Velho Guerreiro lançou para a fama inúmeros artistas. Seria quase impossível citar todos. Apenas como exemplo que certamente vale por mil: Roberto Carlos.
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Roberto Carlos e Chacrinha
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O Bacalhau:
- Quando o bacalhau encalhou nas Casas da Banha, seu patrocinador na TV Tupi, Chacrinha arrumou um jeito de reverter a situação. Durante o programa, virava-se para o auditório e dizia:
"Vocês querem bacalhau?", e atirava o peixe para o auditório, onde a platéia disputava a tapa o produto.
As vendas explodiram e Chacrinha explicou:
"Brasileiro adora ganhar um presentinho".
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LP do Chacrinha - 1972


A Grande Chance
Em 1966, é lançado mais dois programas na TV Tupi: "A Grande Chance" e "Sua Majestade é a Lei".
Em 1967, foi realizada a primeira final de "A Grande Chance" no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1968 realizou o programa "A Grande Chance" em Portugal.
Flávio Cavalcanti comandou os seguintes programas:
- 1957 - Um Instante Maestro (TV Tupi)
- 1966 - Júri na TV (TV Tupi)
- 1966 - A Grande Chance (TV Tupi)
- 1966 - Sua Majestade é a Lei (TV Tupi)
- 1970 - Programa Flávio Cavalcanti (TV Tupi)
- 1976 - Um Instante Maestro (TVS)
- 1978 - Programa Flávio Cavalcanti (TV Tupi)
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Flávio Cavalcante e o cantor Silva Cordeiro - 1969
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Programa de 30.10.1969
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LP - A Grande Chance


Programa Flávio Cavalcanti
Em 1970, estreou o "Programa Flávio Cavalcanti" na TV Tupi do Rio.
Em 1973 teve seu programa suspenso pela censura militar, mesmo sendo considerado amigo e aliado da chamada "Revolução de Março".
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Flavio Cavalcanti - 1974
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O Programa Flávio Cavalcanti chegou a responder por um terço do faturamento do canal, ao dominar 70% da audiência.
Em 1973, a Globo criou novo programa para os domingos, no mesmo horário: o Fantástico. Não abalou Flávio Cavalcante. Sem papas na língua, dizia o que pensava, no ar. Quebrava discos de Caetano. Reclamava da voz de Ney Matogrosso e Maria Bethânia. Dizia que John Lennon desvirtuava a juventude. Entrevistou John Kennedy, sem saber uma palavra de inglês.
Moralista e, às vezes, reacionário, não deixava ninguém indiferente, pelo carisma que tinha. Foi sucesso sem precedentes e jamais imitado.
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Flávio Cavancanti - 1976
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Em 1º de maio de 1974, o apresentador de televisão Flávio Cavalcanti  divulga em seu programa na TV Tupi, às 21h15 um furo de reportagem: 
A canção Grandola, Vila Morena, que foi usada como senha pelos militares que no dia 25 de abril daquele ano derrubaram o governo militar salazarista em Portugal. A gravação foi ensaiada naquele mesmo dia para a apresentação por Roberto Leal, Maria Alcina e Antonio Campos. Note-se que o apresentador fala em movimento, não em revolução ou ditadura, pois o Brasil estava então sob o pleno controle do regime militar que subiu ao poder em 31 de março de 1964 e seria temerário inspirar comparações entre o acontecido em Portugal e a situação no Brasil.
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Programa Mauro Montalvão
O programa aqui exibido é da extinta TV Rio, mas é para conhecer o apresentador que fez programa semelhante na TV Tupi do Rio de Janeiro.
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Programa Hebe Camargo
Hebe Camargo estreou em maio de 1974 ficando até fevereiro de 1975 na TV Tupi.
Programa patrocinado pela Erontex, de Eron de Oliveira.
Direção-geral Wilton Franco, supervisão Nilton Travesso (só até agosto) e depois Solando Ribeiro.
Produção-geral (atualmente denominado produção-executiva) de Edna Teresa Guimarães.
Produção de Mario Tadeu Soares e Lucimara Parisi.
Programa gravado na Cidade da TV, no Sumaré, no estúdio M - Térreo.
Cenários e abertura Sergio Pinheiro e Américo Bittar.
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Hebe Camargo que lançou Raul Gil
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Hebe Camargo - década 1970
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Derci Gonçalves e Hebe Camargo


Pinga Fogo 
“Pinga Fogo”, programa lançado em 1962, converteu-se num marco do jornalismo brasileiro ao apresentar, ao vivo do auditório da Tupi, grandes entrevistas com os nomes mais importantes do cenário nacional, contando sempre com um renomado time de jornalistas.
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Entrevista de Chico Xavier em 28.07.1971


Programa Blota Junior
Foi um acontecimento marcante do começo dos anos 1970. Tinha ocorrido Woodstock, os jovens se rebelavam contra o militarismo marcado pelo Vietnam, o homem pisava na Lua pela primeira vez, os hippies pregavam o amor livre e vi pela primeira vez Easyrider.
Neste contexto o Joelho de Porco era a rebeldia inteligente, uma espécie de Cavalo de Tróia musical.
O Joelho nasceu de apresentações do MONA.

 Joelho de Porco em sua estréia, no Programa Blota Junior da TV Tupi, SP, 1973
Da esquerda para a direita: Conrado (piano), Rodolfo (baixo), Tico (violão), Próspero (bateria) e Waltão (guitarra).

Cronologia
Década de 1950
A Vida É Assim
Al Neto Comentando
Alô Doçura
A Tupi lançou em 1953, impulsionada pelo sucesso de I Love Lucy, a série de comédia romântica Alô, Doçura! nos mesmos moldes do programa norte-americano. A série consagrou o então jovem casal Eva Wilma e John Herbert.
Alô, Doçura! era exibido uma vez por semana, passando, mais tarde, a ter dois episódios semanais. Foi a primeira série no Brasil em formato “sitcom” (“situation comedy”), com histórias apresentadas em forma de esquetes com duração de 15 minutos, centradas nos problemas de comunicação entre um homem e uma mulher. Em cada episódio, os atores interpretavam personagens diferentes, em geral as histórias eram encenadas em auditório, incorporando a reação do público.
Alô, Doçura! foi criada para o rádio por Otávio Gabus Mendes, pai de Cassiano, e recebeu o título de O Encontro das Cinco e Meia. No rádio o casal era interpretado por Haydée Miranda e Paulo Maurício. Cassiano Gabus Mendes adaptou o programa para TV Tupi de São Paulo e a partir de 1957 o programa passou a ser transmitido, ainda ao vivo, para o Rio de Janeiro, obrigando seus atores a viajar entre o Rio e São Paulo constantemente.
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John Herbert e Eva Wilma
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O Casal Doçura
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Tupi
De 1953 a 1964
Criação de Cassiano Gabus Mendes
Roteiros e direção de Cassiano Gabus Mendes
Fonte: revista TV Séries
Elenco:
EVA WILMA
JOHN HERBERT
MÁRIO SÉRGIO
MARLY BUENO
Bastidores
O ator Mário Sérgio deixou o elenco em 1954, quando foi substituído por John Herbert.
Foi durante essa produção que Eva Wilma e John Herbert se casaram, em 1955, ganhando o apelido de "Casal Doçura". Os dois decidiram deixar a carreira e a série saiu do ar, voltando poucos meses depois.
Durante a produção Eva ficou grávida duas vezes: de Vívian (1958) e John Júnior (1960), sendo que em alguns episódios, a personagem que representava também estava grávida; em outros, a gravidez era disfarçada. Em gravidez mais avançada, Eva foi substituída pela atriz Marly Bueno.
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Eva Wilma e John Herbert
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Trilha Sonora
Músicas interpretadas por
Poncho e seu
Piano Romântico e Orquestra:
TOO YOUNG
THE MAN I LOVE
CRY
MY FOOLISH HEART
AGAIN
DREAM
STELLA BY STARLIGHT
DANCING IN THE DARK
MOONGLOW
EMBRACEABLE
MY BLUE HEAVEN
CLAP TO HANDS
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Clube do Papai Noel - 1951
Apresentado por Homero Silva juntamente da garota Sonia Maria Dorce.
Era tão querido pelas crianças que, ganhou o apelido de Papai Noel.
As atrações do programas eram: malabarismo, mágica, humor mas a principal atração era os calouros mirins.
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Sonia Maria Dorce, apresentadora
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Espetáculos Tonelux
Falando Francamente
Feira de Amostras
História do Teatro Universal
Histórias de Além-Túmulo
O Anfitrião
O Céu É o Limite
Programa educativo, iniciou em 1954. De todos os programas, porém, o de maior público era “O Céu é o Limite” (1955), apresentado por Aurélio Campos. Consistia em perguntas formuladas a um um convidado com conhecimento de algum assunto. As questões valiam prêmios em dinheiro que ia sendo acumulado na medida em que o candidato desse respostas corretas. Um único erro afastava-o do programa. O candidato podia abandonar o programa quando quisesse e nesse caso levava o prêmio acumulado. Em meados de 1956, Paulo Sergio da Fonseca, respondendo sobre Atletismo, abiscoitou o premio de Cr$ 160.000 cruzeiros. Com o aumento do público de TV, não só os patrocinadores começaram a fazer maiores investimentos em publicidade (em 1956, a Votorantin gastava Cr$ 300.000 cruzeiros mensais em “O Céu é o Limite”). Em 1953 a vedete Mara Rubia ganhava 25.000 cruzeiros na Tupi de São Paulo e outro tanto na Tupi do Rio.
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Aurélio Campos
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Aurélio Campos
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Jota Silvestre comanda o programa
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Jota Silvestre
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O jogo do programa
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O Teatro e a História
Os Melhores da Semana
Melhores da Semana, programa de premiação de 1955. Um programa que dava premiações aos artistas que mais se destacaram durante a semana. Concorriam aqueles da dramaturgia, música, jornalismo e outros.
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Pinga-Fogo
Programa Aerton Perlingeiro
Ritmos S. Simon

Em 1952, Waldir Calmon começou a apresentar o programa semanal "Ritmos S. Simon", pela TV Tupi, e posteriormente pela TV Rio. O programa permaneceu dez anos no ar e transformou-se em um disco-brinde que o patrocinador, as lojas S. Simon, oferecia a seus clientes. 
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Waldir Calmon e seu piano
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Seja Você o Detetive!
Senhora Opinião
Teatro de Comédias
Teatro Gebara
Teatro Policial
TV na Taba
Walter Forster e Homero Silva inauguraram o primeiro programa de TV do País, TV na Taba. De gravata preta, os dois atores apresentaram números de humor e música, no melhor estilo do rádio. O Show na Taba 1950 foi um grande show inaugural da TV TUPI, recheado de músicas, discursos, atos teatrais, tudo dando a idéia do tipo de atrações que teria na Tupi.
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Lia Marques

Década de 1960
Entre abril e junho de 1968, a Tupi lançou uma nova programação que tinha como objetivo retomar a liderança, mas os resultados não foram satisfatórios. Nesse contexto, Cassiano Gabus Mendes voltou a dirigir a emissora (agora como superintendente) e comandou uma das maiores (se não a maior) virada da história da televisão. As novidades trazidas por ele foram sopros de modernidade e inovação que poucas vezes se viu.

As novelas da Tupi começaram a imprimir uma dinâmica inovadora, revolucionária e bem brasileira na teledramaturgia com novidades como, por exemplo, a abordagem de temas do cotidiano dos telespectadores, o uso de um tom coloquial nos diálogos (abandonando os formalismos), a criação de diversos núcleos com histórias quase independentes, a possibilidade de se fazer uma crítica social e familiar através da história, o surgimento de personagens com os quais o espectador se identifique com facilidade, eliminaram-se os “ganchos” forçados no fim dos capítulos, os atores passaram a ter marcações mais livres em cena, entre muitas outras novidades que formam a base da telenovela brasileira até hoje.

Dessa fase, três grandes produções destacam-se pelo enorme sucesso: “Antônio Maria” (novela escrita e dirigida por Geraldo Vetri), “Nino, o Italianinho” (escrita, produzida e dirigida também por Geraldo Vetri) e o fenômeno “Beto Rockfeller” (escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Lima Duarte).

O impacto causado pelas novidades da Tupi na dramaturgia forçou a Globo a modificar radicalmente seu núcleo de novelas, antes comandado pela cubana Glória Madagan. As contratações de Janete Clair, Daniel Filho, além de autores, diretores e atores da Tupi e da recém-fechada Excelsior, logo revertem o jogo do Ibope a favor da Rede Globo, tendo como marco inicial dessa virada a novela “Véu de Noiva”.

Além das telenovelas, destacavam-se na programação as séries internacionais e os programas de auditório e entrevistas, especialmente “Almoço com as Estrelas”, “Clube dos Artistas”, Aerton Perlingeiro, Cidinha Campos, Flávio Cavalcanti e Silvio Santos com o seu “Cidade Contra Cidade”.

Caravela da Saudade
Chacrinha
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Chacrinha está de costas
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Cidade Contra Cidade
Domingo da Bondade
Sua Família, Sua Fortuna
Um Instante Maestro

Décadas de 1970 e 1980
O sucesso de suas atrações populares, a falência da Excelsior e o enfraquecimento da Record (causado pelos sucessivos incêndios) colocaram a Tupi na vice-liderança isolada de audiência, mas muito atrás da Rede Globo que, desde o ano de 1970, ocupava, confortavelmente, a liderança nacional de audiência.

Em 1971, um fato impressionante mudou os rumos da história das duas maiores TVs do Brasil e forçou o quase desaparecimento dos programas de auditório. Num mesmo domingo de setembro daquele ano, Flávio Cavalcanti e Chacrinha levaram para os seus palcos a mesma atração:
Uma mãe-de-santo, Dona Cacilda, que recebia “Seu Sete de Lira”, um exu do Umbanda. Despachos e rezas ao vivo, banho de pinga na platéia, tumulto envolvendo mais de 5.000 pessoas e até mortes aconteceram naquela noite envolvendo essa apresentação.

A repercussão extremamente negativa desses acontecimentos forçou mudanças: Flávio Cavalcanti vai para a TV Rio e a Tupi estréia em seu lugar o “Hoje é Dia de Show”, que consegue manter, durante algum tempo, índices parecidos com o do antecessor do horário. Enquanto isso, a Globo cancela os programas de Dercy Gonçalves e, no lugar do Chacrinha, entra no ar o “Fantástico”. O único que se mantém no ar é Silvio Santos, pelo fato de não ser contratado da emissora, e sim “inquilino” dela, já que ele pagava pelo horário que ocupava.

Durante toda a década de 1970, outras ótimas e bem-sucedidas novelas são apresentadas pela emissora: “Jerônimo, O Herói do Sertão” (série de 1971 e regravada pelo SBT em 1984); “Mulheres de Areia” (original de 1973 e regravada pela Rede Globo exatamente vinte anos depois); “O Machão” (1974); “A Viagem” (de 1975, reprisada em 1980 e regravada pela Globo em 1994); “Ídolo de Pano” (um dos maiores sucessos da Tupi nessa fase, apresentado entre 1974 e 1975); “Xeque-Mate” (1976); “O Profeta” (produzida originalmente em 1977 e regravada pela Globo em 2007); Aritana (1978) e “Gaivotas” (1979).

Em fevereiro de 1973, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias lançaram “Os Trapalhões” nos domingos da Tupi. Em janeiro de 1977, o programa se transferiu para a Globo.

Um ponto alto da trajetória da Rede Tupi (e também da TV brasileira) eram as transmissões dos concursos de “Miss Brasil” e “Miss Universo”. A primeira aconteceu em 1951, logo quando o evento foi oficializado, e esteve no ar até o último ano da emissora, em 1980.

Na segunda metade dos anos 1970, a crise financeira se agrava ainda mais rapidamente na emissora, com os constantes atrasos de salário e a já enorme dívida com a Previdência Social. A fim de recuperar os índices de audiência do passado, a Rede Tupi trás para a sua grade muitos programas de auditório comandados por grandes nomes como Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Hebe Camargo, Moacyr Franco, Carlos Imperial, J. Silvestre e Silvio Santos. Silvio havia encerrado seu contrato com a Rede Globo e, em julho de 1975, passou a apresentar seu programa de domingo na Rede Tupi em conjunto com a Record e a TVS.

Entre 1977 e 1978, Mauro Salles ocupou a vice-presidência executiva da Tupi, enquanto Guga de Oliveira (irmão de Boni) foi para a superintendência de produção e programação, numa nova tentativa dos Diários Associados de sanear suas finanças e tornar a emissora novamente competitiva. Mas devido à divergências internas, os dois acabaram saindo em apenas três meses. Nesse mesmo ano é lançado o remake de “O Direito de Nascer”, com uma das maiores promoções já realizadas na história da TV, mas que não obteve um retorno à altura dos investimentos e serviu para aprofundar ainda mais a crise.

Ainda em 1978, Walter Avancini assume o cargo que era ocupado por Guga de Oliveira. As manhãs e tardes passam a ser tomadas por programas religiosos e séries antigas. À noite, são lançadas as novelas “Dinheiro Vivo” e “Como Salvar Meu Casamento”. Aos domingos, após o Flávio Cavalcanti, às 22h, é apresentado “Abertura”, programa criado, produzido e dirigido por Fernando Barbosa Lima e que, através de grandes entrevistas e quadros dinâmicos e variados, apresentava ao Brasil o novo momento político que começava a nascer.

Em paralelo a estréia desses programas, uma novidade aparece nas tardes de segunda a sexta da emissora Associada: o “Aqui e Agora”, um dos primeiros a apresentar dramas pessoais como grande atração. A TVS, em 1981, relançaria essa atração com a mesma equipe, só que com outro nome: “O Povo na TV”.

Abertura
Agência Lig-Pag
Brasil Som
Programa Carlos Imperial
Programa Sílvio Santos (atualmente no SBT)
Rio Dá Samba
Ronnie Von
Programa Show de Turismo
Este programa era apresentado por Paulo Monte.

Eventos
Concurso Miss Brasil
O Miss Brasil 1969, ocorreu no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1969, com transmissão pela TV Tupi. Vera Fischer, de Santa Catarina, venceu o concurso. Vinte e quatro candidatas disputaram o título.
Resultados
Miss Brasil 1969: Vera Lúcia Fischer (Santa Catarina)
As colocações seguintes foram:
Miss Brasil Internacional 1969 (2° lugar): Maria Lúcia Alexandrino dos Santos (São Paulo)
Miss Brasil Mundo 1969 (3° lugar): Ana Cristina Rodrigues (Rio Grande do Sul)
4° lugar: Mara de Carvalho Ferro (Guanabara)
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Vera Fischer, Marta Vasconcelos, Maria Glória
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O Miss Brasil 1979, aconteceu no Ginásio Presidente Médici, Brasília, DF, com promoção da TV Tupi e dos Diários Associados. Marta Jussara da Costa foi a primeira Miss Brasil do Rio Grande do Norte coroada. As colocadas seguintes, Suzane Ferreira de Andrade e Léa Silvia Dall'Acqua foram eleitas, respectivamente, Miss Brasil Internacional e Miss Brasil Mundo. Vinte e cinco candidatas disputaram o título de Miss Brasil 1979.
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A Corte 1979
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As candidatas
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O Miss Brasil 1980, foi realizado no Ginásio Presidente Médici, Brasília, DF. Eveline Schroeter, do Rio de Janeiro, foi eleita Miss Brasil 1980. 
Vinte e seis candidatas disputaram o título. Foi a última edição promovida pela TV Tupi, e também a última em que foram escolhidas as representantes brasileiras no Miss Universo, Miss Mundo e Miss Internacional num único concurso, fato esse que voltaria a acontecer em 1998.
Fernanda Boscolo de Camargo,  é a quarta representante do Estado de São Paulo a obter o título de Miss Brasil Internacional em 1980, ficando em segundo lugar no concurso nacional (Miss Brasil) realizado nesse ano.
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Fernanda Boscolo - Miss Brasil 1980
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Concurso Miss Universo
O ponto alto da Tupi era as transmissões do Concurso de Miss Universo, que começaram em 1951, desde a oficialização do concurso e terminaram em 1980, quando saiu do ar.
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 Ieda Maria Vargas - Miss Universo 1963
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Chegada do Homem na Lua
Em Julho de 1969, os primeiros homens pisam na Lua. Como os demais brasileiros e telespectadores de muitos outros países, acompanharam a aventura de Neil Armstrong, Aldrin e Collins, numa transmissão ainda em preto-e-branco conjunta das emissoras Tupi e Globo. Isso foi possível porque o Brasil havia inaugurado, meses antes, as estações de Tanguá e Itaboraí, para comunicações via satélite, e em 1968 já havia colocado em operação a Rede Nacional de Microondas, com o sistema de transmissão por satélites Telstar.
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O homem na lua - 1969
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Marlene Dietrich
Fez sua primeira aparição em televisão na TV Tupi do Rio de Janeiro em 1959.


No estúdio não entrava ninguém, somente a orquestra e os membros da equipe.
Naquela noite toda a TV mais movimentada do que nunca, Marlene Dietrich ia cantar. O show estava marcado para às 10 e 1/2 da noite.
Na salinha de auditório um aparelho de televisão estava ligado, as cadeiras completamente ocupadas, gente sentada no chão e em pé. Havia uma imensa curiosidade.
Jací Campos (popular diretor e produtor da televisão, conhecido por "Câmara 1") apareceu em cena, vestindo smoking e servindo como mestre de cerimônia para apresentar Marlene.
O cenário era bonito e simples: apenas uma cortina clara e um candelabro.
Então surgiu a bela figura esguia de Marlene Dietrich.
Olhou para a câmara de televisão e disse "Hello", com aquela voz grave e acariciante.
A personalidade de Marlene conquistou logo o auditório.
A estrela respondia em inglês, Jací Campos traduzia para o público e fazia novas perguntas. Marlene sorria e falava sobre sua vida, sua carreira, como começou, sobre Joseph Von Sternberg, sobre América, sobre ter sido soldado na guerra, sobre medalhas que recebeu...
Cantou "Falling in Love Again", "The Boys in the Backroom".

No Intervalo
Marlene apresentou-se com um vestido de lamé dourado, de mangas compridas, sem decote e sem transparência, na época, seria impossível na televisão usar um de seus vestidos de gaze, postos por sobre o corpo.
Depois veio uma bouquet de palmas coloridas. Marlene sorriu. Cantou mais uma vez. Falou com Jací Campos. Despediu-se. Deu as costas para a câmara e foi embora.
O corredor do estúdio estava cround e opened way quando ela passou.
Rapidamente foi para o seu camarim, largando atrás de si uma onda de curiosidade e admiração.
Na rua havia uma multidão esperando por ela. Para poder sair Marlene teve que ser auxiliada pela Polícia de Choque. Ela, porém, foi mais esperta. Atravessou, pelo segundo andar, um terraço que ligava os dois edifícios da então TV Tupi (antigo Cassino da Urca) e saiu no outro edifício. Pegou um carro, ligeiramente, e se foi.
Texto: MAX EDUARDO ZIEMER

Os Jackson 5 no Brasil
Em 1974, o Jackson 5 veio ao Brasil e fez uma apresentação na TV Tupi., a Tupi já passava o desenho animado dos Jackson Five na sua programação.
Michael Jackson, então com 16 anos, passava por uma mudança na voz.
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Os Jackson nos estúdios da Tupi - 1974
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O desenho animado dos Jackson 5
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Programa Roberto Carlos
O Programa de Roberto Carlos em 1966 e seus convidados.
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A modelo Iris Letieri e o cantor norte americano Earl Grant

Esportivo
Comendo a Bola
Replay
Rede Tupi de Notícias - Esportes
Redação Esportes


Eventos Esportivos
Copa do Mundo de 1970
Copa do Mundo de 1974
Copa do Mundo de 1978
Futebol Dente de Leite

Carnaval
Já no início a Tupi transmitiu muitos bailes de carnaval na década de 1950 em São Paulo e direto da TV Tupi do Rio de Janeiro, desfiles do grupo Especial e do grupo de Acesso.
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Carnaval 1980 - Desfile do Grupo A do Rio de Janeiro a última transmissão da Tupi de carnaval

Infantis
Aventuras do Carequinha
Clube do Capitão Aza
Também na programação infantil a TV Tupi se destacou com o Clube do Capitão Aza, programa diário de segunda a sexta-feira, interpretado por Wilson Vianna, criado em 1966, onde os clássicos do desenho animado como Speed Racer e séries como Ultraman e Ultraseven foram apresentadas.
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O herói Ultraman
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O Capitão AZA, é assim mesmo com Z, comandava a gurizada. AZA era um experiente piloto da FAB. Em plena ditadura militar, o personagem foi criado como homenagem a um falecido herói da FAB, chamado Azambuja, que lutou na Segunda Guerra Mundial, conhecido por AZA entre os colegas do Circo Bombril.
A chamada:
“… Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil!, aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante e chefe das forças armadas infantis deste Brasil”.
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Assim começava o programa do Capitão AZA. Ele era o ídolo da molecada. Programa diário, de segunda a sexta, ficou no ar durante 14 anos, apresentando desenhos animados e séries hoje consideradas clássicos como: A Feiticeira, Jeannie é um Gênio, Speed Racer e Corrida Maluca.

Nota: O apresentador ao mencionar "Sumaré", referia-se à estação da TV Tupi, instalada no morro do Sumaré no Rio de Janeiro. Coincidentemente, em São Paulo, o bairro onde ficavam as instalações da TV Tupi, também era no Sumaré.
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Clube do Mickey
Apesar do show ter se tornado popular, ABC decidiu cancelar o show depois da quarta temporada com a Disney. O cancelamento em 1959 foi atribuída por fatores diversos: Os estúdios da Disney não realizaram margens de altos lucros por vendas merchandise, os diretores ficaram desinteressados no programa de educação para crianças, e muitos comerciais foram necessários para pagar o show. Depois de cancelar The Mickey Mouse Club, ABC também recusou deixar a Disney Show ir ao ar em outra emissora. Walt Disney colocou um processo em cima da ABC, e ganhou os prejuízos; de qualquer modo, ele teve que concordar que ambos, Mickey Mouse Club e Zorro não podiam ir ao ar em outra emissora importante.
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Clube da Gurilândia
Estreou em 1955 à 1976, oriundo do rádio. Inicialmente chamava-se Gurilândia. Ficou no ar durante 21 anos. Misturava crianças-prodígios e mães corujas vigilantes.
A meninada cantava com Ângela Maria e Dalva de Oliveira, declamava versos de Castro Alves e tocava instrumentos.
A abertura de Gurilândia era um hino que todos sabiam de cor:
"Unidos pelo mesmo ideal/ Daremos ao Brasil um canto triunfal/ De fé, amor e esperança/ Elevando a alma de criança."
A cantora Sônia Delfino, aos nove anos, foi o cartão de visita do programa. Dava autógrafos para outras crianças, fazia anúncios de produtos.
Nessa mesma época outra criança foi contratada no Clube do Guri do Rio Grande do Sul: Elis Regina.
Outras artistas e cantoras famosas se apresentaram na Gurilândia, como Wanderléia, Rosemary, Neide Aparecida, Leni Andrade e Elisângela.
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Programa Clube do Guri
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Clube do Guri em Porto Alegre - RS, patrocínio da Neugebauer
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Teatrinho Trol
Dez anos de sucesso de 1956 à 1966 do programa infantil da Tupi, onde eram encenadas histórias clássicas como Chapeuzinho Vermelho, Cinderela. O Teatrinho Trol tinha bruxas e princesas, castelos e florestas encantadas, gelo seco e neve de sabão, óperas e boas histórias do teatro e da literatura mundial. No início o Teatrinho Trol era feito ao vivo, com quatro ou cinco cenários diferentes, trocados na maior correria nos intervalos. Depois passou a ser feito em vídeoteipe. 
Moacyr Deriquem era ator e produtor do programa.
Interpretaram,  Fábio Sabag, Fernanda Montenegro, entre outros.
Norma Blum era atriz, que costumava fazer o papel de princesa ao lado de Roberto Cleto, o príncipe. Participaram também como princesas:
Carmem Silva Murgel, Íris Bruzzi e Neide Aparecida.
A bruxa era Zilka Salaberry, adorada pela garotada.
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Zilka Salaberry
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Escolinha do Carequinha
Pim Pam Pum
Os Pankekas
Sabatinas Maizena
O Gato Félix
Teatrinho Kibon

Humorísticos
A Bola do Dia
Alô, Doçura!
Apertura
Balança Mas Não Cai
A Escolinha do Ciccilo
Ministério das Relações Domésticas
Trapalhadas do Oscarito
Uma Pulga na Camisola
Os Trapalhões
"Os Trapalhões", que apareceram na TV Excelsior e 1966 com o título "Adoráveis Trapalhões", porém formados por Renato Aragão, Dedé Santana, Ivon Cury, Ted Boy Marino e Vanusa. Durante o final dos anos 1960 e início de 1970, na TV Record, eram chamados de "Os Insociáveis" (sem Ivon Cury, Ted Boy Marino e Vanusa, mas já com Mussum).
No início da década de 1970, a TV Tupi estreou um novo humorístico "Os Trapalhões", no formato que a TV Globo iria absorver, com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
Com piadas que zombam dos estereótipos e jargões, como
Ô, psit,
Ô, da poltrona,
Camuflar,
Cuma?,
Poupança,
Até 1975, ficaram na Tupi, mas em 1976 eles foram para Rede Globo, nas tardes de domingo durante anos.
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Os Trapalhões

Jornalísticos
O Jornalismo da TV Tupi era constituído basicamente por entrevistas e programas de debate. O noticiário era ainda muito calçado nas notícias retiradas de jornais. Em meados dos anos 1950 começaram a aparecer as equipes de reportagem da TV em busca das notícias com reportagens filmadas em 16 mm (câmeras de cinema, pois as câmeras de TV eram muito grandes e pesadas para saírem do estúdio).

No Jornalismo, o programa pioneiro foi o “Imagens do Dia”, exibido logo no segundo dia da TV Tupi e que não possuía horário fixo (ia ao ar entre 21h30min e 22h). O grande telejornal do Tupi nasceria somente no dia 1/4/1952: o “Repórter Esso”, originado do radiojornal homônimo. Muitos fatos marcantes foram registrados pela “testemunha ocular da história” (slogan do telejornal), que também trazia os destaques internacionais da agência UPI. Cada emissora Associada possuía um locutor diferente na condução do noticiário. O “Repórter Esso” permaneceu no ar até 1970, depois de sofrer com a fortíssima concorrência do primeiro telejornal transmitido em rede nacional do Brasil: o “Jornal Nacional”, da TV Globo.
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Caminhão de externa da TV Tupi no Clube Banespa, para transmitir os "Bailes de Carnaval" que na época eram famosos - 1954
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Abertura
Aqui e Agora, O Povo na TV
Diário de São Paulo na TV
Edição Extra
Apresentado por Mauricio Loureiro Gama e José Carlos de Morais (o tico-tico), diariamente ao meio dia.
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José Carlos de Morais (o tico-tico)
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Imagens do Dia
Jornal da Tupi
Mappin Movietone
Rede Tupi de Notícias
Repórter Esso
No jornalismo a TV Tupi repetiu na tela o sucesso do Repórter Esso, que marcou época no rádio brasileiro a partir de 1941. Os locutores Heron Domingues e Gotijo Teodoro entravam no ar com as últimas notícias nacionais e internacionais ao som de um dos mais famosos prefixos musicais da história do rádio e televisão brasileiros. O famoso telejornal "O Repórter Esso" (que ficou 18 anos no ar).
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Telejornal Brahma
Telejornal Tupi
Telenotícias Panair
Ultranotícias

Apresentadores
- Luiz Jatobá, um dos maiores locutores do planeta, em todos os tempos, de voz muito grave e articulação perfeita, foi contratado pela CBS, durante a Segunda Guerra, para (de Nova Iorque) narrar esse conflito europeu. Foi também contratado pela Metro, a companhia cinematográfica.
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Luiz Jatobá
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- Hilton Gomes era presença e voz para apresentar grandes eventos e artistas, era sempre visto no Jockey Club da Gávea no Rio de Janeiro.
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Hilton Gomes
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- Murilo Neri e Jatobá Gomes, dominavam o inglês e entrevistavam personalidades estrangeiras, foi o locutor oficial dos Grandes Prêmios Brasil de Fórmula 1 e apresentou Rita Pavone, no auge do sucesso da então jovem cantora italiana.
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Murilo Neri
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Ana Maria Braga, para custear os estudos em São Paulo trabalhou na TV Tupi, entre 1974 e 1980, virou apresentadora do programa “Replay”, que era uma espécie de Vídeo Show, produziu e dirigiu o programa “Agora Boa Tarde”, apresentou o telejornal “Panorama” e comandou o musical “Grande Parada”, junto com o ator Tony Ramos. A beleza da jovem loira chamou a atenção da TV Globo, que a chamou para atuar na novela Sem Lenço Nem Documento, de 1977.
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Ana Maria Braga

Seriados
As Séries Nacionais foram as primeiras aventuras, “Falcão Negro” (1954), “Alô Doçura” (1955), com Eva Wilma e John Herbert, e “Vigilante Rodoviário” (1961).

"Sozinho no Mundo", da TV Tupi (Rio e São Paulo) e toda a cadeia nacional Associada lançaram Guto (cinco anos), filho do cantor Moacyr Franco. revista veja 25/9/68 pag.77. Guto é hoje o diretor do Programa do Didi na TV Globo.
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Guto
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As Séries Internacionais de maior sucesso também eram apresentados na emissora, como “Rin-Tin-Tin”, "Os Três Patetas", “Perdidos no Espaço”, “Thunderbirds”, “A Feiticeira”, “Jeane é um Gênio”, “Zorro”, “Ultraman”, “Nacional Kid”, “Speed Racer” e “Bonanza” (programa especialmente produzido pela NBC a pedido da RCA como forma de testar e apresentar a mais nova tecnologia desenvolvida pela empresa naquele momento: a TV em cores).
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Os Three Stooges (Três Patetas no Brasil) foram um grupo cômico norte-americano do século XX.
Mais conhecidos por seus primeiros nomes.
Larry (Larry Fine) (Filadélfia, Pensilvânia, EUA, 5 de outubro de 1902 - Woodland Hills, Los Angeles, Califórnia, EUA, 24 de janeiro de 1975)
Moe (Moe Howard) (Brooklyn, Nova Iorque, EUA, 19 de junho de 1897 - Los Angeles, Califórnia, EUA, 4 de maio de 1975).
Curly (Jerome Lester Horwitz) (Brooklyn, Nova Iorque, EUA, 22 de outubro de 1903 - San Gabriel, Califórnia, EUA, 18 de janeiro de 1952).

Os três tornaram-se famosos por trabalharem em vários filmes e estrelarem diversos curta-metragens, que apresentavam invariavelmente demonstrações extremamente físicas e algumas vezes polêmicas da técnica de humor pastelão da trupe. 
A série televisiva de Os Três Patetas já foi exibida por praticamente todas as emissoras de TV brasileiras, desde a década de 50, na antiga Rede Tupi. As últimas emissoras que exibiram a série foram a Rede Globo, na década de 70, a Rede Record, entre meados da década de 80, a TV Guaíba, de Porto Alegre na década de 90.
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Joe DeRita
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Shemp Howard, o pateta "bonitão", participou de 77 destes curtas, substituindo seu irmão Curly.

Irreverentes e totalmente amalucados, arrancaram muitas gargalhadas em 143 episódios inesquecíveis. Utilizando linguagem simples e abusando do humor pastelão, o grupo tornou-se imortal na memória de seus fãs e referência para grandes produções no cinema de humor até os dias de hoje.
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Os três eram seis Patetas
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Ultraman estreou na TV Tupi em 1974, durante o programa do Capitão Aza.
Em 1976, passaria a ser exibida, diariamente, ao meio dia, saindo do ar após 1 ano e meio, quando deu espaço ao seriado “Mundo Animal”.
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Batman andava meio esquecido até que o produtor William Dozier apresentou pra ABC a idéia de criar uma série sobre Batman e Robin, mas a intenção era combater o crime fazendo com que o espectador se divertisse com isso. Dozier trouxe uma filosofia diferente ao personagem, muita ação e humor eram os ingredientes principais de “Batman e Robin”.
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A ABC aceitou produzir a série, pois imaginava que ali estaria um bom produto para divertir o público jovem. Adam West foi chamado para viver o Homem-Morcego e Robin foi interpretado por Burt Ward.
A galeria de vilões vinha do primeiro time do teatro e da TV como Cesar Romero (Coringa), Frank Gorshin (Charada), Burguess Meredith (Pingüim), Julie Newmar (Mulher-Gato) e Vincent Price (Cabeça de Ovo).
Em 12 de janeiro de 1966 o primeiro episódio "Hey Diddle Riddle" (algo como o O Enigma que Engana) entrou nas casas da América. Foi um estrondoso sucesso, para os adultos por causa dos atores convidados que representavam os vilões, e para as crianças por causa dos "POWs,"SPLATT"s","WHACKs"... que representavam as onomatopéias dos quadrinhos e pela dinâmica das cenas com tomadas pouco convencionais com planos inclinados e outros recursos.
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Banana Splits fez muito sucesso a partir de 1968, era um seriado infantil, que misturava bonecos com desenhos. 
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Durante o programa eram apresentados alguns videoclipes e desenhos animados para as crianças. Apesar do nome, não havia nenhuma banana no palco, apenas Fleegle um cachorro, Bingo um gorila, Drooper um leão e Snorky um elefante.
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A série surgiu quando Hanna-Barbera decidiu criar um desenho animado chamado The Banana Bunch, mas nove meses antes de começarem a produzir o desenho, decidiram transformar os personagens em animais vivos. A primeira temporada do seriado foi um sucesso, já a segunda não obteve os mesmos resultados, pois as crianças achavam estar vendo reprises, pois os cenários eram os mesmos, só os diálogos eram diferentes. Em meados dos anos 70, 187 espisódios da série foram editados para meia hora de duração, e foi essa versão que chegou ao Brasil.
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Os desenhos dentro da série Banana Splits:
Cavaleiros da Arábia
Desenho criado em 1968 e que contava as aventuras de valentes guerreiros, nas mil e uma noites. A princesa Nida, é mestra nos disfarces, Fariik, é um mágico, Raseen, é um homem muito forte, Bez, pode de transformar em qualquer animal com a frase "Do tamanho de um...elefante" e se transforma em um elefante, Zazu, é um burrinho que quando puxam o seu rabo se transforma num pequeno furacão e dá coices para todos os lados. O Príncipe Turhan, é um nobre que teve seu trono roubado pelo traiçoeiro Baakar. Juntos tentam recuperar o reino do príncipe.
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No Brasil esta série foi apresentada pela TV Tupi na década de setenta com o nome de O Pimentinha. Também nessa mesma época circulavam gibis do travesso garoto, admirado por pessoas de diversas idades.
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Dennis, o pimentinha

Desenho Animado
O Pica-pau foi o primeiro desenho animado a ser exibido na TV brasileira, na extinta TV Tupi, um dia após a sua inauguração, no dia 19 de Setembro de 1950. Nessa época, os desenhos eram exibidos com a dublagem original, pois a dublagem em português só surgiria em 1957. A primeira emissora de televisão a transmitir os curta-metragens do Pica-Pau com dublagem em português foi a TV Record, na década de 1960.
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A Pantera Cor de Rosa (The Pink Panther) é uma co-produção estadunidense e britânica de 1963, do gênero comédia, dirigida por Blake Edwards.
Foi exibida pela primeira vez no Brasil na Rede Tupi de Televisão em 1972, sendo o primeiro desenho em cores da emissora paulista, era exibida sempre depois da novela Bel Ami antes da linha de shows da emissora.
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Heckle and Jeckle (Faíca e Fumaça)
Os corvos mais malucos de todos os desenhos animados. Foram produzidos pela Terrytons para a Warner em 1946 e transmitidos por vários canais de televisão no Brasil, nos anos 60, 70 e 80. A série era muito agitada e os nossos amiguinhos viviam em apuros, sempre por causa de alguma plantação de milho que resolviam atacar.
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Kaiju Senso
Membros de uma organização secreta, os agentes são cyborgs, liderados por um cientista. O grupo tinha como missão defender o Japão de um inimigo obscuro. Lutando contra robôs cibernéticos, espiões e membros de organizações secretas, cada um dos nove agentes possuia poderes diferentes como telepatia, vôo, permanência em baixo d'água e disparo de mísseis pelos cotovelos e joelhos. A única agente mulher (003) possuia super audição e o principal agente (009) tinha super força e uma pistola de raios. Juntos, defendiam nosso planeta dos inimigos.
A série foi criada por Shotaro Ishinomori em 1968, em preto e branco, pela produtora Toei e exibido no Brasil entre 74/76 pela TV Tupi de São Paulo.
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A Formiga e o Tamanduá, série dos anos 70 onde um tamanduá trapalhão e azulado perseguia incessantemente uma formiga vermelha espertalhona. A velha caçada de gato e rato, aqui vivida por um tamanduá e uma formiga. Boa série que foi transmitida pela TV Tupi de São Paulo. A série foi criada pela produtora Depattie Freleng nos anos 70. A mesma de Bom-bom e Mau-mau, Pantera Cor-de-Rosa, Toro e Pancho e a Cobrinha Azul.
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A Formiga e o Tamanduá
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A série de King Kong narrava as aventuras de um professor chamado Bond e seu filho Bobby e sua irmã Susan que viviam numa remota ilha de Mondo, numa selva pré-histórica com outros animais como dinossauros, por exemplo, depois de caírem acidentalmente na ilha e serem salvos por King Kong, um imenso gorila pré-histórico. Depois disso Kong vira uma espécie de mascote da família e também um grande amigo de Bobby, o que deixava sua irmã perplexa, dos dois serem tão amigos.
Freqüentemente a ilha era visitada por um capitão chamado Englehorn que era muito amigo do professor e entre os vilões normalmente estavam o Dr. Who, um cientista que era alucinado para capturar Kong, juntamente com seus comparsas. Também havia criado um robô idêntico a Kong chamado Mechani-Kong, criado pelo Dr. Who. No Brasil, esta série foi exibida pela TV Tupi na década de 70.
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Título Original: The Herculoids
Produção: Estúdios Hanna-Barbera
Ano/País: de 1967 á 1969 (EUA)
Emissora: CBS
Emissora no Brasil: TV Tupi
Duração: Aproximadamente 8 minutos 
Criado pelo gênio dos quadrinhos, Alex “The King” Toth, os Herculóides é um desenho de ficção científica onde um cientista (Zandor), sua esposa (Tara) e filho (Dorno) habitam o planeta Quasar e contam com a ajuda de animais da fauna alienígena - os Herculóides – para defender seu planeta de invasores e demais ameaças.
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Fãs da Tupi 
A Tupi tinha área destinada ao atendimento dos fãs do grande elenco da emissora, e atender no possível suas solicitações.
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Equipe Técnica
Muitos trabalharam com a pioneira e ali aprenderam para desempenhar o melhor nas outras emissoras de Televisão.
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Equipe o rapaz à direita é o famoso Russo em início de carreira
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O cantor Carlos Ramirez, vestido de gala, ao centro, rodeado de técnicos, à esquerda, o diretor de TV, Luis Gallon.
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TV Tupi SP - 1955

Prêmio Tupiniquim
Era dado pela Emissoras Associadas de São Paulo (TV Tupi), em luxuosas festas no Teatro Municipal de São Paulo. Em 1961 o prêmio foi dado junto com o Troféu Imprensa e foi abolido.

Foto do acervo do Centro Cultural São Paulo: Agnaldo Rayol cantando, em 1960. Ao fundo, Hebe Camargo, entre outros.
Prêmio TUPINIQUIM (1957-1961):

Personagens da Tupi
Muitas artistas e pessoas passaram ou trabalharam na Rede.
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As irmãs cantores, Dircinna e Lida Batista nos estúdios da TV Tupi SP
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Fábio Jr num clique dos anos 1970, quando trabalhava na TV Tupi
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Yara Lins, desde o início da Tupi
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Clodovil e Hebe Camargo
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Chacrinha
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Chacrinha e as Chacretes

Telenovelas
Telenovela - foi invenção da Tupi, que as exibia em capítulos semanais e era capaz de ousadias como mostrar beijo na boca. Foi em 1951, na novela Tua Vida Me Pertence, que Vida Alves deixou-se beijar pelo galã Walter Forster.

A primeira Novela foi, “Sua Vida me Pertence” (1951), protagonizada por Walter Foster e Vida Alves. Nessa novela, também foi feito o primeiro beijo da TV brasileira, que não passou de um simples “selinho”, mas que, mesmo assim, causou grande impacto na sociedade conservadora da época. Foram apenas 20 episódios de, em média, quinze minutos cada um, ao vivo, exibidos duas vezes por semana.
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Vida Alves e Walter Foster
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Teleteatro - a TV de Vanguarda foi o principal programa de teleteatro da TV Tupi. Encenava peças brasileiras e estrangeiras, se transformando no mais importante laboratório para formação de atores, diretores, e muito mais técnicos da TV.

“O Grande Teatro Tupi” estréia em 1951 e faz história apresentando adaptações dos maiores clássicos do teatro e da literatura internacional, além de lançar na TV grandes nomes como Bibi Ferreira, Cacilda Becker, Cláudio Marzo, Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Francisco Cuoco, Glória Menezes, Maria Della Costa, Nathália Timberg, Procópio Ferreira, Rolando Boldrin, Sérgio Britto (que também foi, por algum tempo, diretor do programa), Tarcísio Meira e Zilka Salaberry. Outros teleteatros de sucesso foram “TV de Vanguarda” (1952), “Câmera Um” (1956) e suas histórias de terror, além do infantil “Teatrinho Trol” (1956).
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1964 - Teleteatro "Teatro de Comédia"
Direção: Odair Marzano.
Elenco: Ida Gomes, Carlos Koppa, Francisco Milani, Castro Gonzaga e Yara Sarmento.

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Cronologia de novelas e outros eventos apresentados na grade de programação da Rede Tupi de Televisão, de sua inauguração até o encerramento:

Década de 1950

1950
Rancho Alegre
A Vida Por Um Fio (Teleteatro)
Teatro Walter Forster (Teleteatro)
Teatro Madalena Nicol (Teleteatro)
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1951
Grande Teatro das Segundas Feiras
Também Conhecido como Grande Teatro Tupi ou Tele-teatro.
Sua Vida me Pertence
Produção da Tupi-SP - Escrita e produção de Walter Foster, com a atriz pioneira do primeiro beijo na televisão (um selinho ou beijo técnico como dizia Vida Alves), entre Vida Alves e Walter Foster. Vale ressaltar que nessa época os capítulos das novelas eram vinculados somente duas vezes por semana. Exibida ao vivo a partir de 21 de dezembro de 1951, ia ao ar somente duas vazes por semana, às 20h. A trama terminou com cerca de vinte capítulos, que duravam apenas 15 minutos. O próprio Forster atuou nessa produção, ao lado de Vida Alves, Lia de Aguiar, José Parisi, Barbara Fazio, Rubens Greiffo, João Restiffe, Dionísio Azevedo Lima Duarte, entre outros.
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Cenas da novela
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1952
Um Beijo na Sombra
Noivado nas Trevas
Meu Trágico Destino
De Mãos Dadas
Sítio do Picapau Amarelo
O Sítio do Picapau Amarelo foi o programa infantil de 1952. O valoroso e contínuo Sítio, escrito por Monteiro Lobato, era recheaado de personagens inusitados, era fonte de imaginação para as crianças. Nessa época, direção de Júlio Gouveia, o programa foi considerado pela crítica como o que de melhor existia e fazia em gênero infantil na TV. Lucia Lambertini foi a Emilia do sitio do Pica Pau Amarelo. Um dos grandes programas da televisão dos domingos pela manhã dos anos 1950.
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Emilia - Lucia Lambertini
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TV de Vanguarda (Teleteatro)
O programa "TV DE VANGUARDA" revelou a primeira geração de atores, atrizes e diretores. Foram apresentadas peças como Hamlet, de Shakespeare, e Crime e Castigo, de Dostoievsky.
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Uma Semana de Vida
Rosas Para Meu Amor
Drama de Uma Consciência
Vestidos da Minha Vida
Direto ao Coração
Eternos Apaixonados
Empregnados Corações
Maria Caxuxa
O Julgamento de João Ninguém (episódio de TV de Vanguarda)
Teleteatro O Julgamento de João Ninguém – TV Tupi – 1952. Emissora pioneira na América Latina, inaugurada em 1950, a TV Tupi veiculou todos os gêneros de programação, destacando-se nos anos 50 pela produção de teleteatros com os programas TV de Vanguarda e Grande Teatro Tupi.
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José Parisi, Maria Cecília, Lima Duarte, Dionísio Azevedo e o diretor Cassiano Gabus Mendes 
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Tribunal do Coração
Revista Feminina
Produção de 1958, embora não tenha sido o primeiro programa feminino, foi o pioneiro a ter uma produção contínua através dos anos, marcando assim época na TV. Diversas mulheres abrilhantaram a TV ao usarem charme e inteligência a serviço do entretenimento: Lolita Rios e Maria Tereza Gregori na Revista Feminina e Lourdes Lebert e Elizabeth Darci no programa No Mundo Feminino.
Mesmo sendo encerrado na Tupi (década de 1960), o programa Revista Feminina continuou a existir, sendo transmitido por muitos anos pela TV Bandeirantes.
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1953
Coração Delator
O Último Inverno
Segundos Fatais
Na Solidão da Noite
Minha Boneca
Ímpeto
Os Humildes
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
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Aladim e a Lâmpada Maravilhosa.
Abismo
A Viúva
As Aventuras de Berloque Kolmes
48 horas com Bibinha
Os Anjos Não Tem Cor
Escrita por Ribeiro Filho, dirigida por Cassiano Gabus Mendes e transmitida ao vivo pela Tupi-SP em 1953, Os Anjos Não Têm Cor conseguiu abordar a questão racial brasileira em sua trama principal. Um feito que transformou o ator Arnaldo Lima, mais conhecido como Azeitona, no primeiro negro a protagonizar uma telenovela no país.
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1954
"Espetáculo deslumbrante"- visão de luzes "chovendo sobre São Paulo", diz o diário da noite do dia 10/7/1954. 30 milhões de triângulos prateados, iluminados por refletores antiaéreos. 500 mil paulistanos foram às ruas apreciar a festa, organizada por Enéas Machado de Assis, diretor da TV tupi de São Paulo.
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Luzes no centro de São Paulo
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Sangue na Terra
Pinocchio
Labakam,O Alfaiate
O Homem Sem Passado
O Grande Sonho
Aventuras de D. Quixote
Encruzilhada
O Falcão Negro
Alô Doçura
O Destino Desce de Elevador
As Aventuras de Red Ringo
Ciúme
Amor de Perdição
Teatrinho Kibon
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1955
Seu Pepino
As Professoras
Kim
Jane Eyre
Os Irmãos Corsos
Os Dez Mandamentos
Bocage
Oliver Twist
A Mão de Deus
Caminhos Sem Fim
A Sogra que Deus me Deu
Engenho das Almas
Legionário Invencível
Posto Avançado
Miguel Strogof
Sitio do Picapau Amarelo (TV Tupi- Rio de Janeiro)
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1956
Robin Hood
A Família Boaventura
César e Cleópatra
Bidu e Bimbim
O Conde de Monte Cristo
Heidi
E o Vento Levou...
O Cavaleiro de Pardaillan
Seu Tintoreto
Scaramouche
O Palhaço
O Pimpinela Escarlate
Aimberê, o Pequeno Guerreiro
Uma Historia de Ballet
Douglas Red
Pollyanna
Caminhos Incertos
Grande Teatro Tupi (TV Tupi - Rio de Janeiro) (Teleteatro)
A Moreninha
O Tempo e o Vento
Coração Versos Coração
Caminhos da Vida
Teatrinho Troll ou Vesperal Troll (Teleteatro)
Histórias do Teatro Universal (Teleteatro)
História e Música (Produção de Cassiano Gabus Mendes)
Câmera Um (Teleteatro)
Teatro Moinho de Ouro (Teleteatro)
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1957
O Último Inverno
As Solteironas
Cristovão Colombo
A Canção de Bernadete
Arsène Lupin
O Volante Fantasma
Lever no Espaço
Os Três Mosqueteiros
Coração Inquieto
O Pequeno Lorde
A Vida com Eliane
O Pequeno Mundo de Dom Camilo
O Corcunda de Notre Dame
Em 1957 Lolita Rodrigues estreiou como atriz no TV de Vanguarda, fazendo a Esmeralda do Corcunda de Notre Dame, dançava, cantava e tocava castanholas.
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Lolita Rodrigues
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TV de Comédia (Teleteatro)
Havia também de teleteatro na Tupi o Tv de Comédia, criado por Geraldo Vietri em 1958, exibia peças mais leves e engraçadas. Era apresentado quinzenalmente alternando-se com o TV de Vanguarda.
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Alô Doçura (TV Tupi - Rio de Janeiro)
Teatro de Novelas Coty
Produções do teatro de novelas, Alma Roubada, Depois da Tempestade, Ventos da Primavera, O Dragão de Ouro, A Canção de Bernadete, Semente de Amor (1959), A Rosa de Nossa Vida, A Triste Canção do Vento.
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Teatro Lar Feliz (Teleteatro)
Teatro Mesbla (Teleteatro)
Os Homens Querem Paz
Teatro das Nove e Meia (Teleteatro)
Teatro Paulo Porto (Teleteatro)
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1958
A Única Verdade
Sublime Obsessão
Simbad o Marujo
A Princesinha
Pollyana Moça
Nicholas (O Jardineiro Espanhol)
A Muralha
O Jovem Dr. Ricardo
Aventuras de Marco Polo
Marcelino, Pão e Vinho
TV Teatro (Teleteatro)
Primavera
Os Dez Mandamentos
Suspeita
Máscara de Ferro
George Sand
Os Miseráveis
Sétimo Céu
Rosto Marcado
Somos Dois
A Viuvinha
Noites Brancas
Ali Babá e os Quarenta Garçons
O Retrato de Dorian Gray
Retrato de Dorian Gray (1958) - Peça que mostrou em sua história as fases de envelhecimento do personagem Dorian Gray, história baseada no livro "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, adaptado para encenação teatral.
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1959
Uma Carta Para Você
O Sertão Desaparecido
O Jardim Encantado
Fim de Semana No Campo
Doutor Jivago
O Cisne Encantado
Adeus Mr. Chips
Doce Lar Teperman
A Conquista Que Não Fiz
Mulherzinhas
Trágica Mentira
José do Egito
Anki Tô Eu
Angélika
Alma Branca
Urgente-Um Namorado Para Sheila
Um lugar ao Sol
A Ponte de Walterloo
A Moreninha
Adolescência
Semente de Amor
A Herança Maldita
A Mão e a Luva
O Doce Mundo de Guida
Minha Mulher é Um Anjo
Eu Sou o Tal
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1959

Década de 1960


1960
Serelepe
Sangue na Terra
O Príncipe e o Pobre
Nascida Para o Mal
Há Um Broto no Meu Futuro
Há Sempre o Amanhã
Gabriela, Cravo e Canela
A transição dos folhetins ao vivo para os pré-gravados começou em 1961 com Gabriela, Cravo e Canela, estrelada por Janete Vollu de Carvalho e Renato Consorte como Nacib, TV Tupi-RJ. No entanto, como ainda não havia os recursos da edição, todas as cenas tinham de ser gravadas na ordem e de uma só vez. No dia em que o personagem Mundinho Falcão entraria na trama, o capítulo foi ensaiado exaustivamente. Tudo correu bem até a última cena, quando o ator Magalhães Graça – para desespero do diretor Maurício Sherman, esqueceu a sua única fala! Conclusão: o trabalho de um dia inteiro foi jogado no lixo, E a equipe inteira quis matar o colega.
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Esta Noite é Nossa
O Diário de Suzie
Ana Karenina
Destino Amargo
O Feijão e o Sonho
A Irreparável
Uma Tragédia Americana
O Último dos Morungabos
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1961
Pablo, O Índio
Olhai os Lírios no Campo
Adeus as Armas
Vigilante Rodoviário
Produção TV Tupi-SP, 1961. Foi a primeira série filmada no país, sendo exibida regularmente toda quarta-feira,às 20:05h. O vigilante Carlos, vivido pelo então assistente de produção Carlos Miranda, patrulhava as estradas pilotando uma motocicleta ou um carro Sinca Chambord, tendo a companhia do cachorro pastor alemão “Lobo”. Após a exibição dos 38 episódios, diversas reprises tornariam o herói cultuado por muitas gerações. O astro do programa tomou tamanho gosto pela vigilância que ingressou na Polícia Militar Rodoviária em 1965.
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Vigilante Rodoviário e seu cachorro Lobo
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1962
A Única Verdade
Todas as Mulheres do Mundo
Senhora
Prelúdio, A Vida de Chopin
A Noite Eterna
A Intrusa
A Estranha Clementine
Cleópatra
Casinha Pequenina
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1963
Terror Nas Trevas
A Sublime Aventura
Moulin Rouge, A Vida de Tolouse Lautrec
Klaus, O Loiro
As Chaves do Reino
O Jardineiro Espanhol
Ritinha Salário Mínimo
A E I O Urca
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1964
A Gata
Alma Cigana
Gutierritos, o Drama dos Humildes
O Direito de Nascer
O primeiro mega sucesso em telenovelas aconteceu , em 1964, com “Direito de Nascer” de 1964 - Original Cubano de Félisi Caignet, antigo sucesso do rádio, adaptado pela Tv Tupi que em 176 capítulos fez o público brasileiro chorar até não poder mais e transformou o elenco em celebridades, desfilando em carros de bombeiro por várias cidades. No papel principal, uma das grandes damas da arte de representar no Brasil, Nathalia Timberg, deu vida – e que vida- à trajetória dramática da irmã Maria Helena e seu filho enjeitado. A trama caiu tanto no gosto popular que virou marchinha de carnaval.
Curiosidade: na hora de sua exibição o consumo de água e energia diminuía consideravelmente, em todas as cidades em que foi exibida.
No Rio de Janeiro, seu capítulo final foi representado ao vivo no estádio do Maracanã!
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Tupi - 21h30
282 capítulos
De 7 de dezembro de 1964 a 13 de agosto de 1965
Novela de Talma de Oliveira e Teixeira Filho
Baseada no original de Félix Caignet
Direção de Lima Duarte, José Parisi e Henrique Martins
A estória:
Havana, Cuba, 1899. A jovem Maria Helena de Juncal, filha de um dos homens mais importantes e poderosos de Havana, Dom Rafael Zomora de Juncal, está apaixonada por Alfredo Martins, filho de Dom Ramiro Martins, ex-sócio e inimigo do pai da moça. Eles sempre se encontram às escondidas e a única pessoa que sabe desses encontros é a negra Dolores, confidente de Maria Helena e empregada dos Juncal há muitos anos. Em uma de suas conversas, Maria Helena revela o que Dolores já desconfiava: a menina engravidou de Alfredo. As duas se desesperam, pois Dom Rafael jamais aceitaria esse neto bastardo.
Alfredo não aceita o filho e sugere aborto, deixando Maria Helena revoltada, pois quer ter o filho de qualquer maneira. Seus pais ficam sabendo da gravidez e Dom Rafael, revoltado, exige saber o nome do amante da filha. Maria Helena não diz, ele a surra e amaldiçoa o próprio neto. Ao descobrir que Alfredo Martins é o pai da criança, Dom Rafael obriga o rapaz a casar com sua filha, mas Maria Helena não aceita e ele manda Dolores e Maria Helena para uma de suas fazendas, onde ninguém poderá descobri-las. Dom Rafael instrui seu criado Bruno para que o chame apenas dias antes do parto.
A criança nasce um menino, que é chamado de Alberto. Dom Rafael ordena que Bruno mate o bebê. Enquanto Maria Helena e Dolores dormem, Bruno rouba a criança e foge para o cafezal. Dolores desperta e pressentindo o que está para acontecer, sai correndo pela casa, rouba uma arma de Dom Rafael e vai atrás de Bruno pelo cafezal. Dolores encontra Bruno com uma faca tentando matar Albertinho no meio da mata. Ela atira em Bruno, que cai desmaiado, enquanto ela foge com o bebê. Maria Helena acorda, procura por Dolores e Dom Rafael diz que ela fugiu com a criança.
Maria Helena volta para sua casa em Havana e não é mais a mesma menina, está triste e angustiada, não se conforma com o ato de Dolores. O casal Juncal faz de tudo para que ela se alegre e esqueça do passado. Maria Helena conhece Jorge Luís, afilhado da Condessa Victória, uma das maiores fortunas de Havana. Apesar de namorar Emília, melhor amiga de Maria Helena, Jorge Luís se apaixona por Maria Helena e marcam o casamento. A família Juncal está novamente feliz, pois parece que Maria Helena encontrou seu caminho. Mas ela conta seu segredo a Jorge Luís e ele rompe, casando-se enfim com Emília. Dom Rafael fica irado e abandona Maria Helena na porta de um convento.
Dez anos se passam, Dolores e Albertinho moram agora em Santiago e começam a surgir problemas: na escola os amigos de Albertinho vivem dizendo ao garoto que Dolores não é sua mãe pois ela é negra e ele branco. Apesar de tudo Albertinho ama muito Dolores e a trata como mãe, Mamãe Dolores. Dom Rafael descobre Dolores e Albertinho, e eles fogem para Havana. Maria Helena, já uma freira, continua muito triste pensando em seu filho. Na mansão dos Juncal ocorre os preparativos para o casamento de Dora Juncal, irmã mais nova de Maria Helena, e Ricardo Monte Verde.
Por uma coincidência, Jorge Luís se encontra com Albertinho, que lhe presta um favor. Albertinho convida Jorge Luís para ir a sua casa. Convivendo com a família, começa a desconfiar que ele é filho de Maria Helena. Jorge Luís acompanha o crescimento e banca os estudos de Albertinho em Havana que se torna um famoso médico.
Anos depois, Dom Rafael sofre um acidente grave precisando de transfusão de sangue. Albertinho, já médico formado, ouve a notícia no rádio, se oferece como doador e salva a vida do homem, sem saber que ele é seu avô. Os anos e ironias da vida mostrarão que Dom Rafael, o avô poderoso, estava errado. O neto bastardo o salva da morte e acaba se casando com sua neta, Isabel Cristina.
Este original cubano de 1946 é sempre lembrado por ter os ingredientes necessárias para chegar às emoções do ser humano. Sua história, por incrível que pareça, não apresenta nenhum mistério que o telespectador só saberá ao final. Ao contrário, o público é quem sabe de tudo. Os personagens em cena se entrelaçam sem se conhecer suficientemente para admitir seus laços familiares. A expectativa se restringe em ver a reação de cada um ante novas revelações.
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Isaura Bruno e Amilton Fernandes
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Para proteger o recém-nascido da adoção por estranhos a empregada negra da família Maria (Mamãe) Dolores foge com ele e o cria como seu filho até sua formatura.
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O encerramento desse primeiro grande sucesso da teledramaturgia teve uma festa no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, e no dia seguinte, a façanha seria repetida com maior repercussão no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O estádio superlotado dava uma mostra do poder das novelas sobre as massas. Numa espécie de neurose coletiva, o povo gritava o nome dos personagens e chorava por Mamãe Dolores, Maria Helena e Albertinho. Nesse tumulto, a atriz Guy Loup (que passou a assinar por um bom tempo o nome de sua personagem, Isabel Cristina) chegou a desmaiar ante a emoção. Na verdade, nenhum ator brasileiro, em qualquer época, tivera as honras de tanta ovação.
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Nathalia Timberg e Amilton Fernandes
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Antes da apresentação na TV, O Direito de Nascer já havia sido sucesso no rádio.
Em São Paulo, através da Rádio Tupi, com Wálter Forster interpretando Albertinho Limonta.
No Rio de Janeiro, através da Rádio Nacional, sendo a voz do protagonista interpretada por Paulo Gracindo. Ambas as apresentações são da década de 50.
Nos anos 1960, a TV Tupi ainda não era uma cadeia de televisão. A Tupi de São Paulo era independente da Tupi do Rio de Janeiro, e havia uma forte desavença entre as duas estações.
Essa divergência gerou um fato curioso:
O Direito de Nascer era produzida pela Tupi paulista, e como o diretor da Tupi carioca não queria prestigiar programas realizados em São Paulo, a Tupi carioca não transmitia a novela. A atração foi então apresentada pela TV Rio, onde conquistou o maior sucesso e levou os índices de audiência da estação às alturas.
Daniel Filho menciona em seu livro O Circo Eletrônico:
"Grande sucesso no rádio, a Tupi do Rio de Janeiro não aceitou colocar O Direito de Nascer no ar. Mas o Boni, pessoalmente, junto com o Wálter Clark, comprou os direitos da novela. Félix Caignet, o autor cubano, que vivia no México, quis receber o pagamento em dinheiro vivo. Dercy Gonçalves e David Raw foram os portadores dos dólares, que viajaram costurados no casaco de pele da Dercy, e trouxeram os textos originais. A TV Record de São Paulo não se interessou pelo Direito de Nascer, mas Cassiano Gabus Mendes, diretor da TV Tupi, aceitou produzir a novela para exbição em todo o Brasil, deixando a praça carioca para a TV Rio".
A novela teve dois remakes: o primeiro produzido pela própria Tupi em 1978, com Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer vivendo Maria Helena e Albertinho Limonta.
O segundo remake foi gravado em 1997 e apresentado em 2001 pelo SBT, com Guilhermina Guinle e Jorge Pontual como protagonistas.
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Elenco:
NATHÁLIA TIMBERG - Maria Helena
AMILTON FERNANDES - Albertinho Limonta
ISAURA BRUNO - Mamãe Dolores
GUY LOUP - Isabel Cristina
JOSÉ PARISI - Dom Jorge Luís Belmonte
ELIZIO DE ALBUQUERQUE - Dom Rafael Zamora de Juncal
MARIA LUIZA CASTELLI - Conceição
ROLANDO BOLDRIN - Dom Ricardo de Monteverde
VININHA DE MORAES - Dorinha
HENRIQUE MARTINS - Dom Alfredo Villareal Martins
CLENIRA MICHEL - Condessa Victória de Monteverde
LUIZ GUSTAVO - Osvaldo
ADRIANA MARQUES - Rosário
MÍRIAM KERR - Graziela
VERA CAMPOS - Julinha
MARCOS PLONKA - Dom Mariano
LÉO ROMANO - Ramon
JANE BATISTA - Dona Assunção
GENÉSIO CARVALHO - Fabiano
XISTO GUZZI
OSWALDO LOUREIRO
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O Segredo de Laura
O Sorriso de Helena
Quando o Amor é Mais Forte
Quem Casa com Maria?
Se o Mar Contasse
O Acusador
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1965
A Cor de Sua Pele
A Outra
Ana Maria, Meu Amor
Fatalidade
O Cara Suja
O Mestiço
O Pecado de Cada Um
O Preço de uma Vida
Olhos que Amei
Teresa
Um Rosto Perdido
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1966
A Inimiga
A Ré Misteriosa
Calúnia
Ciúmes
O Amor Tem Cara de Mulher
Várias histórias, sempre com o mesmo tema - problemas conjugais, amorosos - contadas a partir de um instituto de beleza. Cada história tinha a duração de uma semana.
Embora estivesse nove meses no ar, não apresentou o mesmo sucesso alcançado na América Latina, mudando duas vezes de horário.
Todavia, a sua sinopse lembra Locomotivas do próprio Cassiano Gabus Mendes.
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Tupi - 19h
De 2 de março a novembro de 1966
De Cassiano Gabus Mendes
Baseada no original de Nene Castellar
Direção de Cassiano Gabus Mendes
VIDA ALVES - Laura
CLEYDE YÁCONIS - Vanessa
EVA WILMA - Marcela
ARACY BALABANIAN - Matilde
LUIZ GUSTAVO - Paulo
SÉRGIO GALVÃO
TONY RAMOS
CARLOS EDUARDO DOLABELLA
ANA ROSA - Norah
ANA MARIA NABUCO
MARTA GREISS - Betina
MARLY MARLEY
MARCOS PLONKA
LISA NEGRI
JAIRO ARCO-E-FLEXA
WALMOR CHAGAS - Carlos
DINA SFAT - Maria Luísa
ADEMIR ROCHA - Danny
MARLENE FRANÇA
VININHA DE MORAES
MYRIAN PÉRSIA
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O Anjo e o Vagabundo
Os Irmãos Corsos
Somos Todos Irmãos
Terras do Sem Fim (Tv Tupi do Rio de Janeiro)
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1967
A Hora Marcada
A Intrusa
A Ponte de Waterloo (1967)
Águias de Fogo (série)
Angústia de Amar
Encontro com o Passado
Éramos Seis
Estrelas no Chão
Meu Filho, Minha Vida
O Jardineiro Espanhol
O Pequeno Lord
Os Rebeldes
Paixão Proibida
Presídio de Mulheres
Yoshico, um Poema de Amor
Em janeiro de 1967, ela estreiou a novela "Yoshico, um poema de amor", Rosa Miyake  fazia o papel da garota do título.
Na trama, Yoshico mantinha um romance proibido com o personagem interpretado pelo ator Luis Gustavo.
Rosa Miyake foi apresentadora, cantora, garota propaganda.
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Rosa Miyake
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1968
Amor Sem Deus
Antônio Maria
A era dos dramalhões chegava ao fim com Antônio Maria que retomou para as sete da noite o horário de novelas para a TV Tupi, horário esse que havia sido eliminado devido à baixa audiência registrada pelo Ibope.
A novela começou sem muitas promessas. No início agradou a colônia portuguesa, que se sentiu homenageada. Mas no terceiro mês já era campeã de audiência.
Antônio Maria foi um marco na história da teledramaturgia brasileira. Primeiro porque os personagens eram pessoas com qualidades e defeitos, aumentando a identificação com o público. E depois, porque a linguagem usada não tinha nada de rebuscada, se aproximando mais do coloquial.
A novela também dava oportunidade aos atores criarem tipos. A começar pelo protagonista que rendeu a Sérgio Cardoso críticas positivas que até então só havia recebido por seu trabalho no teatro. O ator ficou com a marca registrada: o galante português que recitava Camões e que, na noite de Natal (o capítulo foi ao ar na véspera do Natal de 1968), brindou a todos com um monólogo homenageando as coisas simples da vida.
Para viver o personagem, Sérgio Cardoso (juntamente com Geraldo Vietri, autor e diretor) conversou com dezenas de portugueses de todas as categorias: desde o cônsul e o vice-cônsul de Portugal em São Paulo, até donos de bares e armazéns, todos contribuíram para que seu personagem tivesse o vocabulário e o sotaque lisboetas. Antônio Maria chamava automóvel de "máquina", terno de "fato", as moças de "meninas" e o patrão de "vossa excelência". Mas por causa do seu sotaque, não conseguiu melhor emprego que o de motorista.
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Tupi - 19h
De julho de 1968 a 30 de abril de 1969
Novela de Geraldo Vietri e Wálter Negrão
Direção de Geraldo Vietri
Sinopse:
Nascido em Lisboa, Antônio Maria Alencastro Figueroa vem tentar a sorte no Brasil, onde se emprega como motorista particular na casa do Dr. Adalberto Dias Leme, dono de uma cadeia de supermercados de São Paulo. Logo ganha a confiança do patrão, que passa a tratá-lo como um amigo e lhe permite usar os automóveis da família nas horas de folga. E ganha mais: a amizade das  filhas do Dr. Adalberto, Heloísa e Marina, que, naturalmente, se apaixonam por ele. O chofer assume a posição de conselheiro familiar após a decadência financeira gerada por Heitor de Lima, noivo de Heloísa.
Outro imigrante português, Fernando Nobre, dono de uma panificadora, oferece-lhe sociedade, mas Antônio Maria, inexplicavelmente, prefere continuar como empregado. Por que motivo Antônio Maria quer ficar na casa do Dr. Adalberto? Que vida ele levava em Portugal? Por que aceitou um emprego humilde sendo um moço de trato fino?
Na realidade Antônio Maria é um milionário que está no Brasil fugindo das trapaças de Amália, que logo surge para atrapalhar o amor que nasce entre o português e Heloísa.
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Revista O Cruzeiro -1968
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Elenco:
SÉRGIO CARDOSO - Antônio Maria
ARACY BALABANIAN - Heloísa
ELIZIO DE ALBUQUERQUE - Dr. Adalberto Dias Leme
MARIA LUIZA CASTELLI - Carlota
WILSON FRAGOSO - Heitor de Lima
CARMEM MONEGAL - Marina
DENIS CARVALHO - Eduardo
GIAN CARLO - Jorgito
TONY RAMOS - Gustavo
ANAMARIA DIAS - Glorinha
NÉA SIMÕES - Catarina
NORAH FONTES - Berenice
JACYRA SILVA - Maria Clara
CARLOS DUVAL - Fernando Nobre
GUIOMAR GONÇALVES - Rita
PATRÍCIA MAYO - Alzira
PAULO FIGUEIREDO - Otávio Ferrari
MARCOS PLONKA - Honório Severino
BETH CARUSO - Beth
GUY LOUP - Lúcia
CANARINHO - Arquimedes
ANTÔNIO LEITE - Dr. Cintra
LUIZ CARLOS BRAGA - Machado
GILDA VALENÇA - Amália
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Trilha Sonona:
01. TEMA DE AMOR EM FORMA DE PRELÚDIO - Sérgio Cardoso
02. SONETO - declamação de Sérgio Cardoso
03. SÓ NÓS DOIS - Tony de Matos
04. COIMBRA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
05. UMA CASA PORTUGUESA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
06. CORRIDINHO 1951 - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
07. CANÇÃO DO MAR - Sérgio Cardoso
08. CÂNTICO NEGRO - declamação de Sérgio Cardoso
09. LADO A LADO - Tony de Matos
10. BAILINHO DA MADEIRA - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
11. A ROSINHA DOS LIMÕES - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
12. TIROLIROLIRO - Altamiro Carrilho e sua Bandinha
Sonoplastia e Seleção Musical: Salatiel Coelho
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Beto Rockfeller
Uma inovação na televisão brasileira. Enquanto a superprodução era a arma da TV Excelsior para segurar a audiência, a TV Tupi apostava na linha iniciada com Antônio Maria. A idéia inicial da novela foi do então diretor geral da TV Tupi, Cassiano Gabus Mendes. Ele chamou o dramaturgo Bráulio Pedroso para escrever os capítulos, mas como Pedroso era um homem do teatro e pouco entendia sobre televisão, seus textos eram adaptados pelo diretor da novela, Lima Duarte. Cassiano, Bráulio e Lima estavam por trás de uma trama simples, mas que mostrava nova proposta de trabalho para a televisão brasileira.
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Beto Rockfeller abandonava a linha de atitudes dramáticas e artificiais que acompanhavam as novelas desde que o gênero havia chegado ao gosto nacional. Na verdade, uma primeira tentativa havia sido feita por Lauro César Muniz em 1966 com Ninguém Crê em mim na TV Excelsior, em que o tom coloquial dos diálogos rompia com os padrões estabelecidos até então.  Todavia só mesmo com o trabalho de criação e o posicionamento de modernizar a linha da telenovela, foi possível adaptar o público às novas exigências. Não só os diálogos mudaram. Tudo passou por uma renovação - a estrutura da história principalmente.
O maniqueísmo vigente passa a ser integrante do próprio protagonista; o anti-herói assume os postos até então ocupados por personagens de caráter firme, sensatos, absolutamente honestos e capazes de qualquer proeza para salvar a heroína das adversidades. A sua concepção procurava se aproximar das pessoas comuns; isto é, ter as atitudes boas ou más conforme se apresenta a vida.
Um dos méritos da novela foi dar ao público uma fantasia com gosto de realidade. As notícias que andavam nos jornais da época faziam parte de sua trama. Os fatos mais sensacionais e as fofocas mais quentes eram comentadas por seus personagens.
Beto Rockfeller revolucionou até o modelo de interpretação dos atores, que passou dos exagerados gestos dramáticos para uma forma natural. O próprio Luiz Gustavo fazia questão que o personagem fosse o mais verdadeiro possível. A linguagem era coloquial, os diálogos incorporavam gírias e expressões do cotidiano. Isso fazia com que o público se identificasse com a história. Muitas vezes, os atores improvisavam suas falas, inventando diálogos que não estavam no script, o que também era novo na TV.
Eliminou-se o final de capítulo com "ganchos" forçados. E a direção não se restringiu apenas a marcar os atores em função da câmera. O despojamento dessa marcação provocou a libertação dos atores, no sentido de fazer um trabalho artístico também na televisão.
Outra inovação foi a trilha sonora, que deixou de trazer temas sinfônicos tocados por orquestras e utilizou sucessos pop da época, como os Beatles, Rolling Stones e Bee Gees. No entanto, a trilha sonora da novela não foi lançada comercialmente.
Mas nem tudo foi perfeito em Beto Rockfeller. O sucesso fez com que a emissora "espichasse" sua história, e o autor Bráulio Pedroso, em grande estafa, abandonou provisoriamente a sua obra (foi substituído por três autores liderados por Eloy Araújo). Lima Duarte também ausentou-se, sendo substituído pelo diretor Wálter Avancini. Alguns atores tiraram férias, e muitos dos capítulos eram preenchidos com qualquer "criação" de emergência: um grupo de jovens dançando numa festinha, um personagem caminhando indeciso ou então uma determinada ação, sem diálogos, era acompanhada por alguma música de sucesso. Com uma mudança tão radical, a novela poderia perder audiência, o que não aconteceu.
Tudo o que foi válido serviu de base para as novelas do futuro. Até mesmo as improvisações dentro da falta de organização da época servem de modelo até hoje. Mas, no fundo, se as novelas revolucionavam na sua fórmula, seu conteúdo era mantido o mesmo. Um vaivém em busca da audiência.
Como o protagonista, Luiz Gustavo atingiu o auge de sua popularidade e se consagrou como um grande ator da televisão brasileira.
Devido ao seu alongamento, a novela apresentou alguns personagens efêmeros, que sumiam e desapareciam de acordo com a necessidade da história. Assim surgiu Domingos, dono de uma oficina, que só aparecia de costas e que em pouco tempo morreu. Foi o caso também de Secundino, mordomo na mansão do milionário Otávio (Wálter Forster). Desse personagem o público só conhecia as mãos e a voz misteriosa. Ele também desapareceu sem que seu rosto fosse visto. Tanto Domingos quanto Secundino foram vividos pelo diretor Lima Duarte, que, por sinal, representou pelo menos uns cinco papéis na novela nesse mesmo esquema.
Foi em Beto Rockfeller que a novela recebeu, ainda que em caráter não oficial, o primeiro merchandising. Como Beto bebia muito uísque, Luiz Gustavo fez um acordo com um fabricante de um remédio contra ressaca, o Engov, e faturava cada vez que engolia o produto em cena. O combinado do ator com a empresa do Engov, que estava chegando ao mercado, era: cada vez que Beto dissesse a palavra "Engov", o ator ganharia 3 mil cruzeiros (o salário da Tupi era de 900 por mês). "Só num capítulo, falei 33 vezes, sendo 22 num telefonema!", contou Luiz Gustavo.
Beto Rockfeller foi também a primeira novela a utilizar tomadas aéreas. Os técnicos voaram de helicóptero para gravar uma cena de pesadelo do personagem-título.
Em 1970, no rastro do sucesso da novela, foi lançado o filme Beto Rockfeller, dirigido por Olivier Perroy, protagonizado pelo ator-personagem Luiz Gustavo, mas sem repercussão.
Em 1973, Bráulio Pedroso escreveu uma continuidade: A volta de Beto Rockfeller, com parte do elenco original. Não conseguiu a repercussão esperada, mas também não comprometeu o personagem.
Hoje, não existem mais os capítulos da novela. O pouco que sobrou de suas filmagens está guardado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Quase todos os capítulos foram apagados pela própria Tupi, que usava as fitas para gravar por cima os capítulos seguintes. A Tupi já passava por dificuldades financeiras e todos os projetos que apareciam tinham de ser feitos com baixos custos, mas que trouxessem lucros para a emissora.
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Tupi - 20h
De 4 de novembro de 1968 a 30 de novembro de 1969
Novela de Bráulio Pedroso
Escrita por Bráulio Pedroso, Eloy Araújo, Ilo Bandeira e Guido Junqueira
Criação de Cassiano Gabus Mendes
Direção de Lima Duarte e Wálter Avancini
Trama:
Alberto - ou Beto, como é mais conhecido - é um charmoso representante da classe média baixa que mora com os pais, Pedro e Rosa, e a irmã, Neide, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, e trabalha como vendedor em uma loja de sapatos na Rua Teodoro Sampaio.
Com sua intuição e perspicácia, o vendedor Beto se transforma em Beto Rockfeller, primo em terceiro grau de um magnata norte-americano, e consegue penetrar na alta sociedade, através de sua namorada rica, Lu, filha dos milionários Otávio e Maitê. Assim, ele consegue frequentar as badaladas festas e as rodas da mais alta sociedade paulista.
Quem Beto preferirá afinal? A temperamental Lu, garota sofisticada e rodeada de gente importante; ou a inocente Cida, a humilde namoradinha do subúrbio? A contradição será explicada através de seu nome: Beto, humilde e trabalhador do bairro simples, e Rockfeller, sofisticado e badalado da Rua Augusta, lugar muito frequentado pela alta roda nos anos 60.
Enquanto vacila entre os dois extremos, a grã-finagem dobra-se ante seu maniqueísmo, e ele tem de fazer toda ordem de trapaça para que sua origem - que já não é segredo para Renata, uma jovem grã-fina decadente - não seja descoberta. Para se safar das confusões, o bicão Beto conta sempre com a ajuda dos fiéis amigos Vitório e Saldanha.
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Elenco nos bastidores
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Elenco e Núcleos:
LUIZ GUSTAVO - Beto Rockfeller
BETE MENDES - Renata
DÉBORA DUARTE - Lu
ANA ROSA - Cida
PLÍNIO MARCOS - Vitório
IRENE RAVACHE - Neide
WÁLTER FORSTER - Otávio
MARIA DELLA COSTA - Maitê
MARÍLIA PÊRA - Manuela
RODRIGO SANTIAGO - Carlucho
YARA LINS - Clô
JOFRE SOARES - Pedro
ELEONOR BRUNO - Dirce
WALDEREZ DE BARROS - Mercedes
RUY REZENDE - Saldanha
WLADIMIR NIKOLAIEF - Lavito
HELENO PRESTES - Tavinho
ESTER MELLINGHER - Tânia
MARILDA PEDROSO - Mila
PEPITA RODRIGUES - Bárbara
RENATO CORTE REAL - Bertoldo
ETTY FRASER - Madame Waleska
LIANA DUVAL
ALCEU NUNES
LUÍS AMÉRICO - Tomás
GÉSIO AMADEU - Gésio
ZEZÉ MOTTA - Zezé
MARILU MARTINELLI
LOURDES MORAES - Magda
JAYME BARCELLOS - Fernando
DIAS BARRETO - Secundino
LIMA DUARTE - Domingos / Duarte / Manoel Maria / Conde Wladimir / Secundino
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LP da novela
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Trilha Sonora:
01. F... COMME FEMME - Adamo (tema de Renata)
02. HERE, THERE AND EVERYWHERE - The Beatles (tema de Neide)
03. I STARTED A JOKE - Bee Gees (tema de Maitê)
04. SENTADO À BEIRA DO CAMINHO - Erasmo Carlos (tema de Beto)
05. ESTÁCIO HOLLY ESTÁCIO - Luiz Melodia
06. NOBODY BUT ME - Human Beinz
07. KID GAMES AND NURSERY RHYMES - Shirley e Alfred
08. SURFER DAN - The Turtles
09. I´M GONNA GET MARRIED - Sunday
10. ABRAHAM, MARTIN AND JOHN - Moms Mabley
11. YOU´VE GOT YOUR TROUBLES - Jack Jones
12. THE N´ CROWD - Jack Jones
13. DIO COME TI AMO - Gigliola Cinqueti (tema de Cida e Vitório)
14. SUNFLOWER - Mason Williams (tema de Neide)
A novela não teve trilha sonora oficial lançada comercialmente. Essas são algumas das músicas tocadas na novela.
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Essas experimentações verbais e não verbais inspiram Lima Duarte para imprimir um ritmo ágil à direção de Beto, que atraiu pela primeira vez a juventude urbana mais sofisticada, além do público masculino.
Esta obra de ficção que marca a entrada da novela na modernidade, inaugura também o encontro de gênero nacional com o público definitivamente maior, englobando todas as classes sociais e todas as idades.
A fórmula estava descoberta. A novela se mostrava muito conveniente à industria televisiva, pois o gênero é perfeitamente adaptável às exigências da publicidade. Ainda que a novela Beto Rockfeller tenha sido exibida em uma emissora concorrente, anunciando uma nova geração de produtos televisivos, o desabrochar se dará na Rede Globo, que soube antes das outras gerar dinheiro com as descobertas.
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O Coração não Envelhece
O Décimo Mandamento
O Homem que Sonhava Colorido
O Rouxinol da Galiléia
Os Amores de Bob
Sozinho no Mundo
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1969
Enquanto Houver Estrelas
João Juca Jr.
Nenhum Homem é Deus
Nino o Italianinho
Uma das primeiras novelas a usar o merchandising, ou seja, a publicidade de produtos implícito nas cenas ambientadas, no caso, no armazém que transcorria a história. Novela que proporcionou a Juca de Oliveira seu primeiro papel importante na TV.
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Aracy Balabanian, Juca de Oliveira, Bibi Vogel
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O merchandising, vê-se Geléias Colombo e Biscoitos Piraquê
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LP da novela
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O Retrato de Laura
Super Plá
Um Gosto Amargo de Festa
O Doce Mundo de Guida

Década de 1970


1970
A Gordinha
As Bruxas
Ivani Ribeiro transferiu-se para a TV Tupi, onde iria alcançar uma carreira excepcional. Sua primeira novela na emissora foi “As Bruxas”, em 1970. Mais uma vez a autora inovava no tema, trazendo a psicanálise como pano de fundo da sua trama. Separação de casais, adultério, a mente povoada de “bruxas”, provocando o medo, a angústia. A estréia da autora na TV Tupi bateu de frente com “Irmãos Coragem”, concorrente da TV Globo. A temática sofreu cortes da censura e foi obrigada a ser transmitida mais tarde. No elenco Nathália Timberg, Carlos Zara, Maria Izabel de Lizandra, Lima Duarte, Walter Forster, Cláudio Corrêa e Castro, Walmor Chagas, Débora Duarte, Maria Della Costa, Joana Fomm, Odete Lara, Tony Ramos, Aracy Cardoso, Denis Carvalho, Ivan Mesquita, Lélia Abramo, José Parisi, Patrícia Mayo, Kate Hansen, Juan de Bourbon e Zanoni Ferrite.
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Elenco
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E Nós, Aonde Vamos?
O Meu Pé de Laranja Lima
No fim de 1970, escreveu “O Meu Pé de Laranja Lima”, baseada na obra homônima de José Mauro de Vasconcelos. História leve e bem conduzida, alcançou um sucesso relativo. Marcava a estréia da atriz Eva Wilma nas tramas de Ivani Ribeiro, parceria que iria render grandes momentos. Ainda no elenco, Haroldo Botta a fazer o menino Zezé, Cláudio Corrêa e Castro, Carlos Zara, Bete Mendes, Gianfrancesco Guarnieri, Lélia Abramo, Silvio Rocha, Denis Carvalho, Nicette Bruno, Fausto Rocha, Annamaria Dias, Henrique Martins e Abrahão Farc.
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Elenco de O Meu Pé de Laranja Lima
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Simplesmente Maria
Toninho on The Rocks
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1971
TV Tupi - 21 Anos
Comemoração dos 21 anos da TV Tupi no programa Almoço com as Estrelas.
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A Fábrica
A Selvagem
Em 1971, “Alma Cigana” seria reeditava pela TV Tupi, com o nome de “A Selvagem”. A história foi reeditada para que se firmasse o plágio que Janete Clair foi acusada em “Irmãos Coragem”, com personagem de Glória Menezes a viver personalidades duplas, semelhante a que Ana Rosa tinha vivido em “Alma Cigana”. Sob o argumento de Ivani Ribeiro, a trama foi escrita por Geraldo Vietri e Gian Carlo.
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Hospital
Nossa Filha Gabriela

“Nossa Filha Gabriela”, tendo Eva Wilma como protagonista, trazia o teatro mambembe de Giuliano (Gianfrancesco Guarnieri). Gabriela, a estrela da companhia, voltava a uma pacata cidade, terra natal da sua mãe. Ali conheceria três simpáticos velhinhos, Candinho (Ivan Mesquita), Romeu (Abrahão Farc) e Napoleão (Cláudio Correa e Castro). No passado, eles tinham se casado com três irmãs gêmeas, sendo uma delas a mãe de Gabriela. O mistério da trama persiste em se descobrir quem seria o pai de Gabriela. No elenco Karin Rodrigues, Ana Rosa, Bete Mendes, Denis Carvalho, Lélia Abramo, Fausto Rocha e Carlos Zara.
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O Preço de um Homem
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1972
MAIS COR EM SUA VIDA
Trecho do programa que inaugurou as transmissões em cores da TV Tupi, em 31 de março de 1972. Foi apresentado por Walter Foster e Cidinha Campos e teve a participação de grandes astros da MPB. A fita com a gravação desse programa histórico foi encontrada casualmente durante os trabalhos de recuperação do que sobrou do acervo da TV Tupi, feitos pela TV Cultura, a Fundação Pró-Memória e a Cinemateca
Brasileira, em 1990.
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A Revolta dos Anjos
Bel-Ami
A promoção falava que qualquer semelhança da história da novela com Ibrahim Sued era mera coincidência.
Teixeira Filho substituiu Ody Fraga na novela e mudou o rumo da história, introduzindo novos personagens.
A cantora Maysa, que participava no elenco, não foi até o final.
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Tupi - 20h
De 26 de junho a 6 de novembro de 1972
Novela de Ody Fraga
Escrita por Ody Fraga e Teixeira Filho
Direção de Henrique Martins
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Adriano Reis
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Sinopse:
A história de Bel-Ami, o pobretão que vai dominar a sociedade, o mundo dos negócios e atingir grande prestígio.
Elenco:
ADRIANO REYS - Bel-Ami (Eduardo)
ELAINE CRISTINA - Ângela
MÁRCIA MARIA - Hilda
OSWALDO LOUREIRO - Rodolfo
MÁRCIA DE WINDSOR - Lucinha
ANTÔNIO FAGUNDES - Cadu
CASTRO GONZAGA - Lorival
JOÃO LUIZ - Pinduca
NELSON TURINI - Roberto
CLENIRA TEIXEIRA - Regina
RILDO GONÇALVES - Solano
JOANA FOMM - Betina
FÚLVIO STEFANINI - Manoel Carlos
MARIA ISABEL DE LIZANDRA
LUIZ CARLOS DE MORAES
SÍLVIO FRANCISCO
TEREZA TELLER
MARISA SANCHES
LEONARDO LAMBERTINI
CYNIRA ARRUDA
ELEONOR BRUNO
ABRAHÃO FARC
YOLANDA CARDOSO
ARACY CARDOSO
CARMEM SILVA
MARISA URBAN
CARLOS IMPERIAL
MAYSA - Márcia
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Trilha Sonora
 01. BEL-AMI - Pete Dunaway
02. WHAT ARE YOU DOING THE REST OF YOUR LIFE? - Sara Chretien
03. SPEAK SOFTLY LOVE - Dave Gordon
04. THE LOVERS - Bryan and His Orchestra
05. THEME FROM SUMMER OF 42 - Sara Chretien
06. WHAT ARE YOU DOING THE REST OF YOUR LIFE? - Orquestra Phonogram
07. CONCERT FOR A SUMMER - Alan and His Orchestra
08. RUN TO ME - Bee Gees
09. SANCTUS SANCTUS HALLELUJAH - Barry Ryan
10. CARRY ME - Ernie Shelby
11. ONE DAY - Lucas Sideras
12. LORD, DON'T YOU THINK IT'S TIME - The Bells
Direção de produção: Cayon Gadia
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Castro Gonzaga
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Camomila e Bem-Me-Quer
Em 1972, Ivani Ribeiro, estreava, “Camomila e Bem-Me-Quer”, para a TV Tupi, trama leve e bem alinhavada, contava a história de Tio Romão (Cláudio Corrêa e Castro), que com o seu chá levava amor e esperança às pessoas. Paralelo, a história adaptava a peça “O Avarento”, de Molière, com Gianfrancesco Guarnieri a fazer o avarento Olegário. No elenco Nicette Bruno, Juca de Oliveira, Maria Izabel de Lizandra, Marcelo Picchi, Tereza Teller, Geraldo Del Rey, Riva Nimitz, Serafim Gonzalez, Liza Vieira, Karin Rodrigues, Aldo César, Edwin Luísi, Carminha Brandão, Silvio Rocha, Jacyra Sampaio e Léa Camargo. Com esta novela agradável e de relativo sucesso, a autora encerrava a fase de estilo leve e bem-sucedida na TV Tupi.
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Jerônimo, o Herói do Sertão
Seriado inspirado no herói do rádio criado por Moyses Weltman em 1953, ganhou a cara do galã Francisco de Franco na telinha. Ao lado do moleque Saci (o comediante Canarinho), o personagem vivia salvando sua musa Aninha (Eva Christian) de apuros e enfrentando fazendeiros malfeitores.
Em 1984, o SBT gravou novas aventuras do personagem, que passou a ter a atriz Suzy Camacho fazendo a mocinha.Na Idade do Lobo
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Francisco Di Franco e Eva Christian
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Signo da Esperança
Vitória Bonelli
Uma verdadeira obra-prima da telenovela: texto, imagem e interpretação absolutamente precisos. Um raro momento da televisão onde tudo atingiu a tônica certa.
Momentos memoráveis: alguns capítulos aconteciam com apenas dois atores em cena. Dina Lisboa  interpretando a feiticeira Esmeralda. Yara Lins como Madame Modiglianni (que afirma ter imitado em sua interpretação o temperamento difícil de Vietri). Ruthinéia de Moraes criando a humilde e meiga Néia, sonhando com a felicidade. A presença de Berta Zemel em papel feito especialmente para ela. A importante participação de Raul Cortez como Jaime Bonelli, no primeiro capítulo.
A apresentação inicial relatava em monólogo o capítulo anterior. Uma novidade na época.
Todavia, o grande saldo positivo foi deixado por Tony Ramos: decididamente se afirmando como grande ator.
O autor Geraldo Vietri criou a personagem-título a partir da personalidade de sua amiga e intérprete Berta Zemel.
Nessa novela, Berta Zemel proferiu, pela primeira vez na TV, a palavra "bunda", contracenando com Tony Ramos.
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De 13 de setembro de 1972 a 14 de julho de 1973
Estrita e dirigida por GeraldoVietri
Trama:
Vitória Bonelli é uma mulher firme, decidida e de grande personalidade. Por uma série de circunstâncias, fica enclausurada durante vinte anos em seu quarto, vivendo fora da realidade, num mundo particular. De repente, sai do seu refúgio para enfrentar um ambiente hostil, vivendo através dos problemas de seus quatro filhos Tiago, Mateus, Lucas e Verônica.
Vitória irá protegê-los usando toda a sua garra numa luta para vencer a depressão econômica que se abateu sobre a família.
Elenco:
Berta Zemmel - Vitória Bonelli
Tony Ramos - Tiago
Carlos Alberto Riccelli - Mateus
Flamínio Fávero - Lucas
Annamaria Dias - Verônica
Norah Fontes - Mãe Ana
Carmem Monegal - Carla
Cláudia Mello - Dora
Carlos Augusto Strazzer - Wálter
Yara Lins - Madame Mercdes Moglianni
Yvan Mesquita - Moglianni
Etty Fraser - Pina
Ruthinéia de Moraes - Néia
Amilton Monteiro - Eduardo
Paulo Figueiredo - Julian
Dina Lisboa - Esmeralda
Sylvia Borges - Pérola
Leonor Navarro - Safira
Graça Mello - Carlo
Elizabeth Hartmann - Ivone
Gian Carlo - Hugo
Sérgio Galvão - Clóvis Jurandir
Marcos Plonka - Divino
Maria Viana - Maria
Clenira Michel - Dona Pura
Felipe Levy - Galante
Verônica Teijido - Hortência
Benjamin Cattan
Luís Carlos Arutim - Sanches
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1973
A Volta de Beto Rockfeller
As Divinas... e Maravilhosas
Mulheres de Areia

Em 1973, Ivani Ribeiro voltaria ao horário nobre da TV Tupi, transformando-o em um forte concorrente da inatingível TV Globo. Revelaria a partir de então uma autora amadurecida e incansável em abordar diversos temas em suas tramas.
A mudança viria com “Mulheres de Areia”, adaptação de uma antiga rádio novela da autora, “As Noivas Morrem no Ar”. Contava a história das irmãs gêmeas Ruth e Raquel, que disputavam o amor de Marcos. Eva Wilma interpretou com glamour as gêmeas antagônicas. A partir de então, a atriz foi promovida à primeira estrela da TV Tupi. A novela alcançou um grande sucesso, ameaçando a hegemonia da audiência da TV Globo, que exibia na época a fraca “Cavalo de Aço”. A química entre Eva Wilma e Carlos Zara foi instantânea, transformando-os no par romântico da emissora paulista, competindo com o casal Tarcísio Meira e Glória Menezes da TV Globo. Gianfrancesco Guarnieri comoveu o Brasil interpretando o doente mental Tonho da Lua. Apaixonado por Ruth, o jovem esculpia mulheres na areia das praias de Itanhaém. As esculturas eram feitas por Serafim Gonzalez, que participava da trama como ator. O sucesso respingou não só nos protagonistas, como nos coadjuvantes, entre eles o casal Malu e Alaôr, vividos por Maria Izabel de Lizandra e Antonio Fagundes, respectivamente. “Mulheres de Areia” entrou para a história como uma das telenovelas mais bem-sucedidas, tendo uma segunda versão, em 1993. No elenco Cláudio Corrêa e Castro, Cleyde Yáconis, Lucy Meirelles, Rolando Boldrin, Márcia Maria, Ana Rosa, Maria Estela, Silvio Rocha, Edgard Franco, Henrique Martins e Ivan Mesquita, entre muitos.
Em 1974, a TV Tupi reeditaria “A Indomável”, com o nome de “O Machão”, escrita por Sérgio Jockyman. O sucesso de Antonio Fagundes e Maria Izabel de Lizandra como par romântico em “Mulheres de Areia”, habilitou os dois a protagonizarem a novela, outro grande sucesso da TV Tupi.
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TV Tupi - 20h
253 capítulos
De 26 de março de 1973 a 5 de fevereiro de 1974
Novela de Ivani Ribeiro
Direção de Edison Braga e Carlos Zara
Sinopse:
O jovem Marcos Assunção está de volta à cidade litorânea de Pontal D'Areia para auxiliar nos negócios da família. O rapaz conhece e se apaixona pela doce Ruth, filha de pobres pescadores, mas acaba envolvido por Raquel, a irmã gêmea de Ruth. As irmãs são gêmeas idênticas, mas de personalidades opostas. Enquanto Ruth ama de verdade Marcos, Raquel ambiciona sua posição e fortuna, e mantém o seu relacionamento amoroso com Wanderley, um mau-caráter. Quem percebe tudo isso é o doente mental Tonho da Lua, famoso por esculpir mulheres nas areias da praia, o protegido de Ruth, e que sofre com a perseguição e maldades de Raquel. - Mas Raquel tem que enfrentar Virgílio Assunção, o pai de Marcos, que não aceita o namoro. Virgílo é o homem prepotente que enfrenta problemas dentro de sua casa. Malu, a filha rebelde, o culpa pela morte do noivo, e vive a provocá-lo. Até que a moça conhece o vaqueiro Alaôr, um homem rude, e muda o seu alvo. Alaôr tenta a todo custo domar as impetuosidades de Malu. Enquanto isso, Ruth sofre calada com o casamento da irmã Raquel, mesmo sabendo que ela está com Marcos só por interesse. A história tem uma reviravolta quando Raquel é dada como morta e Ruth assume a sua personalidade, para ficar ao lado do homem que ama. Mas Raquel não morreu, e planeja a sua volta e a vingança contra a irmã que tomou o seu lugar.
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Eva Wilma interpreta Ruth e Raquel
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Gianfrancesco Guarnieri, Carlos Zara e Eva Wilma
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Eva Wilma e Carlos Zara
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Elenco
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Elenco e Núcleos
EVA WILMA - Ruth / Raquel
CARLOS ZARA - Marcos
GIANFRANCESCO GUARNIERI - Tonho da Lua
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO - Virgílio Assunção
CLEYDE YÁCONIS - Clarita
SILVIO ROCHA - Floriano
LUCY MEYRELLES - Isaura
MARIA ISABEL DE LIZANDRA - Malu
ANTÔNIO FAGUNDES - Alaôr
EDGARD FRANCO - Wanderley
IVAN MESQUITA - Donato
MARIA ESTELA - Arlete
ROLANDO BOLDRIN - César
MÁRCIA MARIA - Andréia
NEWTON PRADO - Alcides Sampaio
CARMINHA BRANDÃO - Baby
SERAFIM GONZALEZ - Alemão (Wálter)
ANA ROSA - Alzira
CARLOS NUNES - Tito
ANALU GRACI - Glorinha
LIZA VIEIRA - Carola
UMBERTO MAGNANI - Zé Luís
JOÃO JOSÉ POMPEO - Duarte
ABRAHÃO FARC - Marujo
ADONIRAN BARBOSA - Chico Belo
LÉA CAMARGO - Do Carmo
HAROLDO BOTTA - Jajá
RAIMUNDO BATISTA - Servílio
THEREZA SANTOS - Vilma
OLÍVIA CAMARGO - Alice
CARMEM MARINHO - Luiza
RIVA NIMITZ - Bebé
SÉRGIO GALVÃO - Justino
CARLO MORENO - João
PAULO VILLA - Isidoro
e
HENRIQUE MARTINS - Promotor
OTHON BASTOS - Dr. Otávio Galvão (advogado de Ruth)
ALDO CÉSAR - Delegado Fleury (investiga o assassinato de Wanderley)
FLÁVIO GALVÃO - Ricardo (namorado de Malu que suicidou-se)
ÁTILA IÓRIO - Henrique (irmão de Virgílio, pai de Arlete)
GIAN CARLO - namorado de Raquel no início
PAULO GUARNIERI - Tonho da Lua (criança)
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Rosa Maria e Serafim Gonzales
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O LP com a trilha sonora da novela:
01. FIRST LOVE - Phonoband (tema de Ruth e Marcos)
02. THE NIGHT I GOT OUT OF JAIL - Ten Wheel Drive (tema de Malu)
03. VIOLÃO VAGABUNDO - Baden Powell (tema de Raquel)
04. MALDIÇÃO - Maria Bethânia (tema de Tonho da Lua e Alzira, de Ruth e Raquel)
05. GERAÇÃO DO AMOR - Phonoband (tema de Isaura)
06. O NAVEGANTE - MPB4 (tema dos pescadores)
07. LAST LOVE - Phonoband (tema de abertura)
08. BEAUTIFUL - The Isley Brothers (tema de Andréia)
09. DROPS - Cynthia (tema de Ruth)
10. TE AMO ETERNAMENTE (WHILE WE'RE STILL YOUNG) - Celso Ricardo (tema de Ruth e Marcos)
11. A VIOLA E O CANTADOR - Renato Teixeira (tema de Floriano)
12. EASY COMES, EASY GOES - Phonoband (tema de Clarita)
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O Conde Zebra
Rosa dos Ventos
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1974
A Barba Azul

“A Barba Azul” marcou a volta da autora ao horário das 19h00. Trazia o casal Eva Wilma e Carlos Zara como protagonistas. Mais uma vez, a química entre os autores colaborou para o sucesso da trama. Mais tarde, os atores tornar-se-iam marido e mulher na vida real. Contava a história de Jô Penteado, mulher que ficara noiva sete vezes, por isto chamada de Barba Azul. Geniosa e mimada, ela embarca em uma excursão escolar à Angra dos Reis, promovida pelo tranqüilo professor Fábio. O barco desvia do seu caminho, indo parar em uma ilha distante. A tripulação é dada como morta. Na ilha Jô e Fábio brigam como cão e gato, iniciando um tumultuado e imprevisível romance. A novela foi um sucesso, tendo direito a uma segunda versão, em 1985, com o nome de “A Gata Comeu”.
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LP da novela
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Ídolo de Pano
O Machão
Os Inocentes
“Os Inocentes”, adaptação da peça “A Volta da Velha Senhora”, de Durrenmatt, contava a história de Maria Alice (Karin Rodrigues), que quando ficara viúva, fora assediada pelos homens da sua cidade. Ao recusar o assédio, foi difamada e expulsa do lugar, com a sua filha, a pequena Juliana. Apedrejada, Maria Alice ficara cega de um olho. Já adulta e rica, Juliana, interpretada por Cleyde Yáconis, volta à pequena cidade para vingar a mãe. A vingança estender-se-ia não só aos que ultrajaram a sua mãe, como também aos seus descendentes, chamados de inocentes. Ao longo da trama, a autora deixou o roteiro nas mãos do marido, Dárcio Campos, para escrever “A Barba Azul”. “Os Inocentes”, inicialmente feita em preto e branco, passou a ser transmitida, a partir de julho de 1974, em cores. No elenco Rolando Boldrin, Cláudio Corrêa e Castro, Luís Gustavo, Ana Rosa, Maria Estela, Adriano Reys, Tony Ramos, Elaine Cristina, Márcia Maria, Laura Cardoso, Jonas Mello, Serafim Gonzalez, Silvio Rocha e Paulo Figueiredo.
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Elenco
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1975
A Viagem
Grande sucesso da Tupi, que contou com um tema paranormal, no qual personagens mortos voltavam para alegria e tormento da principal personagem feminina. Conceitos da religião espírita.
A novela trata da vida apos a morte, baseando-se na filosofia de Allan Kardec. Foram levantadas todas as dimensões da crença, desde o preconceito dos leigos até estudos científicos. Inclusive a comunicação entre vivos e mortos através da mediunidade, espíritos encarnados e desencarnados. Ivani usou de sua historia e de seus personagens para apresentar a sua crença. As irmãs Dina e Estela, por exemplo, pressentiam quando estavam próximas uma da outra. Tibério conversava com um espírito amigo que ficava todo o tempo a seu lado. Cidinha era uma mulher do povo, supersticiosa e cheia de crendices populares. Dona Guiomar, Téo e Tato sofriam a possessão do espírito maligno de Alexandre. O Dr. Alberto era um sensitivo que fazia reuniões e rezava pela alma atormentada de Alexandre.
Ivani Ribeiro baseou-se nos livros E a Vida Continua e Nosso Lar ditados pelo espírito de Andre Luis a Chico Xavier. Também teve a colaboração do professor Herculano Pires.
Naquele ano de 1975, a proibição da novela Roque Santeiro fez com que a Globo reprisasse Selva de Pedra. A Tupi aproveitou o acontecido e, depressa, lançou A Viagem. Não mediu esforços, chegando a sacrificar a novela anterior no horário, Ovelha Negra que teve os capítulos encurtados.
A campanha promocional de A Viagem contava com slogan nos cartazes de rua que dizia:
"Assista a uma novela inédita com capítulos inéditos".
Referia-se reprise de Selva de Pedra, Ivani Ribeiro reescreveu A Viagem em 1994 para a TV Globo, alcançando o mesmo sucesso que a versão original.
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A Viagem Tupi - 20h
141 capítulos
De 1 de outubro de 1975 a 27 de março de 1976
Novela de Ivani Ribeiro

Em 1975, Ivani Ribeiro mergulhou no mundo do espiritismo como temática de novela, o resultado foi a bem-sucedida “A Viagem”. Estreada em horário nobre, mostrava a vida após a morte. A história da ciumenta Diná (Eva Wilma), casada com um homem mais jovem, Teo (Tony Ramos). Possessiva, ela destrói o casamento aos poucos. No meio da trama, perde o irmão Alexandre (Ewerton de Castro), que se suicida na prisão. Alexandre vaga como espírito, atormentando aqueles que lhe prejudicou em vida, vingando-se de cada um deles. Entre os que sofrem com o espírito de Alexandre está César Jordão (Altair Lima), advogado que lhe movera o processo. César e Diná apaixonam-se, mas o amor entre os dois é interrompido pela morte do advogado. César volta como espírito para ajudar os filhos, atormentados por Alexandre. No fim da trama, Diná também morre, encontrando-se com César no vale dos espíritos. Complexa, a trama alcançou sucesso de público, sendo transformada em livro. Contava com um elenco luxuoso, além dos citados: Irene Ravache, Elaine Cristina, Cláudio Corrêa e Castro, Rolando Boldrin, Joana Fomm, Adriano Reys, Ana Rosa, Carlos Alberto Riccelli, Carmem Silva, Lúcia Lambertini, Carminha Brandão, Abrahão Farc, Serafim Gonzalez, Yolanda Cardoso, Antonio Pitanga, Ricardo Blat, Suzy Camacho, Neuza Borges, Márcia Maria e Haroldo Botta.
Direção de Edison Braga e Atílio Riccó
Supervisão geral de Carlos Zara
Sinopse:
Alexandre o jovem barra pesada de classe média que matou um homem num assalto. Tenta fugir da policia, mas delatado pelo irmão Raul e pelo cunhado Téo. Cesar Jordão um famoso criminalista que no aceita defende-lo nos tribunais, pois a vítima era um amigo pessoal seu. Para ajudá-lo, Alexandre conta apenas com a irmã mais velha, Dina, mulher de Téo, que luta para defendê-lo. Até mesmo a sua namorada, Lisa, o abandona. Alexandre acaba condenado, e, para não passar o resto da vida na cadeia, comete suicídio, amaldiçoando a todos que o traíram.
A mãe doente, Isaura, tenta se recuperar da perda do filho caçula com os serviços e a amizade do médico da família, o Dr. Alberto, apaixonado por Estela, a outra irmã de Alexandre. Estela uma mulher sofrida, que foi abandonada pelo marido Ismael, um mau caráter, e que criou praticamente sozinha a filha Maria Lucia, uma garota problemática que sonha em reencontrar o pai. Raul, o irmão de Alexandre, tem um casamento feliz com Andreza, e um ótimo relacionamento com a sogra Guiomar, que o trata como um filho. Para completar a felicidade do casal, falta uma criança, que os dois lutam para conseguir.
A personagem Dina(Eva Wilma)é casada com Téo, um rapaz bem mais jovem e boa pinta, que sofre com o ciúme doentio da mulher, colocando o casamento dos dois em xeque. O advogado César Jordão também amigo do Dr. Alberto. Vivo, pai de dois filhos: o garoto Dudu, e Junior, que quer seguir a carreira do pai.
Mas depois da morte de Alexandre a vida de todas essas pessoas muda drasticamente. Seu espírito, desencarnado, planeja uma vingança contra todos que o fizeram sofrer. Suas principais vítimas são o irmão Raul, o cunhado Téo e o advogado Cesar Jordão.
Dona Guiomar, a sogra de Raul, influenciada pelo espírito de Alexandre,transforma o casamento do genro e da filha num verdadeiro inferno, até que consegue separá-los. O filho de Cesar, Junior, deixa de lado os estudos e se torna um deliquente juvenil, tal qual Alexandre fora um dia. E Téo se transforma num homem violento e inconstante, principalmente depois que se separa de Dina e se envolve com Lisa, a antiga namorada de Alexandre.
Mas Alexandre no contava que sua irmã Dina, depois da separação, fosse se apaixonar por Cesar, o seu maior desafeto. A única pessoa que percebe tudo o que esta acontecendo o Dr. Alberto, adepto do espiritismo, a doutrina de Allan Kardec, e que através de reuniões mediúnicas, tenta livrar o espírito atormentado de Alexandre do mal que causa s pessoas.
O climax a morte de César, num acidente. Dina e ele passam a viver um amor transcendental que a tudo supera. Mas Dina acaba por adoecer e morre. Finalmente juntos em outro plano, num lugar conhecido como Nosso Lar, os dois tentam neutralizar a má influência de Alexandre,
que está preso no "Vale das Sombras", sobre os seus entes queridos na Terra (sua vítimas).
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Elenco:
EVA WILMA - Diná
ALTAIR LIMA - César Jordão
TONY RAMOS - Téo
ELAINE CRISTINA - Lisa
EWERTON DE CASTRO - Alexandre
ROLANDO BOLDRIN - Alberto
IRENE RAVACHE - Estela
ADRIANO REYS - Raul
JOANA FOMM - Andreza
SERAFIM GONZALEZ - Ismael
ABRAHÃO FARC - Tibério
LÚCIA LAMBERTINI - Cidinha
ANA ROSA - Carmem
CARMINHA BRANDÃO - Dona Guiomar
CARMEM SILVA - Dona Isaura
DANTE RUI - Agenor
CARLOS ALBERTO RICCELLI - Júnior
TEREZINHA SODRÉ - Nenê
SUZY CAMACHO - Maria Lúcia
RICARDO BLAT - Hélio
FRANCISCO DI FRANCO - Mauro
YOLANDA CARDOSO - Josefina
HAROLDO BOTTA - Dudú
LEONOR LAMBERTINI - Luísa
ARNALDO WEISS - João
WILMA AGUIAR - Fátima
OSWALDO CAMPOZANA - Jurandir
CARMEM MARINHO - Renata
MARIA VIANA - Edméa
GERVÁSIO MARQUES - Queiróz
TERRY WINTER - Rui
OSWALDO MESQUITA - Duarte
ANDRÉA MORALES - Patrícia
ANITA COUSSEIRO - Maria
JUDI TEIXEIRA - Francisca
ANTÔNIO PITANGA - Damião
ELZA MARIA - Zulmira
ELIZABETH HESSELBARTH - Dolores
CARLOS EDUARDO (KADU MOLITERNO) - Caíto
JOSÉ PARISI JR. - Lula
ARNALDO JOSÉ PINTO - Zeca
CUBEROS NETO - desconhecido
RÉGIS MONTEIRO - Zé Luiz
ROGACIANO DE FREITAS
NEUZA BORGES - escrava de Carlota
LUIZ ANTÔNIO PIVA - Dr. Tobias
SÉRGIO GALVÃO
CLEMENTE VISCAÍNO
e
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO - Daniel
SILVIO ROCHA - Lourenço
ANA MARIA DIAS - Verônica (primeira mulher de César)
ARLETE MONTENEGRO - Mariana (moça triste)
MÁRCIA MARIA - Carlota (dama do Brasil Colonial)
KATE HANSEN - Carlota (dama do Brasil Colonial)
EUDÓSIA ACUÑA - Natália
CARLOS AUGUSTO STRAZZER - Sombra
RILDO GONÇALVES - promotor no julgamento de Alexandre
GUILHERME CORRÊA - advogado de defesa no julgamento de Alexandre
Curiosidades:
- A telenovela reafirmou o potencial de idéia da autora e apresentou um sensível trabalho de Eva Wilma, principalmente nas seqüências do além.
- Foi o último trabalho da atriz Lúcia Lambertini, que viveu a divertida “Dona Cidinha”, proprietária de uma pensão que era um dos cenários da história.
- Mais uma vez se apostou na química do casal formado por Tony Ramos e Eliane Cristina, que vinham de Os Inocentes e Ídolo de Pano.
- Para escrever A Viagem, Ivani Ribeiro baseou-se em dois livros ditados pelo espírito André Luiz ao psicógrafo médium Chico Xavier: Nosso Lar e E a Vida Continua.
- A atriz Márcia Maria, que interpretava “Carlota”, uma das personagens do núcleo Céu, teve de sair da novela por problemas de saúde. Em seu lugar entrou Kate Hansen. No capítulo da mudança, o diretor Carlos Zara narrou uma explicação em off.
- Na época da exibição da novela foi lançada uma versão da história em livro.
- Um remake de A Viagem, também escrito por Ivani Ribeiro, foi produzido pela Rede Globo e levado ao ar de 11 de abril a 22 de outubro de 1994, no horário das 19 horas,  com o mesmo sucesso da original.
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Meu Rico Português
O Sheik de Ipanema
Produzida e exibida pela TV Tupi em 1975, de 16 de abril a 9 de agosto, às 20h30.
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TV Tupi 20:30h
Foi escrita por Sérgio Jockyman e dirigida por Luís Gallon.
Sinopse:
A vida estava muito dura para aqueles dois, que tinham um bom plano na cabeça mas precisavam de muito dinheiro. Aí, deu camelo no jogo do bicho e a sorte mudou totalmente.
O Sheik está no Rio de Janeiro e começa a badalação na caçada internacional aos petrodólares. De um lado, o grupo liderado por Dodô. Do outro, Bobby, um ex-galã de cinema.
Mas há o lado marginal da história, onde está Rocão, um bicheiro com tendência ao gangsterismo.
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Elenco:
Luiz Gustavo,
Carlos Alberto (Sheik Abdul)
Nádia Lippi, Marilyn
Laerte Morrone, Rocão
Terezinha Sodré, Jajá (Jandira)
Newton Prado, Dodô
Yolanda Cardoso, Filoca,
Geraldo Del Rey, Bobby
John Herbert, Dino
Silvio Francisco, Mumu (Sheik Mustafá)
Jussara Freire, Michele Jacques Lagoa –
Amadeu Suzana Gonçalves, Lalá
Sebastião Campos
Ana Rosa, Gigi
Carlos Koppa, Bigorna
Liana Duval Cazarré, Zezinho
Noira Mello, Leonor
Vera Paxie,
Clenira Michel, J. França
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O Velho, o Menino e o Burro
Ovelha Negra
Um Dia, o Amor
Produção da Tupi, exibida em 22 de setembro de 1975. A emissora investia no autor que lhe dera o sucesso Ídolo de Pano e no maior galã da casa, Carlos Zara.
A atriz Cleyde Yáconis entrou para o elenco no decorrer da novela.
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212 capítulos
De 22 de setembro de 1975 a 29 de maio de 1976
Escrita por Teixeira Filho e dirigida por David Grinberg.
Trama:
Ricardo e Marília se amaram e namoraram na juventude, mas não se casaram. Tempos depois, ele viúvo, ela casada, moram um em frente ao outro e vivem a se cortejar pelas janelas.
Elenco:
Carlos Zara, Ricardo
Maria Estela, Marília
Henrique Martins, Amadeu
Rodolfo Mayer, Dr. Maciel
Lélia Abramo, Lucinha 
Glauce Graieb, Maria Leonor
Lisa Vieira, Maria Cecília
Nádia Lippi, Maria Isabel
Felipe Carone, Zanata
Luiz Carlos de Moraes, Maurício
Fausto Rocha, Leonardo
Flávio Galvão, Valter
Amilton Monteiro, Marcos
Eleonor Bruno, Emília
Lucy Meirelles, Suely
Renato Restier, Dr. Prado
Edgard Franco, Delegado Bento
Cleyde Yáconis, Maria
EuniceVera Nunes ...
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Vila do Arco
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1976
Canção para Isabel
O Julgamento
Os Apóstolos de Judas
O feirante Judas atravessa uma fase de profundas emoções: gosta de Marina que o despreza; não percebe o amor de Berenice; é provocado por ingleses milionários e recebe polpuda fortuna de um velho abandonado, Tomé.
O enriquecimento de Judas propôs uma mudança na novela e, consequentemente, uma nova emoção - como o abandono da noiva ambiciosa no altar.
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Tupi - 19h
De 31 de maio a 27 de novembro de 1976
Novela de Geraldo Vietri
Direção de Geraldo Vietri e Duarte Gil
Direção geral de Geraldo Vietri
Elenco:
JONAS MELLO - Judas
BERTA ZEMEL - Berenice
MÁRCIA MARIA - Marina
SADI CABRAL - Tomé
JOÃO JOSÉ POMPEO - Prudêncio
LAURA CARDOSO - Fátima da Conceição
PAULO FIGUEIREDO - Pedro
FLAMÍNEO FÁVERO - Nando
DINA LISBOA - Dulce
CHICO MARTINS - Cristiano
WILSON FRAGOSO - William
ETTY FRASER - Evelyn
MARISA SANCHES - Mildred
KATE HANSEN - Katherine
AGENOR VERNIN - Tonho
JOSÉ POLICENA - Salvador
SIDNÉIA ROSSI - Domitília
SOLANGE THEODORO - Simone
GLÓRIA NASCIMENTO - Priscila
ROBERTO ROCCO - Ronaldo
YARA MARQUES - Vitória
ARNALDO WEISS - Osvaldo
J. FRANÇA - Sr. Silva
JOÃO LUÍS - Adriano
MARIA CECÍLIA - Silvinha
IVANICE SENA - Marlene
LUÍS CARLOS PARREIRAS - Oscar
PAULO PADILHA
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Papai Coração
Uma novela importada devido ao sucesso que fez na América Latina.
A promoção enfatizava a união no vídeo da família Goulart: ao lado de Paulo estava a mulher Nicete, os três filhos (Bárbara, Beth e Paulo "Goulart Filho" Miesse), e a sogra (Eleonor Bruno).
Mas Nicette Bruno, sempre ótima, estava relegada a segundo plano na história, tendo seu talento desperdiçado.
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Tupi - 18h
200 capítulos
De 26 de abril de 1976 a janeiro de 1977
Novela de José Castellar
Baseada no original de Abel Santa Cruz
Direção de Edison Braga e Atílio Riccó
Supervisão de Luiz Gallon
Trama Central:
Os problemas familiares do viúvo Mário com a irmã noviça, Rosário, e sua filha pequena Titina, que conversa coma mãe morta, Laura.
Bastidores:
Ainda uma revelação: a então menina Narjara Turetta estreava em novelas ao viver a protagonista. Ela ainda se destacaria na Globo ao interpretar a filha adolescente de Regina Duarte em Malu Mulher. Muitos achavam que Narjara era de fato filha de Paulo Goulart, devido à semelhança entre ela e sua família.
Última novela da Tupi gravada em preto-e-branco.
Elenco:
NARJARA TURETTA - Titina
PAULO GOULART - Mário
ARLETE MONTENEGRO - Laura
SELMA EGREI - Irmã Rosário
NICETTE BRUNO - Sílvia
ELEONOR BRUNO - Madre Superiora
YOLANDA CARDOSO - Helena
SERAFIM GONZALEZ - Renato
BETH GOULART - Irmã Carolina
BÁRBARA BRUNO - Alice
RENATO CONSORTE - Padre Bernardo
JOANA FOMM - Paula
ADRIANO REYS - Estêvão
JONAS BLOCH - Ismael
SÍLVIO ROCHA - Pedro
WALDEREZ DE BARROS - Irmã Matilde
ELIZABETH HARTMANN - Maria da Graça
GLAUCE GRAIEB - Eunice
KIKO DE MICHELI - Henrique
HENRIQUE CÉSAR - Pompeo
LIZETE NEGREIROS - Irmã Natércia
MARA MIRANDA - Dulce
CÉLIA PAIXÃO - Edna
ROGÉRIO MÁRCICO - Diogo
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Tchan, a Grande Sacada
Xeque-Mate
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1977
Éramos Seis

Terceira das quatro adaptações que o romance de Maria José Dupré teve para a televisão. A primeira, de 1958 na TV Record, era apresentada duas vezes por semana, com Gessy Fonseca e Gilberto Chagas. A segunda, de 1967 na TV Tupi tinha Cleyde Yáconis e Sílvio Rocha nos papéis centrais. A última foi produzida pelo SBT em 1994 com Irene Ravache e Othon Bastos, e era um remake dessa terceira versão adaptada por Sílvio de Abreu e Rúbens Ewald Filho.
Uma das mais fiéis adaptações feitas para televisão. O nível conseguido no texto e o trabalho apurado de Nicette Bruno fizeram dessa novela um sucesso.
A primeira parte da novela sofreu ferrenha concorrência com Locomotivas, da Globo. Reconhecendo os imbatíveis índices de audiência da novela, a Tupi publicou nos jornais de 14 de agosto de 1977 um anúncio surpreendente:
"A Rede Tupi mudou a novela Éramos Seis para as sete e meia da noite. Assim você não perde as Locomotivas. Éramos Seis, a novela mais humana e comovente da televisão, a partir do dia 15 de agosto, vai começar às sete e meia da noite. A Rede Tupi mudou o horário para você não perder nenhuma das duas novelas de que você gosta. E o novo horário coincide com o início da segunda fase de Éramos Seis. Se por acaso você perdeu a primeira, não tem importância. A vida continua. Em cada capítulo da vida de Dona Lola você vai encontrar muito da sua própria vida. (...) A Rede Tupi está marcando audiência com você".
A autora, que foi apresentada ao elenco na noite de estréia da novela, aborreceu-se com os adaptadores que criaram uma ligação extra-conjugal para o Sr. Júlio. Ela desabafou: "É demais! Sempre me culpei por ter criado a Dona Lola tão sofrida, agora o marido a desrespeita!". Mais tarde, confidenciou: "Não me apresentem a aventura de Júlio, será demais para mim!".
Assim como no romance original, o personagem Carlos morre no decorrer na trama. Na novela essa morte foi mais por imposição da emissora do que pela vontade dos adaptadores. A Tupi queria Carlos Augusto Strazzer ou Carlos Alberto Riccelli para protagonizar sua próxima atração, O Profeta. Optou-se seguir então o livro, e Strazzer saiu para estrelar a nova novela.
Para maior veracidade, a novela teve externas gravadas na Vila Belmiro, bairro de Santos (SP), cujas ruas ainda conservavam construções antigas.
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Tupi - 19h
De 6 de junho a 31 de dezembro de 1977
165 capítulos
Novela de Sílvio de Abreu e Rúbens Ewald Filho
Baseada no romance homônimo de Maria José Dupré
Direção de Atílio Riccó e Plínio Paulo Fernandes
Sinopse:
O cotidiano da vida de Dona Lola, ao lado do marido Júlio e dos quatro filhos (Carlos, Alfredo, Isabel e Julinho) desde quando estes eram pequenos até a idade adulta, quando Dona Lola termina seus dias sozinha numa casa para idosos.
A história transcorre todos os fatos marcantes de sua vida: a dura luta para criar os filhos; a morte do marido; a morte de Carlos, o filho mais velho, vítima na Revolução de 1932; os problemas com Alfredo, metido com movimentos políticos e badernas; a união precoce de Isabel com um homem bem mais velho e casado; o casamento de Julinho com uma moça da sociedade que culmina com a ida de Dona Lola para um asilo.
Entre tanto sofrimento, alguns momentos leves, como a amizade de Lola com a vizinha Genú, casada com Virgulino, e os passeios à casa de sua mãe, Dona Maria, no interior, onde moram suas duas irmãs, Clotilde e Olga, e sua tia doente, Candoca. A espevitada Olga, se casa com o farmacêutico Zeca e juntos dão início a uma grande prole. Clotilde se apaixona por Almeida, um amigo de Júlio, mas não consegue romper com os padrões morais da sociedade quando tem de decidir morar com ele que é desquitado.
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Elenco e Núcleos:
NICETTE BRUNO - Lola
GIANFRANCESCO GUARNIERI - Júlio
CARLOS AUGUSTO STRAZZER - Carlos
CARLOS ALBERTO RICCELLI - Alfredo
MARIA ISABEL DE LIZANDRA - Isabel
EWERTON DE CASTRO - Julinho
GEÓRGIA GOMIDE - Clotilde
EDGARD FRANCO - Almeida
JUSSARA FREIRE - Olga
PAULO FIGUEIREDO - Zeca
MARIA CÉLIA CAMARGO - Genu
JOÃO JOSÉ POMPEO - Virgulino
ADRIANO REYS - Felício
CARMEM MONEGAL - Adelaide
RENY DE OLIVEIRA - Carmencita
FLÁVIO GALVÃO - Lúcio
LEONOR LAMBERTINI - Dona Maria
GENY PRADO - Tia Candoca
NYDIA LÍCIA - Emília
LOURDES MORAES - Justina
INDIANARA GOMES - Maria Laura
SILVIO ROCHA - Assad
CARMINHA BRANDÃO - Laila
LUCY MEIRELLES - Karime
ROGÉRIO MÁRCICO - Alonso
MARIA LUIZA CASTELLI - Pepa
BETH GOULART - Lili
CARMEM MARINHO - Marion
FRANCISCA LOPES - Durvalina
Higino
LINDA GAY - Dona Marlene
MARISA SANCHES - Benedita
PAULO GOULART - Dr. Azevedo
AMILTON MONTEIRO - Marcos
GÉSIO AMADEU - Raio Negro
LUIZ CARLOS BRAGA - Alaôr
RUTHINÉIA DE MORAES - Zulmira
ROBERTO MAYA - José Aranha
MARIVALDA - Paulette
MALU BRAGA - Marta
LIA DE AGUIAR - Madre Superiora

e as crianças
PAULO CÉSAR DE MARTINO - Carlos
DOUGLAS MAZZOLA - Alfredo
IVANA BONIFÁCIO - Isabel
MARCELO PINDORF - Julinho
ANA PEREIRA - Carmencita
MATHEUS CARRIERI - Lúcio
GLADY REGINA MIRANDA - Lili
MARIA CECÍLIA SALAZAR - Maria Laura
MARCOS DONIZETTI - Raio Negro
RENATO CARRIERI - Felício Júnior
ILENE PATRÍCIA - Maria Emília
MÁRCIO COSTA - Tavinho
LUCIENE DOS SANTOS - Emiliana
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Trilha Sonora
 01. TODA UMA VIDA - Ederly Borba
02. DOMINGO ANTIGO - Beth Carvalho
03. MEU PRELÚDIO - Waldyr Azevedo
04. MADRINHA LUA - Rosinha de Valença
05. MODINHA - Titulares do Ritmo
06. QUEREMOS DEUS - Wilson Simonal
07. ACALANTO - Nana e Dorival Caymmi
08. A BANDA - Chico Buarque
09. CAPRICHO DO DESTINO - Jacob do Bandolim
10. MAL ME QUER - Nara Leão
11. BRANCA - Violinos Mágicos
12. SERRA DA BOA ESPERANÇA - Elizeth Cardoso e Sílvio Caldas
13. CAIADO - Fernando Leno
Tema de Abertura: TODA UMA VIDA - Ederly Borba
Vem a tristeza me entristecer
Mas a lembrança, como a esperança
Me faz viver
Eu sou tão rica com tantos sonhos
Como esta casa me pertencendo
Toda em poente me vê
Me vê passando todos os dias
Mesmo nos dias que vão morrendo
Pois com certeza
Tem sempre um dia em nossa vida
Que vai nascendo...
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Cinderela 77
O ProfetaA volta à TV Tupi foi triunfante, com “O Profeta”, estreada em 22 de outubro de 1977. Novamente Ivani Ribeiro abordava o tema da paranormalidade. Vários temas ecumênicos foram tratados ao longo da trama, que se tornou um grande sucesso. É a história de Daniel, um paranormal que vê o passado e o futuro. Em vez de ajudar as pessoas, ele usa o poder em benefício próprio. Torna-se famoso e rico. Envolve-se com Sonia, noiva do amigo Murilo. A novela atingiu o seu clímax quando Daniel previu a morte de Murilo. Acusado de ter provocado a morte do rapaz para ficar com Sonia, Daniel é preso. No final mostra-se atormentado por seus poderes. Amparado por Carola, uma gordinha desengonçada que nutria uma paixão platônica por ele, descobre que só quer viver uma vida de homem simples ao lado dela. Carlos Augusto Strazzer, que vinha de um grande sucesso em “Éramos Seis”, foi promovido a protagonista da emissora, vivendo um dos maiores personagens da sua carreira. Débora Duarte então casada com o cantor Antonio Marcos, rescindiu com a TV Globo, voltando para a TV Tupi após cinco anos na emissora carioca. O motivo foi para que a atriz pudesse ficar em São Paulo, ao lado do marido. A atriz tinha dado à luz à filha Paloma Duarte, o que facilitou a composição de uma personagem gordinha. No fim da novela, Carola aparecia magra e bela. Irene Ravache e David José protagonizaram cenas hilariantes, vivendo o casal Teresa e Armando. A novela chegou a ameaçar a audiência de “O Astro”, de Janete Clair. No elenco Elaine Cristina, Cláudio Corrêa e Castro, Rolando Boldrin, Ana Rosa, Glauce Graieb, Márcia de Windsor, Aldo César, John Herbert, Yolanda Cardoso, Jacques Lagoa, Rildo Gonçalves, Suzy Camacho, Abrahão Farc e Luiz Carlos de Moraes.
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Tupi - 20h
159 capítulos
De 24 de outubro de 1977 a 29 de abril de 1978
Novela de Ivani Ribeiro
Direção de Antonio Seabra e Álvaro Fugulin
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Um Sol Maior
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1978
Campanha Bombril, no ano de 1978, entrava no ar a campanha que viria a entrar no Guiness Book como a mais antiga do mundo. O “Garoto Bombril” estreava na TV Tupi, com cerca de 54 comerciais por mês.
O comercial foi criado por Washington Olivetto como redator e Francesc Petit como diretor de arte. Destinava-se a divulgar, para a dona de casa os novos produtos fabricados pela Bombril: Sapóleo Líquido Rid, lava-louças Bril, detergente em pó e Sapóleo Radium, associando-os à marca esponja de aço, carro chefe da empresa. Para a divulgação desses produtos, a verba era restrita. Optou-se por um formato bem simples, onde um químico da própria empresa, tímido e desajeitado, constrangido por estar na televisão, era encarregado de falar à dona de casa sobre os novos produtos que ele ajudara a criar.
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Garoto Bombril
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Aritana
Em 1978 Ivani Ribeiro surpreenderia novamente, com “Aritana”, abordando a temática indígena. Conta a história de Aritana, índio filho de um homem branco e de uma índia. Seu tio é um rico fazendeiro, que não quer dividir com a ele as terras que herdou do pai. Vivendo no Xingu, ele parte para a cidade em busca da herança, para garantir a sobrevivência do seu povo e defender as terras, ameaçadas de serem vendidas pelo tio para os americanos. Na cidade, apaixona-se pela bela veterinária Estela. Na sua simplicidade de índio, sofre com o escárnio dos brancos e com a indiferença de Estela. Carlos Alberto Riccelli, com o seu físico loiro, sofreu um profundo processo de caracterização para que se transformasse no índio Aritana, surpreendendo a todos. A novela incomodou fazendeiros, que viam nas reivindicações dos índios uma ameaça, o fato obrigou a TV Tupi a levar ao ar o especial “O Caso Aritana, uma Novela a Parte”. Atores e diretores , os irmãos Villas-Boas e outros órgãos de defesa dos índios, defendiam no especial as idéias da autora. Normalmente a TV Tupi gerava os seus ídolos e a TV Globo os contratava. Em “Aritana” aconteceu o contrário, grandes nomes vieram da emissora carioca. Bruna Lombardi, recém revelada pela TV Globo na novela “Sem Lenço, Sem Documento”, protagonizava a trama de Ivani Ribeiro, o seu encontro com Carlos Alberto Riccelli renderia um casamento que dura até os dias atuais. Carlos Vereza, Jorge Dória, Francisco Milani e Jayme Barcellos, também vieram da TV Globo. Wanda Stefânia, que naquele ano passara com sucesso pela aldeia global, protagonizando a telenovela “Te Contei?”, de Cassiano Gabus Mendes, voltava à TV Tupi. Outra contratação foi a do ator português Tony Correa, que fora revelado em “O Casarão”, em 1976, e um dos protagonistas da novela “Locomotivas”, em 1977, ambas na TV Globo. O luxuoso elenco de “Aritana” contava ainda com Geórgia Gomide, Cleyde Yáconis, Othon Bastos, John Herbert, Márcia Real, Ana Rosa, Maria Estela, Arlete Montenegro, Serafim Gonzalez, Carminha Brandão, Marcos Caruso, Haroldo Botta e Suzy Camacho.
“Aritana” foi a última novela de Ivani Ribeiro para a TV Tupi, que entraria em dificuldades financeiras, fechando as suas portas em 1980, depois de agonizar por mais de um ano. No período de agonia da emissora, os sucessos de Ivani Ribeiro foram reprisados para suprir a falta de programação. Estava encerrada a era de ouro da TV Tupi, e a fase de Ivani Ribeiro como autora contundente do horário nobre.
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Bruna Lombardi e Carlos Alberto Ricceli
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João Brasileiro, o Bom Baiano
O Direito de Nascer
Roda de Fogo
Salário Mínimo
A novela deveria se chamar Gente Humilde, mas na última hora seu título foi mudado. Na verdade, sua história completou mais o título original, uma vez que a novela tinha seu reforço nos moradores da periferia na sua luta do dia-a-dia.
Lançada discretamente e sobrevivendo à crise que se avolumava nos últimos tempos da TV Tupi, Salário Mínimo, no entanto, se revelou uma grata surpresa.
A novela começou tendo a música Deixa, cantada por Cláudia, na abertura. Dois meses depois foi trocada por Sampa, de Caetano Veloso.
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Tupi - 19h
De 11 de setembro de 1978 a 10 de março de 1979
Novela de Chico de Assis
Direção de Antônio Abujamra
Sinopse:
Na Vila Giselda, a atuação de Dona Zilda, a supermulher que protege os humildes moradores das especulações financeiras das camadas mais altas.
Elenco:
NICETTE BRUNO - Zilda
EDNEY GIOVENAZZI - Hermes
LÍLIAN LEMMERTZ - Viviane
HÉLIO SOUTO - Lincoln
EWERTON DE CASTRO - Eduardo
MARIA ISABEL DE LIZANDRA - Teca
ÊNIO GONÇALVES - Inácio
ELIAS GLEIZER
ETTY FRASER - Letícia
LAERTE MORRONE
PAULO HESSE
SILVIA LEBLON
JOÃO SIGNORELLI
CLÁUDIA ALENCAR - Isabel
ROSALY PAPADOPOL - Janete da Loteca
BÁRBARA BRUNO
EDSON CELULARI
TEREZA TELLER
REGIANE RITTER
JOSÉ CARLOS DE ANDRADE
JOÃO ACAIABE - padre
OSWALDO CAMPOZANA
JOSÉ PARISI - Dom Pepe
NARJARA TURETTA
ALBERTO BARUQUE - Ari
LUIZ ANTÔNIO PIVA - Dr. Tomazzelli
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1979
Como Salvar Meu Casamento
Dinheiro Vivo
Mário Prata desenvolveu um laboratório de idéias e criação recusado pela Rede Globo. Infelizmente na Tupi (em fase de falência) tais idéias não encontraram repercussão.
O tema central, na verdade, era polêmico para a época. A história de Zé Mário (Ênio Gonçalves) expunha à sociedade os problemas nacionais dos anos de arbítrio com o país ainda em plena ditadura militar.
Primeira novela da atriz Maitê Proença.
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Tupi - 19h
De 6 de agosto de 1979 a 21 de janeiro de 1980
Novela de Mário Prata
Direção de José de Anchieta
Sinopse:
Douglas Fabiani é um apresentador de TV com um programa de perguntas e respostas que valem milhões. Em seu programa surge Zé Mário para responder sobre o Papa João XXIII. Flávia reconhece no candidato seu ex-namorado Guto, dado como morto quando fugia de uma caçada a estudantes em 1969.
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Elenco:
ÊNIO GONÇALVES - Zé Mário (Guto)
MÁRCIA MARIA - Flávia
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ - Douglas Fabiani
RODOLFO MAYER - Nonô
FLÁVIO GALVÃO - Eduardo
PEDRO PAULO RANGEL - Bebeco
IMARA REIS - Marilu
LIA DE AGUIAR - Isildinha
MAITÊ PROENÇA - Joaninha
HENRIQUE LISBOA - Carlos Roberto
SÉRGIO MAMBERTI - Pacheco
WÁLTER PRADO - Juca
DENIS DERKIAN - Carlinhos
WILMA DE AGUIAR - Ema
LUIZ SERRA - Gabriel
EUNICE MENDES
VERA PAXIE - Marlene
WÁLTER BREDA - Galvão
CRISTINA PEREIRA - Garapa
HERALDO CORRÊA - Tadeu
HELOÍSA ARRUDA
MARISA SANCHES - Gumercinda
OSCAR FELIPE - Malta
PAULO BETTI - Caco
SUZANA LAKATOS - Márika
MARCOS ROSEMBAUM
ABRAHÃO FARC
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Trilha Sonora
 01. OPEN SPACE - Airto Moreira
02. SOB MEDIDA - Fafá de Belém
03. ROLA ROLA - Emílio Santiago
04. DR. PACHECO - Raul Seixas
05. CRIATURAS - Wálter Franco
06. MALACAXETA - Pepeu
07. TEM DINHEIRO NISSO - Harmony Cats
08. DEZ ANOS (DIEZ AÑOS) - Gal Costa
09. RAIOS DA MANHÃ - Peninha
10. DETALHES - Ricardo Braga
11. A DESCULPA - Wildner
12. DANÇAS DO NI - Bendegó
Seleção de repertório: Carlos Alberto Borba
Coordenação musical: Júlio Medaglia
Tema de Abertura: OPEN SPACE - Airto Moreira
Vivo sonhando
Sonho acordada
Vida boa é vida de amor
Com samba e com trabalho e suor
Forte de sofrer sem temor de morrer
Eu vi um bama
Sujo de lama
Vida não é vida
Sem conceito e sem trabalho ou suor
Fraco de sofrer por temor de viver
Vivo sonhando
Sonho acordada
Vida boa é vida de amor
Com samba e com trabalho e suor
Forte de sofrer sem temor de morrer...
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Gaivotas
O Espantalho (reprise)

Década de 1980

1980
Drácula uma História de Amor
Em janeiro de 1980, entrava no ar a que seria a última novela da Rede Tupi de Televisão "Drácula, uma história de amor", a última novela exibida.
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Novela de Rubens Ewald Filho
Direção de Antônio Abujamra e Atílio Riccó
Com:
Rubens de Falco (Drácula),
Bruna Lombardi (Mariana),  
Carlos Alberto Riccelli (Rafael).
Cleyde Yáconis,
Isabel Ribeiro,
Sandra Barsotti,
Herson Capri,
Arlete Montenegro entre outros.
Sinopse:
O lendário vampiro Conde Drácula deixa seu castelo na Transilvânia, partindo em busca de seu filho único, Rafael, levado quando criança pela ama Hannah. Usando o nome Vladimir, reencontra o filho, hoje um homem feito, e acaba se apaixonando pela jovem Mariana, sua futura nora, neta da toda poderosa Dona Marta.

Dos dez capítulos escritos, apenas quatro foram ao ar - a novela foi suspensa e vendida para a Rede Bandeirantes que mudou o nome para "Um Homem Muito Especial", com o mesmo elenco.
Drácula, uma História de Amor (última novela a ir pro ar da Rede Tupi de Televisão)
Wálter Avancini seria o diretor dessa novela, mas foi demitido da emissora pouco antes da novela estrear.

Esta novela teve apenas uma semana de exibição. Pois a greve na Tupi cancelou as gravações e no seu lugar foi exibida a reprise da novela "Éramos Seis".
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Era o fim das produções de novelas da Tupi.

A emissora sairia do ar em definitivo no dia 18 de julho de 1980.


PRF-3 TV Tupy-Difusora

Os Estúdios do Sumaré – O Palácio do Rádio

As primeiras instalações da televisão no Brasil. Foi no bairro do Sumaré onde tudo começou e que até hoje respira à televisão. O terreno, grande para seu tempo, ocupava a quadra rodeada pelas Rua Piracicaba, Av. Professor Alfonso Bovero, Travessa Xangô e Rua Catalão.

Rádios Tupi e Difusora, juntamente com a Rede Tupi de Televisão eternizaram o Sumaré. A Rede Tupi, que ali nasceu como a pioneira PRF-3 TV Tupy-Difusora, em 18 de setembro de 1950.

O Jogo de Peteca
Com base na descrição feita por Fernando Morais em seu livro Chatô - O Rei do Brasil, era uma tarde de fevereiro de 1949, quando o jovem radio ator Walter Foster jogava uma partida de peteca no pátio da Rádio Difusora de São Paulo (ali mesmo naquela quadra que já citei, para o lado da Rua Piracicaba), em companhia dos radialistas Dermival Costa Lima e o jovem Cassiano Gabus Mendes. Cabeças de mocinhas sobre o muro que dava para a Rua Piracicaba eram vistas dali pelos profissionais da rádio, eram fãs assumidas destes galãs, mulheres e meninas que passavam várias horas do dia ali, à espera de um sorriso ou de um autógrafo. Eis que surge um novo fato, para quebrar esta rotina: no meio do jogo, a quadra é invadida por Assis Chateaubriand, vestido com um terno preto de lã e um chapéu gelot na cabeça. Enquanto um grupo de homens o acompanhava, todos de paletó. Chatô, com um pedaço de giz na mão riscava o chão e dava ordens, em voz alta, ao homem que sobre o cimento estendia a trena:
 - Aqui vai ser o estúdio A. Agora espiche a trena para o lado de lá, ali vai ser o estúdio B. Veja se confere com o mapa.

Devagar, Walter Foster se aproxima e pergunta a seu patrão:
 - Mas, doutor Assis, o senhor está pretendendo acabar com o nosso campinho de peteca?

Chateaubriand nem se levanta por completo, apenas ergue os olhos ao radio ator, com desprezo:
 - Vocês vão jogar peteca no diabo que os carregue: aqui vão ser os estúdios da TV Tupi.

Com esta seca resposta estava anunciada a construção dos estúdios de televisão no Sumaré, que mudariam mais ainda a vida do bairro. Foster perdeu seu campo de peteca, mas ganhou o prestígio enorme sendo um dos principais atores das TV Tupi.

Sumaré, do início ao fim da Tupi
Depois de construído, as primeiras instalações possuíam até mesmo barzinho para os funcionários, barbearia e muito mais, tudo para cuidar dos profissionais das emissoras PRF-3 TV Tupi, PRG-2 Rádio Tupi e PRF-3 Rádio Difusora, as três que agora dividiam o mesmo terreno.
A PRF-3 TV inicialmente havia sido improvisado no terreno das rádios e futuramente as estas sairiam de lá e a televisão tomaria conta de todo terreno.

Em seu meio, estava um grande estúdio de televisão, digamos que na metade da Rua Piracicaba. Nele estava escrito com letras de metal as palavras TELE-VISÃO, tendo um raio no lugar de seu hífen. Isto porque era uma novidade, não tendo o objetivo da Tupi dizer que ela é "televisão", propriedade só associada... Não existiam outras televisões quando isto foi colocado lá.
***
Anos 1950
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Para infelicidade dos amantes da história de nossa televisão, informo que o prédio original das primeiras transmissões da TV Tupi não existe mais. Ele foi destruído no final da década de1970 para dar lugar ao novo Telecentro - nome pelo qual chamavam o CDT (Centro de Televisão) do Sumaré. O terreno ao lado, cheio de casas antigas, ainda nos primeiros anos da TV Tupi, foi comprado para fazer a instalação da Rádio Difusora, que saiu do Telecentro. E neste terreno, que fica entre o número 52 da Alfonso Bovero e esquina da Travessa Xangô, aconteceria a demolição do predinho da Rádio Difusora em 1959, para que construíssem ali o grande e majestoso prédio da Tupi, uma das únicas partes restantes do império associado atualmente, mesmo que não pertença mais a eles.
A inauguração oficial do prédio foi em 28 de setembro de 1960. Era uma fase boa da Tupi, mesmo sabendo que tiveram que trocar de prefixo neste mesmo ano (aliás, havia sido no mês anterior, em 1º de agosto, quando passou do canal 3 para o canal 4).

No final da década de1970, em meio às reformas fez nascer uma grandiosa torre no meio do Sumaré (bem ao centro do seu complexo televisivo).
Sem esquecer que seria desativada a torre do prédio do Banespa, que foi usada pela Tupi desde a inauguração. Só que a Tupi saiu do ar utilizando esta antena, já que a construção da antena do Telecentro não havia sido acabada. A torre, que vocês hoje vêem no Sumaré é metade Tupi, metade SBT - já que o Silvio Santos a terminou em 1981, colocando até mesmo uma base anelar no alto, onde existe um restaurante. Mas o Telecentro havia sido terminado, em 1979.

A inauguração do Telecentro foi motivo de festa na emissora e todos faziam votos de prosperidade nos próximos anos, com suas grandes produções e programações tradicionais como Clube dos Artistas e Almoço Com As Estrelas.
Na sua nova portaria da Rua Piracicaba, colocaram escrito em aço as palavras:
REDE TUPI DE TELEVISÃO,bem grande.
Esta era a nova Tupi.
Mas nada aconteceu como o previsto, no ano seguinte a emissora perdeu sua concessão. E todo aquele clima de felicidade tinha se desfeito, chegando aos olhos dos telespectadores - já que muitos souberam que os empregados faziam greves, protestavam pelos salários atrasados, colocavam faixas na frente do Telecentro e o sindicato caía em cima por causa das leis trabalhistas. Maus tempos o Sumaré viveu até que em 16 de julho de 1980, às 11h30 da manhã, lacraram os transmissores da Tupi e o sinal saiu do ar. Estavam prestes a completar 30 anos. Prova disso eram vinhetas comemorativas dos 30 anos indo ao ar desde janeiro de 1980.

A TV Tupi só não quebrou antes porque tiveram a idéia de alugar seus horários para a Igreja, enquanto retiravam aos poucos sua programação habitual, por falta de renda. Era o sinal da decadência total, tornando-se quase um canal religioso.

Planta do Telecentro da Tupy
A planta original da TV Tupi, do Palácio da Rádio em 1950. Uma coisa que poucos viram. Esta foi feita pelo mais famoso dos primeiros "vinheteiros" do Brasil, Mário Fanucchi, responsável pelo desenho do tupizinho e de todos os slides da emissora, na década de 1950. Vocês podem ver esta planta também no livro Nossa Próxima Atração - O Interprograma do Canal 3, escrito pelo mesmo.
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A planta original do Telecentro da Tupi, para saber se faz uma televisão por dentro:
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A Cidade do Rádio, os estúdios do Sumaré em 1950. Arquivo pessoal de Mário Fanucchi, pertencente ao livro "Nossa Próxima Atração - O Interprograma do Canal 3".

1- Entrada de funcionários;
2- Cabina primária de força;
3- Barbearia;
4- Camarim Feminino;
5- Lanchonete;
6- Cabina de locução do auditório;
7- Palco;
8- Controle de Som;
9- Platéia;
10- Entrada Principal;
11- Hall;
12 e 13- Estúdios de radioteatro;
14 e 15- Controle de Som;
16 e 17- Cabinas de Locução;
18 e 19- Controles de Som;
20- Central-técnica das rádios;
21- Discoteca;
22- Antiga casa do transmissor da Difusora;
23- Piscina;
24- Auditório de TV;
25- Estúdio de TV;
26- Switcher;
27- Cabina de locução de TV;
28 e 29- Técnica TV;
30- Sanitários;
31- Maquilagem;
32- Barracão da cenografia;
33- Contra-regra;
34, 35 e 36- Produção;
37- Secretaria;
38- Direção Artística;
39- Sanitários;
40- Produção;
41- Portaria;
42, 43 e 44- Salas de Ensaio;
45- Camarim masculino;
46- Sonoplastia;
47- Cabina do transformador de força;
48- Direção de produção de TV;
49- Telecine;
50- Manutenção Técnica;
51 e 52- Sanitários.

Existia ainda dentro deste terreno, perto da entrada dos empregados o Bar do Índio, que depois de anos lá foi substituído por outro bar, cujo proprietário era o Seu Jordão, Dona Maria e família. São pessoas que poucos lembram, mas que não podem passar despercebidas na história da televisão, já que estes atenderam e fizeram de tudo para cuidar da alimentação de nossos radialistas, sem esquecer da querida Panificadora Real e das demais estalagens e pensões que serviam estes profissionais no pequeno bairro do Sumaré. Na parte de trás do terreno, esquina da Rua Piracicaba com a Rua Catalão eram gravados num "quintal" da emissora as Aventuras do Falcão Negro, com José Parisi.


Os Vizinhos da Tupi no Sumaré
A quase centenária a Panificadora Real está lá, na esquina da Av. Professor Alfonso Bovero com a Av. Doutor Arnaldo, especificamente no número 2 da primeira. Ela é o primeiro sinal de que estamos chegando na rua da Tupi. A Real é conhecida por causa do ar saudosista do local, onde convivem hoje profissionais de televisão da região, astros, profissionais da época da Tupi e amantes da TV. E é algo constante. Ao lado desta está o Restaurante Real, que faz parte da própria. E uma banca que é própria para pessoas que gostam de televisão, a Banca Real. Depois disso já começa o prédio da Tupi e o terreno, que atravessa a Travessa Xangô e chega na Rua Piracicaba.

Quando você entra na Doutor Arnaldo (quando ela começa a possuir duas esquinas) em direção ao início da Alfonso Bovero, vê o primeiro sinal de que ali é o bairro das televisões: a antena da TV Cultura, grandiosa serve como um portal para os amantes da TV. E a proximidade da avenida se vê nas três antenas que se aglomeram ali próximo da Tupi: a antena da Rede TV!, a antena da MTV e a antena do SBT. Ainda nesse início da Doutor Arnaldo podemos ver a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, onde foi gravada a última cena do último capítulo de Éramos Seis, do SBT, quando Dona Lola vê e conversa com o fantasma de Júlio na Igreja.

No outro lado da esquina da Doutor Arnaldo com a Alfonso Bovero se encontra o Reservatório da SABESP, que fica dentro da Praça São Domingos Sávio. Lá foram gravadas cenas do terceiro Éramos Seis e segunda da TV Tupi, versão de 1977. Ali passeavam os casais da novela, como por exemplo Zeca (Paulo Figueiredo) e Olga (Jussara Freire), os dois atores que repetiram o casal na trama do SBT, só que desta vez fazendo a irmã da Olga e de Dona Lola, a Clotilde e o Senhor Almeida, amigo de Júlio. Sabiam? Há lá neste parque uma casa antiga onde fica o controle do reservatório de água e também tem uma enorme caixa d'água. Perto do muro do reservatório, que quase encosta com a antena da Rede TV! (dando a melhor visão que possa ter de como é uma antena de perto) possui um espaço aberto, sem bancos, nem nada, onde moradores do bairro o aproveitam para fazer caminhadas em círculos e crianças passeiam com bicicleta.

Atrás dessa praça fica a antena da Rede TV, que foi construída em 1983 junto à primeira sede da Manchete em São Paulo, na Rua Bruxelas, 199, que fica atrás do parque. A pequena sede, construída com o estilo de arcos coberta de vidros espelhados foi idealizada e construída por Oscar Niemeyer, que repetiu o estilo, em grande escala, no prédio da Manchete no bairro do Limão. Quando, em 1991, a Manchete passou para a Ilda Kolbe (Limão), a sede da Rua Bruxelas, ficou sendo inteiramente da Rádio Manchete FM, esta que depois foi comprada pela Fundação Evangélica Renascer e que é a única das empresas que até hoje possuem o nome Manchete, já que os Bloch faliram. Hoje se chama Rádio Manchete Gospel. O transmissor do canal 9 se encontra lá e o prédio é comandado pela Rede TV. A Rádio Manchete mudou-se para a casa ao lado.


Outros assumiram o Sumaré
Na Rua Catalão, esquina com a Rua Piracicaba e paralela à Alfonso Bovero temos a primeira televisão da região sem antena: a TV Milennium (ou TVM), que tem sinal somente por cabo e faz parte da TVA. Nas redondezas também temos a Canal São Paulo, canal pertencente também à TVA, que fica mais para baixo da Av. Alfonso Bovero, próximo da Rua Plínio de Moraes. A Pró-TV, antiga APPITE (Associação dos Profissionais Pioneiros e Incentivadores da Televisão Brasileira) se encontra no Sumaré também, na Rua Homem de Mello.


O que restou da Tupi no Sumaré
Depois de sair do ar em 1980, seus prédios ficaram fechados por 10 anos! Eram considerados um elefante branco dentro do Sumaré, que trazia e traz até hoje um puro saudosismo de quem passa por lá e se lembra da Tupi. O SBT nos primeiros anos ainda utilizou o terreno da Piracicaba com a Alfonso Bovero, mas logo centralizou tudo na Vila Guilherme até 1991, quando voltou para lá. A antena era a única coisa em utilização no local, enquanto o prédio estava fechado, jogado às moscas e os estúdios também. A Rede Manchete é que aproveitava esse tempo de monotonia do Sumaré, se elevando no bairro como a emissora que era a cara do novo Sumaré.

Os anos 90 reacenderam a chama do velho Sumaré, no ano em que a Tupi estaria comemorando 40 anos se existisse! Com a abertura do sistema UHF por todo Brasil, a Abril - que na época que faliu a Tupi queria comprá-la e o governo não deixou - desta vez teria mais chance de realizar seu sonho de possuir um canal. Nascia ali a TV Abril, que todos julgavam que continuaria com este nome para sempre, até que se afiliaram a uma grande rede e empresa de televisão americana, baseada totalmente em explorar o universo da música: a MTV Networks. E assim nasceu, no canal 32 a MTV Brasil. A primeira TV segmentada do Brasil, um canal que quebrou de vez a audiência 100% VHF, já que a partir daí muitas pessoas começaram a pensar que a televisão não ia só do canal 2 ao 13 em São Paulo e aí prestou-se mais atenção nos "grandes" e pequenos do sistema UHF.
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Em outubro de 1990, a Abril restaurou o grande edifício sede da Tupi, o do número 52 da Alfonso Bovero, deixando-o como era antes, sem alterar nada em sua "casca". Apenas o rebatizou como Edifício Vitor Civita, fundador do Grupo Abril.

Em 1991, o SBT reativou seus estúdios do Sumaré, pintando-os e reformando-os por dentro e por fora. O jardim, que possuía a palavra TVS - 4 (este número dentro de um círculo), todos feitos de aço foi retirado de lá. O que lá ficou foi o transmissor antigo, agora com uma casa sobre este e pura vigilância no local. Não restou quase nada de jardim, isto bem onde era a portaria de empregados da Tupi. O SBT produziu ali algumas de suas grande novelas, entre elas Éramos Seis, As Pupilas do Senhor Reitor e Sangue do Meu Sangue, produzidas por Nilton Travesso; além de grandes sucessos da emissora com Jô Soares Onze e Meia. Parte do terreno alugou para Abril. E depois que o Complexo Anhangüera ficou pronto alugou o resto para a mesma. Só o transmissor e a antena lá permanecem sob comando do SBT. O resto dos estúdios agora, alugados para Abril, servem como abrigo do canal ESPN Brasil, da TVA e uma parte do prédio tornou-se sede do provedor de Internet em banda larga Ajato!, que também é da Abril.

As emissoras "reativaram" a função da Travessa Xangô nos tempos da Tupi: a pequena travessa voltou a servir de estacionamento das unidades móveis das emissoras, hoje sendo um carnaval de carros dos canais unidos ali: os da MTV, da Rede TV! e até os do SBT. Alguns até param na própria entrada da Real. A MTV é a que mais ocupa a travessa, servindo de "dona do pedaço", da mesma forma que a Tupi fazia.

Estamos resgatando valores esquecidos deste "famoso" bairro de São Paulo. Hoje todos convivem bem na região, sem brigas, e reafirmam, sem dúvida, que o Sumaré é e sempre será o bairro das televisões.
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Fotos do majestoso edifício sede da Tupi - Av. Prof. Alfonso Bovero, 52.
Fotos de 1990 tirada pelo radialista e fotógrafo Julio Francfort Ankerkrone (1 e 2) ;  foto de 2000 (3) tirada pelo colunista Elmo Francfort Ankerkrone. Arquivo pessoal.
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Novo bloco do Palácio do Rádio destinado às instalações de televisão, em 1950. Arquivo pessoal de Mário Fanucchi, pertencente ao livro "Nossa Próxima Atração - O Interprograma do Canal 3".           
Foto tirada em 1989 por Julio Francfort Ankerkrone, mostrando o estado deplorável dos restos da Tupi, vistas pelo portão que antigamente existia na esquina da Rua Piracicaba com a Rua Catalão. Arquivo pessoal.


Em Frente à Padaria Real
Era 1951, Seu Julio, Adélia e os dois filhos Luiz e Alzira, junto a uma grande multidão, estavam defronte a Padaria Tupinambá contemplando a novidade que vinha dos "States", a televisão.

Luiz assistia deslumbrado com aquelas imagens, a uma animação bem feita, porém de difícil entendimento - era o desenho do "Pica-pau", ou como na época era chamado "Woody Woodpecker". Isto porque os primeiros desenhos não possuíam dublagem e eram passados na íntegra os originais, vindos da América. O único que ele se lembra, que inicialmente havia sido traduzido, era Leôncio, aquela foca inimiga do Pica-pau. Esse, por sua vez, era traduzido por um português de Portugal. A primeira fala que o menino Luiz ouviu Leôncio pronunciar em português, foi:
 - "Vou te pegar!" - que na dicção portuguesa saiu mais ou menos algo do tipo.

Logo após, viria o comercial, em slides, dos "Colírios Moura Brasil", que ficavam sem animação nenhuma, por volta de cinco minutos colado na tela! Era uma canseira, que na época era tido como o normal. Mas o tempo foi aproveitado pelos comentários entre a multidão.

Sobre aquela programação da PRF-3 TV Tupy-Difusora, podemos dizer que ainda era muito improvisada. Estavam numa fase ainda pioneira e que, baseando-se nestes testes, moldariam depois os primeiros passos do que hoje é a nossa televisão.

A atração seguinte ao longo slide do "Moura Brasil" seria "Imagens do Dia", apresentado por Ribeiro Filho, que respectivamente foram o primeiro telejornal e o primeiro repórter do Brasil e da América Latina. Pois, a televisão brasileira foi a quarta televisão do mundo, sendo que, no continente americano ela tenha sido, oficialmente, a segunda depois do pioneirismo dos Estados Unidos.
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O Nome da Estação

Foi assim que nasceu a PRF-3 TV.
Uma televisão sem um nome definido no início, mas que mais tarde foi batizada de PRF-3 TV Tupi-Difusora, situada no bairro do Sumaré. Onde hoje, na Rua Alfonso Bovero, se localizam os transmissores do SBT, na esquina com a Rua Piracicaba.
Ali se encontrava o grandioso casarão, chamado de "Palácio do Rádio", onde se localizava os estúdios da PRG-2 Rádio Tupi - AM, que para sua época eram enormes, comparados aos das demais rádios.

O majestoso edifício sede da Rede Tupi, inaugurado em 1960, é hoje propriedade das Empresas Abril, onde se instalou a MTV Brasil, em 1990. Ali se encontrava antes muitas casas e entre elas uma que funcionava a PRF-3 Rádio Difusora.

E por ambas as rádios ficarem na mesma Rua Alfonso Bovero e serem colegas nos Diários Associados, uniram os ideais para criar a televisão, além dos empregados, atores e técnicos das rádios, transformados nos primeiros profissionais da TV brasileira.
E por esta proximidade explicamos o porquê do nome de PRF-3 TV Tupi-Difusora.
PRF-3 e Difusora porque o primeiro era prefixo da segunda,
Tupi, por serem os estúdios dentro do "Palácio do Rádio",
O 3 no nome também teria a ver com a televisão, já que inicialmente ela seria o canal 3 de São Paulo, só tempos depois, canal 4, que hoje é o SBT.

O projeto de fundarem a TV Tupi carioca já estava pronto e esta sim receberia o rádio da primeira rádio Tupi do Brasil, a PRG-3 do Rio de Janeiro, que na época era capital do Brasil.
Por isto, a Tupi-Rio, fundada em 1951, teria o nome PRG-3 TV Tupi, canal 6.



A Marca Tupi
A TV Tupi foi a primeira emissora da televisão brasileira e também a precursora da utilização de recursos gráficos na sua identificação e seu adorno, como os inesquecíveis interprogramas e o seu famoso indiozinho. Mesmo com aparatos tecnológicos limitados e técnicas primitivas, esses recursos necessários não só para divulgar a emissora, mas também esta novidade revolucionária que era televisão. O passar dos anos trouxeram, além do aprimoramento técnico, a forte concorrência. Isso fez com que emissora tivesse que adaptar graficamente para acompanhar os novos tempos. Mesmo não conseguindo sobreviver, a TV Tupi conseguiu entrar também para a história através da implementação de conceitos gráficos para televisão utilizados até hoje.
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O primeiro símbolo da PRF-3 TV Tupi-Difusora e, por sua vez, da televisão brasileira foi um índio austero com uma lança na mão, símbolo emprestado da PRG-2 Rádio Tupi São Paulo. Essa associação direta era natural, tendo em vista que o rádio era sem dúvida a principal referência tanto técnica quanto comercial para o novo aparelho que acabara de surgir. Outra questão era passar alguns atributos conquistados pela rádio Tupi e representados em sua marca, como seriedade, tradição, imponência e exaltação nacional.
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Nesse momento as possibilidades técnicas eram muito limitadas. As primeiras vinhetas eram compostas por imagens estáticas sobre um cartão focalizado por uma câmera. O radialista e desenhista Mário Fanucchi, era responsável pela produção dos cartões, que os denominou de interprogramas. Sempre quando havia alguma falha técnica (que eram muitas) ou troca de cenário (já que tudo era ao vivo), se fazia uso deles.
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O índio então aparecia ilustrando constantemente esses cartões. Ás vezes, durante horas. E essa constância fez com que o a primeira marca da TV Tupi começasse a agregar valores negativos. Tanto que "mais chato que o índio da Tupi" havia se transformado um adjetivo comum para denominar algo ou alguém muito irritante ou tedioso.
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Fanucchi percebeu isso rapidamente. Para substituir o índio sério, ele utilizou uma mascote, também indígena, mas bem mais simpática que o símbolo anterior, conhecido como Tupiniquim. A marca recebeu uma antropoformização e, com traços mais divertidos e leves, agregou uma humanização á emissora, além de um perceptível apelo infantil.
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O Tupiniquim estampava tantos os institucionais, quanto a chamadas dos programas sempre iniciadas com a frase "Nossa próxima atração". Frase que se tornou o título de um livro produzido por Fanucchi em 1996 sobre os bastidores de TV Tupi e seus famosos interprogramas.
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A popularidade do indiozinho e da própria televisão entre o público infantil foi tanta que foi mais uma vez necessário criar um recurso para evitar um atributo negativo entre os adultos, já que a nova caixa eletrônica deixava as crianças vidradas até tarde, dificultando os pais em fazê-las dormir. Foi então criado um cartão com o Tupiniquim dormindo serene em uma rede na sua oca, ao som da famosa música "Já é hora de dormir", aproveitado posteriormente no famoso comercial dos cobertores Parayba.
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A função dessa nova mascote não era apenas de promoção e identidade da emissora, mas também do próprio aparelho televisor. Ela representava, através de um elemento histórico-cultural com um inusitado cocar de antenas, uma nova situação no Brasil em que o advento da televisão possibilitaria a formação de um público nacional ligado com as novas possibilidades propiciadas pelo desenvolvimento tecnológico.
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Pela dificuldade de representação de volume, além da falta de cores e movimento, a solução encontrada foi a aplicação de uma estética originada das histórias em quadrinhos. Inspirados nas personagens de Walt Disney e do desenhista brasileiro Luiz Sá, os interprogramas aproveitaram de alguns recursos dos quadrinhos para atribuir ações e sentimentos com desenhos caricatos e tipografias decorativas marcantes.
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A animação dos interprogramas veio a partir da importação pela TV Tupi de projetores chamados Gray Tellop. Estas máquinas reproduziam seqüências de imagens através de uma tira de quadros que se deslocavam em um movimento de trilho. Logo após, vieram os projetores de slides (com o sistema negativo e positivo) que permitiram uma maior qualidade nas imagens, como fotografias, gravuras, letras, etc.
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Mesmo com a substituição dos interprogramas por vinhetas em movimento, a utilização de mascotes como identidade dos canais não foi deixada de lado. Esse recurso foi utilizado pela TV Tupi e seguido por todas as emissoras da época, com o casal Rita e Paulinho na TV Excelsior e o tigre sorridente na TV Record, sem contar uma série de personagens utilizados em anúncios comerciais de sucesso. Os personagens, agora animados, ganhavam literalmente vida e conquistaram ainda mais carisma e fascínio pelos telespectadores, principalmente entre as crianças, classe mais receptiva aos anúncios publicitários e com maior poder de influência no núcleo familiar.
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Evolução da Marca
Em 1972, com o início das transmissões em cores e a TV Tupi se consolidando como uma rede, ela necessitava assumir novamente ares mais sérios e uma identidade mais corporativa, assim como já haviam fazendo as suas concorrentes. Com isso, o índio foi finalmente substituído por um novo símbolo. Eliminou-se a brasilidade do indiozinho e acentuou-se a referência à televisão em cores. No lugar do cocar de antenas como representante da televisão, foram utilizadas duas linhas onduladas que se cruzavam, representando as ondas de transmissão. Essas ondas envolviam três círculos com as cores verde, vermelho e azul, o tradicional sistema de cores-luz RGB utilizado pelos aparelhos televisores na transmissão de imagens em cores. Já as vinhetas institucionais apresentavam o símbolo através de efeitos visuais psicodélicos, tendência estética bastante utilizada na época entre as emissoras.
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Mesmo com a crise financeira, a baixa audiência e a forte concorrência, o designer e cenógrafo Cyro Del Nero, foi convocado para criar em 1979 uma nova marca e um sistema de identidade visual, que acabou durando aproximadamente um ano. Sua forma moderna, simples e com uma alta pregnância, caracterizava-se pela utilização de três polígonos arredondados, formando a inicial do nome da empresa. Portanto, os aspectos emotivos de uma mascote deram lugar de vez a uma marca com preocupação com princípios funcionalistas e formais da Gestalt, como a simplificação, pregnância, harmonia e unidade. As vinhetas acompanhavam esses conceitos, trazendo a marca com poucos efeitos e construções minimalistas.
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Foram também eliminadas as ondas e os círculos, mas permaneceram as mesmas cores. A manutenção dessa paleta cromática não estava somente relacionada com o intuito de fazer uma ligação com os atributos do símbolo anterior e reforçar o conceito da televisão em cores. O colorido, na versão em preto branco, dava lugar a uma variação tonal de cinza sem que se perdesse uma identidade formal. Essa preocupação era importante já que nova tecnologia da tevê em cores ainda era um artigo de luxo.

Evolução da logomarca: 
1951 - O Índio Tupiniquim passa a ser o Logotipo da TV Tupi São Paulo
1951 - Número 6 da TV Tupi Rio passa a ter o Índio Curumim dentro
1955 - A TV Tupi Rio muda a sua Marca o nome TV Tupi passou a ser dentro número 6
1972 - Formada a Rede Tupi e o seu logotipo era duas Linhas entrelaçadas e três esferas nas cores Vermelho, Azul e Verde
1977 - O "T" Estilizado para a época continua nas mesmas cores do anterior
1980 - O "T" Passa para dentro de uma tela de TV as cores saíram ele ficou em preto e branco


Arquivos TUPI Rio de Janeiro
Um VerdadeiroTesouro

"Programa Flávio Calvacanti, 1 fita, Gravado em 07-02-80, Não pode ir ao ar".
"Brasil x Alemanha 2 tempo".
"Gonzaguinha Especial".
As etiquetas com identificações incompletas, que pouco informa e muito instigam, estão em algumas das 536 fitas com programas da TV Tupi encontradas por acaso, entre cadeiras e mesas velhas, no 9º andar do prédio dos Diários Associados (proprietários da TV), na Rua do Livramento, no Rio de Janeiro. Parte deste patrimônio está prestes a ser recuperada.
A Rede Globo e o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, instituição para a qual o material foi doado, firmaram acordo para recuperar seu conteúdo. São reportagens, talk-shows, musicais e programas esportivos exibidos nos anos 60 e 70 e em 1980, ano da cassação da concessão da Tupi.
- É um verdadeiro tesouro, já que quase tudo o que a televisão brasileira mostrou nos anos 50, 60 e 70 desapareceu - deslumbra-se o historiador Clóvis Molinari, coordenador de Documentos Audiviosuais e Cartográficos do Arquivo Nacional. - Como o material está em mau estado, se conseguirmos recuperar 10% ou 15% dele, já vai ser um milagre.

"Achei uns rolinhos de filme no chão, fiquei curioso, porque tinha sido técnico de cinema"

Junto, com as fitas, quase todas em formato quadruplex (de duas polegadas), havia cerca de 1.500 rolos de filmes 16mm - usados, nos primórdios da TV, para as reportagens de rua, já que as câmeras das emissoras eram grandes e pesadas demais. O responsável pelo achado, há dois anos, foi o gerente técnico da Rádio Tupi, José Cláudio Barbedo, que depois ajudou a viabilizar a doação formal do material ao Arquivo Nacional, feita pelos Diários Associados.
- Achei uns rolinhos de filme no chão, fiquei curioso, porque tinha sido técnico de cinema, e vi que era um comercial. Abri outro e era uma reportagem, provavelmente sem som, já que no início da TV não havia videotape: o repórter captava as imagens e depois o locutor do telejornal fazia a narração.
Acabei chegando a uma sala com pilhas de fitas da Tupi, a maioria quadruplex, que tinham sido recolhidas no Cassino da Urca (antiga sede da emissora). De cara, vi programas de Flávio Cavalcanti, Aérton Perlingeiro. Vi que aquilo tinha valor histórico e liguei para o Clóvis - conta Barbedo.

No Brasil, só existem hoje duas máquinas capazes de ler fitas quadruplex. Uma delas, pertencente à TV Cultura, está sendo usada num amplo projeto da Cinemateca Brasileira. Restava ao Arquivo Nacional recorrer à TV Globo, dona da outra máquina. Felizmente, o negócio foi fechado. Pelo acordo que será assinado nos próximos dias, a emissora se encarregará de higienizar e digitalizar as fitas - um trabalho que vai custar cerca de R$ 500 mil. Como contrapartida, poderá exibir seu conteúdo por um ano. Depois, ele voltará para o Arquivo Nacional e ficará disponível para consulta pública.
- Dependendo do que tem nas fitas, elas poderão ser aproveitadas em programas como o "Arquivo N" da Globo News - diz Maria Alice Fontes, gerente do Centro de Documentação da TV Globo.

É um acervo riquíssimo; a TV Tupi foi importantíssima.

Para tentar recuperar os filmes, muitos deles da década de 1950, o Arquivo Nacional vai precisar fazer acordo semelhante com um laboratório especializado neste tipo de trabalho. A fim de sensibilizar o público, e possíveis patrocinadores, a instituição mostrou trechos de alguns deles, recuperados especialmente para a ocasião, durante uma edição do seu festival de cinema, o Recine.
O que se viu dava a dimensão da importância do material:
- Há o presidente Juscelino Kubitschek sendo aplaudido na saída do casamento de Ana Kubitschek;
- Os primeiros nordestinos chegando ao Campo de São Cristóvão;
- Leonel Brizola discursando na Câmara dos Deputados;
- As prostitutas da Vila Mimosa fechando janelas ao se verem flagradas pelas câmeras da Tupi.
- Os filmes estão piores que as fitas, por causa da síndrome do vinagre, que é a decomposição da película pela evaporação dos elementos químicos - explica Molinari.

Vai ser um serviço inestimável à memória do país.

As causas para a quase inexistência de material do começo da TV no Brasil são várias: - - Da natureza do veículo, que no início era ao vivo,
- Os incêndios que vitimaram diferentes emissoras,
- A falta de noção do valor do conteúdo produzido, que após a popularização do vídeo tape, nos anos 1960, levava ao reaproveitamento das fitas.
O "garimpeiro" que encontrou o material da TV Tupi comemorou a possibilidade de sua recuperação:


O Momento Final da Tupi
A AGONIA
FIM ... E O CAMERA MAN CHOROU...
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Jornal do Brasil Data de Publicação: 19/7/1980 Autor/Repórter:


DENTEL LACRA 7 EMISSORAS DE TVS ASSOCIADAS
- Brasília - Ontem às 8h30m, o diretor-geral do Departamento Nacional de Telecomunicações - Dentel, Coronel Antônio Fernandes Neiva, ao receber o Diário Oficial da União que publicou os atos do Presidente da República, considerando peremptas - não renováveis - as concessões de sete emissoras de televisão do Grupo Associado, expediu, via telex, ordem para os diretores regionais do órgão, onde se localizam essas televisões, para interromper imediatamente as transmissões e, conseqüentemente, o lacre de seus transmissores.
No começo da tarde, todas as sete emissoras estavam com seus transmissores lacrados. A TV Tupi, do Rio de Janeiro, foi última emissora, a ser lacrada, às 12h33m e TV Marajoara, de Belém, a primeira, às 9h20m. O diretor-geral do Dentel informou que durante o processo do lacre não louve qualquer incidente, apesar do clima de emoção que a medida provocou.
Disse que recomendou ao pessoal encarregado de executar essa missão que evitasse qualquer tipo de confronto, que usassem de máxima cautela e de urbanidade para evitar qualquer choque com os funcionários.
SÃO PAULO: A GREVE São Paulo - Os transmissores da TV Tupi, canal 4 de São Paulo, foram lacrados ontem de manhã, pelo Dentel, cumprindo decreto assinado pelo Presidente Figueiredo e formalizando o fim de emissora que foi a pioneira no Brasil e durou 30 anos.
"Joguei flores quando foi inaugurada. Agora, jogo a pá de cal" disse o diretor da S.A. Rádio Tupã, Sr Mauro Gonçalves.
Ele recebeu das mãos do agente fiscalizador do Dentel, Sr Carlos Alberto Almeida Campos, três cristais, peças fundamentais dos transmissores, e assinou termo de interrupção.
Cerca de 40 funcionários assistiram ao ato de lacração, no 10º andar do prédio do Sumaré; alguns procuravam os cantos para esconder lágrimas. O superintendente administrativo, Sr Wilson considerou o desfecho da TV Tupi "natural pelo comportamento da direção da empresa, mas extremamente chocante para quem foi dela funcionário".
A LACRAÇÃO - O ato de lacração foi rápido e, após a retirada dos cristais, agentes do Dentel, funcionários e diretores da TV Tupi reuniram-se no 9º andar, para assinatura do termo de interrupção, em papel timbrado do Dentel - a diretoria regional de São Paulo, que levou o número 1/80. O documento diz que os transmissores não poderão ser deslacrados a não ser por autorização daquele órgão. O diretor da S.A. Tupã, Sr Mário Gonçalves, 62 anos e 45 de trabalho nos Diários Associados, depositário dos cristais, colocou as peças em cofre. "Só recebo honrarias", disse ele - "em meus 45 anos de empresa, a proteção foi meu esforço, algumas vezes reconhecido, outras desprezado. Tenho meu trabalho e meus filhos e luto com dificuldade. Mas sou católico, creio na ressurreição de Cristo e por isso também num milagre para que a emissora renasça.
"POTÊNCIA - A TV Tupi ocupava cinco dos 10 andares do prédio no Sumaré, onde continuam funcionando as rádios Tupi Difusora AM e Difusora FM. A torre que sustentaria a nova antena da TV de 50 W de potência estava em fase de acabamento; seria a maior da América do Sul.
BELÉM: 9H20M Belém - A TV Marajoara nem chegou a entra no ar ontem: antes das 10h, quando um funcionário do Dentel chegou à emissora para lacrar seus transmissores, já encontrou a emissora sem funcionar. Roberto Jares Martins, seu diretor, tinha certeza que a portaria do Ministério das Comunicações declarando a perempção da concessão do Canal 2 seria publicada no Diário Oficial de ontem e por isso ordenou que o canal não gerasse sua programação pela manhã, até que o Dentel definisse a situação. A emissora saíra do ar aos 17 minutos de sexta-feira, exibindo um filme, Tempos Difíceis. E não retornou mais.
BELO HORIZONTE: 10H27M Belo Horizonte - A direção dos Diários e Emissoras Associados em Minas ainda não decidiu o que fará com os 300 empregados da TV Itacolomi, que ontem não chegou a entrar no ar. Por enquanto, nenhuma demissão foi anunciada e, ontem, em nova nota, o Sindicato dos Jornalistas de Minas exigiu que o Governo se responsabilize pelo reaproveitamento dos 300 demitidos. A decisão dos Associados sobre os funcionários só deve ser anunciada segunda-feira e, se demitidos, os optantes pela CLT serão indenizados pela própria empresa, cabendo ao Governo pagar aos demais. A nota do Sindicato dos Jornalistas diz que "o Governo deve ser responsabilizado pelo destino dos empregados da TV, promovendo o reaproveitamento de todos pela nova concessionária, ou então pelas empresas estatais.
"DESOLAÇÃO - Ontem, após a retirada da emissora do ar, às 10h27m, quando representantes do Dentel desligaram os dois cristais dos transmissores da Itacolomi, na Serra do Curral, o clima entre os funcionários, que já em de completa tristeza, chegou à desolação. A emissora não chegou a ir ao ar e foi retirada pelo Dentel quando restavam no vídeo as cores para a programação. Apesar disto, às 12 horas, repórteres da Itacolomi tentavam ouvir do Governador Francelino Pereira opinião sobre a crise na empresa. A operação de retirada do ar e lacre nos transmissores foi executada sob ordens do diretor do, Dentel em Minas, Coronel Fleury, e amparada por um batalhão de choque da de PM, que se deslocou até o prédio central da emissora. Durante todo o dia, uma guarnição da radiopatrulha permaneceu em frente ao local. O Sr Francelino Pereira disse estar atento ao problema e lamentou a decisão, que, afirmou, "ninguém esperava, tendo em vista seus relatórios e sua situação financeira".
RECIFE: 10H50M Recife - Diante de 160 angustiados empregados da TV Rádio Clube de Pernambuco, três funcionários do Dentel, à frente a Sra Ana Maria Belfort, lacraram ontem pela manhã, as 10h50m, os transmissores da emissora, uma das sete da Rede Tupi, cujas concessões foram cassadas pelo Governo. Mesmo avisados de que não poderiam filmar as derradeiras cenas da emissora, ainda chegou-se a transmitir para quatro Estados nordestinos - Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas - o pânico em que se transformou a televisão pouco momentos antes do lacre. O locutor Osório Romero, improvisado na função e um dos editores de jornalismo da emissora, ainda pôde chegar até a alguns metros dos transmissores com microfone à mão, para narrar o epílogo da TV Rádio Clube. Ele conseguiu dizer para os telespectadores, mostrando a angústia dos 160 funcionários da emissora - três minutos antes da retirada do cristal dos transmissores que era um grande momento para todos, "de expectativa, angústia, de sofrimento e de um misto de pânico e desespero".Afirmou, também, que "a nossa única dúvida é com referência a nossa sorte daqui para a frente. As nossas esposas, nossos filhos, nossos familiares encontram-se numa tensão emocional incontrolável. Nesta oportunidade, fazemos um apelo ao Excelentíssimo Sr Presidente da República para olhar por nós. Aos nossos telespectadores, o nosso agradecimento pela audiência, nossa gratidão pela solidariedade".Alguns funcionários chegaram a chorar. Todos estavam bastante comovidos e mostraram que estavam solidários uns com os outros. O cinegrafista Inaldo Lins, 37 anos, fundador da TV Rádio Clube, com 20 anos de empresa, não se conteve: "Estou aqui desde os 17 anos de idade. Comecei como laboratorista. e considerava esta empresa como minha casa, pois em aqui que vivia mais, muito mais que com a família. Não encontro uma maneira de me  consolar." Próximo o astrólogo Gilvan previa: "Dentro de 30 dias voltaremos ao ar". Como, ele não sabia dizer.
FORTALEZA: 11H19M Fortaleza - "Afinal chegou o momento". E em seguida a imagem do Canal 2 desapareceu do ar. Era uma equipe do Dentel, delegacia regional, que chegou às 11h19m e começou a lacrar os transmissores da estação quando estava diante das câmeras o animador de auditório, Augusto Borges. Ele ainda lia mensagens de pessoas que faziam apelos ao Presidente da República para que revogasse a medida de cassação dos canais da Rede Tupi. Um dos últimos a falar foi o cantor Fagner, que nasceu artisticamente no Canal 2, em seus programas de auditório, na década de 1970. "Isso tudo faz parte de um complô contra a criatividade brasileira. Eu estou pasmado e até chorando", disse Fagner, em uma fala que durou oito minutos, acrescentando que esta "emissora fala coisas que não são padronizadas. Eu nasci aqui. A gente deve brigar por isso. Espero que retomemos brevemente" e deu um abraço em Augusto Borges que acabam de chorar convulsivamente.Fagner citou Belchior, Ednardo, Petrúcio Maia, Teti, Rodger e muitos outros artistas que brilham pelo Brasil como "crias" da TV Ceará, Canal 2.No missa celebrada em um altar humilde apenas enfeitado por uma cruz branca de isopor, o Bispo-auxiliar de Fortaleza, D Raimundo de Castro e Silva disse que "vamos rezar para que Nossa Senhora de Assunção ilumine o nosso Presidente no sentido, de que ele encontre outro meio para salvar o trabalho de vocês. A Arquidiocese muito deve ao Canal 2 e aos seus integrantes. É aqui, que há muitos anos é rezada a Missa dominical para os doentes.
PORTO ALEGRE: 11H55M Porto Alegre - Às 11h55M de ontem, a TV Piratini, Canal 5, interrompeu suas transmissões, saindo do ar depois de 21 anos de trabalho. Enquanto era transmitido um desenho animado dos criadores norte-americanos Hanna Barbera, um Volkswagen do Dentel subia a rampa da televisão conduzindo três técnicos do órgão com ordem para lacrar os transmissores do Canal 5. Como estava na bom do almoço, alguns funcionários encontravam-se do lado de fora do prédio da emissora, ou na lanchonete, mas esquivaram-se da imprensa, alegando que não sabiam de nada. Poucos foram os que manifestaram sua tristeza pelo fechamento do canal e a esperança de que seu emprego fosse garantido pelo cumprimento da promessa do superintendente regional Associado, Sr Estácio Ramos, de transformar a TV numa Central Produtora de Comerciais.
POLICIAMENTO - Desde as 6h um Fiat do 1º Batalhão da Brigada Militar guardava a entrada da TV Piratini, "cumprindo ordens" como disse um dos PMS, acrescentando que a ordem era ficar até que a televisão fosse fechada. Às 11h, chegava outra viatura e uma hora depois uma terceira. As 11h25m, quando o carro do Dentel chegou à TV Piratini, três carros da Brigada Militar policiavam a área, retirando-se logo após a saída do Volkswagen do Dentel. Após o lacre dos transmissores a diretoria da TV Piratini se esquivou de contatos com a imprensa, e entrar na emissora em impossível uma vez que a porta de entrada é controlada por mecanismo eletrônico. O superintendente, regional dos Diários Associados, Sr Estácio Ramos, não fez nenhum comunicado sobre o fechamento da TV Piratini e manteve reuniões durante todo o dia, conforme sua secretária. Eram 10h45m quando o JORNAL DO BRASIL tentou um contato com o Sr Estácio Ramos. Sua secretária informou que ele estava em reunião, mas que "estamos todos bem, todos tranqüilos, porque o impacto da notícia já passou e ninguém será prejudicado". As 11h55m, quando a imagem da TV Piratini saiu do ar, a mesma secretaria dizia não saber de nada, que talvez fosse conseqüência de um problema técnico. Os 140 funcionários da TV Piratini continuaram, ontem, depois de lacrados os transmissores, batendo ponto de entrada e saída, e em seus departamentos esperavam a decisão da emissora sobre o destino que seria dado a cada um. Abordados sobre o que estavam fazendo na emissora, os funcionários insistiam em, responder que estavam trabalhando "internamente", enquanto outros admitiam estarem "olhando um pra cara do outro".
RIO de JANEIRO: 12H33M Eram 12h33m quando Wilson Gomes de Faria, fiscal do Dentel, se curvou sem cerimônia diante do painel cheio de visores e botões eletrônicos, puxou uma espécie de gavetinha metálica e, como quem cumpre tarefa de rotina, retirou calmamente, de dentro dela, um minúsculo cristal. Era o fim. Depois de 30 anos de atividade e com a transmissão derradeira do seu logotipo, saia do ar a TV TUPI. Na fria sala do prédio de transmissão que o outrora todo-poderoso 6 de televisão montara no Alto do Sumaré, tudo em melancolia mas ninguém chorou. Durval Cardoso Filho, técnico de manutenção há nove anos da Tupi e que recebeu, dos funcionário do Dentel o termo de lacração dos transmissores, olhou em frente depois de assinar quatro vias com a mão esquerda e disse sem muita convicção: "É chato mas a vida continua".Momentos antes, no principal estúdio da Urca, cerca de 200 funcionários, muitos deles chorando, olhavam as últimas imagens da emissora: o Papa rezando a missa do Parque do Flamengo. Ao fundo, a voz do locutor Cévio Cordeiro, apelando "ao outro João", o Presidente da República, para que "olhasse os funcionários desempregados".
A SAÍDA DO AR - O ritual da retirada do ar da TV Tupi obedeceu às regras legais. Uma Veraneio e uma Brasília subiram ao Alto do Sumaré levando quatro funcionários qualificados do Dentel (Departamento Nacional de Telecomunicações):
Hercílio de Sant’Anna (assistente jurídico), Sebastião Antônio da Silva Sobrinho (engenheiro-chefe de Seção de Fiscalização), Nilton da Silva Rosa e Wilson Gomes de Faria, agentes fiscais. O Sr Hercílio - que, ao despedir-se, pediria desculpas por "qualquer coisa" - sobe a pequena rampa que dá para a sala onde Luís Fernando e Durval Cardoso exerciam ainda um funções de técnico de manutenção. Logo entrega a Durval o ofício nº 750, destinado ao diretor-superintendente da Sociedade Anônima Rádio Tupi (sem nome) e assinado pelo diretor-regional do Dentel-Rio, Sr Aroldo de Oliveira, pelo qual são apresentados os quatro enviados do Dentel, encarregados que estavam de proceder à "lacração dos transmissores e atos complementares".
O Sr Mílton Rosa não deixou de comentar:
"Quem devia estar presente para receber o documento era um representante categorizado do Condomínio dos Diários Associados".
Os fiscais entraram e passaram a executar a tarefa de que foram incumbidos conforme o termo de lacração em quatro vias:
"Lacrei os transmissores da seguinte maneira:
- Retirando o excitador e locando em curto os soquetes das câmaras térmicas dos cristais do transmissor principal.
"No rodapé do documento, mais uma informação:
"Transmissores lacrados de acordo com o telex nº 359/DG/Dentel, de 18/07/80, cumprindo o Decreto 84928/80, que tornou perempta a concessão para execução do Serviço de Radiodifusão de Som e Imagem da S/A Rádio Tupi-Canal 6".
O documento foi assinado pelos quatro representantes do Dentel, e Durval Cardoso Filho, pela Tupi, e mais duas testemunhas: Fernando Jatobá Valença e outro de nome indecifrável. Antes de executarem a determinação superior, os enviados do Dentel ainda entraram em contato com o Sr José Arrabal (superintendente da TV Tupi) comunicando que estavam ali para cumprir a missão. Arrabal concordou mas, manifestou o desejo de que primeiro lhe fosse permitido acabar de transmitir uma mensagem dirigida ao Presidente Figueiredo para que ele reconsiderasse a cassação do canal 6.
Depois que retiraram do excitador o cristal (peça responsável por toda a transmissão televisiva) nos dois painéis (o efetivo e o de emergência) - o que não demorou mais de cinco minutos - os fiscais procederam à lacração dos aparelhos, com os números 5.187.165 e 7.369.887. Tudo se processou tranqüilamente e quase como se tratasse de uma prática de rotina.
***



Fim.

- Os enviados do Dentel se retiraram e, aos poucos, a sala foi ficando vazia.
Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 2894.


***
O Diários Associados Sobrevive
AMemória Sobrevive
“Quando a Rede Tupi fechou os Associados foram à falência”. Quantas vezes ouvi essa expressão. Não só de universitários de comunicação, como de profissionais do meio. Metaforicamente pode-se dizer que o conglomerado foi quase à falência. Mas não foi o que aconteceu. Fecharam-se rádios, revistas, jornais e a Rede Tupi na crise que se estendeu até a década de 1980. Mas o grupo, principalmente fora do eixo Rio-São Paulo continua forte, hoje é o sexto maio do Brasil já foi o primeiro. Comandam jornais como “O Correio Braziliense” e “O Estado de Minas”. E investem em televisão ainda. A TV Alterosa, de Belo Horizonte, uma das mais antigas do grupo, continua de pé e é afiliada do SBT - curiosamente a rede que pegou metades das emissoras da antiga TV Tupi. Assim como a TV Brasília, fundada pelos Associados e que chegou a ser vendida para o Grupo Paulo Otávio, foi recomprada no ano passado.
Mas, peço uma correção, porque em metade do “eixo”, os Diários Associados ainda estão bem presentes. No Rio de Janeiro possuem a Super Rádio Tupi AM, o Jornal do Commércio, a Rádio Nativa FM (antiga Tupi FM), o Diário Mercantil e o Monitor Campista.
Ao chegar aos 85 anos, os Diários Associados se “repaginaram”, ganharam nova logomarca e começam novamente seu plano de expansão. Através do site http://www.diariosassociados.com.br/ vocês poderão conhecer mais sobre o grupo, que hoje, aliás, não teme contar sua própria história, independente de qualquer crise que tenha ocorrido.
Hoje os Diários Associados estão presentes em 8 Estados, possuem 15 jornais, 8 emissoras de televisão, 12 rádios, 1 revista, 5 sites, 9 portais, 5 empresas e 1 Fundação (a Fundação Assis Chateaubriand, que preserva a memória do grupo).
Ainda mantém o projeto “Memória Diários Associados” vale a pena dar um pulo no item “Linha do Tempo” do site, que reúne através dos arquivos e acervos de seus veículos a trajetória do conglomerado e a memória nacional. É coordenado pela Fundação Assis Chateaubriand, como já foi falado.
Vale à pena conhecer mais e saber que eles ainda estão por aí, preservando uma parte importante da história da comunicação nacional.
Por Elmo Francfort
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Assis Chateaubriand
Um Brasileiro de Visão!
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Atualmente o Grupo Diários Associados tem mais de 50 veículos de comunicação:
15 Jornais
12 Rádios
08 Emissoras de Televisão
09 Portais e outros 5 Sites
01 Fundação e outras 5 Empresas
Jornais
Correio Braziliense – Brasília – DF
Diário Mercantil – Rio de Janeiro – RJ
Diário de Natal e O Poti – Natal – RN
Estado de Minas – Belo Horizonte – MG
Diário de Pernambuco – Recife – PE
Jornal do Comércio – Rio de Janeiro – RJ
Diário da Borborema – Campina Grande – PB
O Imparcial – São Luiz – MA
O Norte – João Pessoa – PB
Monitor Campista – Campos – RJ
Aqui BH – Belo Horizonte – MG
Brasília – DF
Recife – PE
São Luis – MA
Rádios
Guarani FM – Belo Horizonte – MG
Super Rádio Tupi – Rio de Janeiro – RJ
Nativa FM – Rio de Janeiro – RJ
Clube FM – Recife – PE
Brasília – DF
Natal – RN
João Pessoa – PB
Recife – PE
Rádio Clube AM – Brasília – DF
Recife – PE
Campina Grande – PB
Natal – RN
Fortaleza – CE
Televisão
TV Alterosa – Belo Horizonte – MG
Divinópolis – MG
Juiz de Fora – MG
Varginha – MG
TV Borborema – Campina Grande – PB
TV Brasília – Brasília – DF
TV Clube – João Pessoa – PB
Recife – PE
Portais
Correio Braziliense – Brasília – DF
Uai – Belo Horizonte – MG
Pernambuco.com – Recife – PE
Correio Web – Brasília – DF
Dnonline – Natal – RN
O Norte online – João Pessoa – PB
DB online – Campina Grande - PB
Outras Empresas
Fundação Assis Chateubriand – Brasília – DF
Teatro Alterosa – Belo Horizonte – MG
Fzenda Manga – Manga – MG
Alterpsa Cine Vídeo – Belo Horizonte – MG
Revista Ragga – Belo Horizonte – MG
D.A. Press – Brasília - DF

Tupi - 29 Anos e Dez Meses
1950/1980 
País Brasil
Primeira emissora da America Latina
Quarta emissora no Mundo
Fundação: 18 de setembro de 1950
Extinção: 18 de Julho de 1980
Fundador: Assis Chateaubriand
Razão Social: Rádio e Televisão Difusora
Proprietário Pertence ao Diários Associados
Presidente
Vice-presidente
Cidade de origem São Paulo City - SP
Sede São Paulo City - SP
Bandeira do Município do Rio de Janeiro, RJ
Estúdios São Paulo City , SP
Av. Prof. Alfonso Bovero, 52, Sumaré
Bandeira do Município do Rio de Janeiro, RJ
Rua João Luis Alves, 13, Urca
Slogan's
A pioneira (Anos 50/60)
Do tamanho do Brasil(anos 70/80)
Tupi, mais calor humano(1979/1980)
Formato de vídeo
Principais telespectadores - faixa_etária
Afiliações Diários Associados
Cobertura Nacional
Significado da sigla significado letras
Emissoras próprias
Bandeira do Estado de São Paulo, São Paulo
Bandeira Estado Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Bandeira da Bahia, Salvador
Bandeira do Distrito Federal, Brasília
Bandeira de Minas Gerais, Belo Horizonte
Bandeira Estado Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Bandeira do Pará, Belém
Bandeira de Pernambuco, Recife
Emissoras afiliadas
Cobertura internacional
Nomes anteriores

"Assim é o Improviso no Brasil, gera TV"

Homenagens para a Tupi

Em 1953, um bloco no rio e Janeiro desfila na praça Mauá em homenagem a TV Tupi.
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Bloco em 1953
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G.E.E.S. Paraíso do Tuihuti do Rio de Janeiro para o carnaval 2009, fantasias da TV Tupi A Pioneira.
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TV Tupi
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Flavio Cavalcanti
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Clube do Guri

Cronologia e Leis reguladoras do setor na época da TV Tupi:
1950
Vai ao ar o primeiro telejornal da TV brasileira, "Imagens do Dia". Na Tupi.
              
1951
20 de Janeiro. Início das operações da TV Tupi do Rio de Janeiro.
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Começam a ser fabricados os primeiros receptores de televisão no Brasil, por Bernardo Kocubej, com a marca "Invictus".

Vai ao ar a primeira telenovela brasileira. Escrita por Walter Foster, com o próprio Foster, Lia de Aguiar, Vida Alves, José Parisi e Dionísio de Azevedo nos principais papéis. Titulo: 'Sua Vida me Pertence". Era transmitida em dois capítulos semanais.

1952
Vai ao ar o primeiro e mais importante teleteatro da TV brasileira: “TV de Vanguarda".

Vai ao ar o "Clube dos Artistas", único dos programas pioneiros a alcançar 1980.

Vai ao ar a primeira adaptação do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", escrita por Tatiana Belinky e dirigida por Júlio Gouveia.

1953
17 de Junho. Vai ao ar o "Repórter Esso". O programa vinha de um extraordinário sucesso no rádio e foi um dos noticiosos de TV de maior sucesso.

1955
Vai ao ar o programa "O Céu é o Limite", de J. Silvestre, o primeiro dos muitos, programas de perguntas e respostas da TV brasileira.

1956
Pela primeira vez as três emissoras de TV de São Paulo arrecadam mais que as treze emissoras de rádio. Calcula-se que a TV atinge cerca de um milhão e meio de telespectadores em todo o Brasil.

É inaugurada em Belo Horizonte a TV Itacolomi.

Assis Chateaubriand inaugura mais nove estações da Rede Associadas: Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza, São Luís, Belém e Goiânia.

Vai ao ar a primeira telenovela infantil, "Poliana", com adaptação de Tatiana Belinky e direção de Júlio Gouveia.

1957
11 de dezembro. Começam as transmissões para o interior de São Paulo.
     
1959
Outubro. O Ministro da Justiça, Armando Falcão, assina a primeira legislação regulamentando a censura de TV no Brasil.
1960
Inicia-se a utilização do vídeo-tape.

A inauguração de Brasília é transmitida diretamente para todo o país.

"Hamlet", de William Shakespeare, adaptado e dirigido por Dionísio de Azevedo, é levado ao ar já gravado em vídeo-tape; os registros indicam que foi o primeiro teleteatro a usar o VT.

1961
É promulgado decreto fixando em três minutos o intervalo comercial.

Proíbe-se a participação de menores de 18 anos em programação de debates.

1962
É instituído o "Código Brasileiro de Telecomunicações".

Decreto de Jânio Quadros obriga a dublagem de todos os filmes transmitidos pela TV.

Promulga-se decreto que obriga a transmissão de 25 minutos de filmes brasileiros por dia.

1963
É promulgado decreto que regulamenta a programação ao vivo da TV.

1966
São baixadas novas normas de censura da TV pelo Serviço de Censura do Departamento Federal de Segurança Pública.

1968
Inauguração da Rede Nacional de Microondas sistema de transmissão por satélites. Telstar.

1969
Inaugurada a Estação de Tanguá e a Estação Rastreadora de Itaboraí, para transmissões internacionais via satélite.

Vai ao ar pela Tupi a novela Beto Rockfeller idéia de Cassiano Gabus Mendes, para a qual Cacilda Baker indica Bráulio Pedroso como escritor, Lima Duarte e Walter Avancini dirigem. Com muitos palpites no roteiro e direção de todo o elenco Luiz Gustavo, lrene Ravache, Bete Mendes, Débora Duarte a primeira vez que se incorporava a realidade (as ruas e edifícios da cidade e acontecimnetos reais) com cenário e pano de fundo de uma novela. Marcou o início de uma nova era no gênero.
           
1971
O Ministério das Comunicações baixa decreto que regulamenta 3 minutos de comercial para cada quinze minutos de programação.
    
1972
31 de Março. A primeira transmissão a cores. Festa da Uva de Caxias, Rio Grande do Sul.

Dezembro. Baixado um decreto regulamentando a formação de redes. Baixada a regulamentação do Prontel – Programa Nacional de Telecomunicações.
         
1976
Agosto. O "Programa Silvio Santos" deixa a Rede Globo e passa a ser transmitido pela Rede Tupi e TVS (Rio de Janeiro).

1977
Baixado decreto que regulamenta a propaganda governamental gratuita.

1980
3 de Fevereiro. Final da censura oficial ao telejornalismo.

14 de Julho. Sai do ar a TV Tupi de São Paulo, a primeira a ser inaugurada, junto com outras emissoras da Rede Associada, que é desativada.

Início das operações do SBT – Sistema Brasileiro de Televisão, rede de emissoras independentes lideradas pela Record (SP) e TVS (Rio).
















O Sistema 
Rede Tupi de Televisão

Principais Emissoras da Rede

SÃO PAULO
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Antena na torre do Banespa, edifício Altino Arantes - SP
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Antena da Tupi SP (atual SBT)
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No dia 18 de Setembro de 1950, é inaugurada a 1ª TV Brasileira, e segunda da América, a primeira da  América Latina e também do Hemisfério Sul, a quarta do Mundo (depois de EUA, Inglaterra e França), a PRF-3-TV Tupy-Difusora - canal 3, cuja razão social é Rádio e Televisão Difusora, com sede no  Edifício Guilherme Guinle, na Rua Sete de Abril, nº 230, estúdio onde iniciou suas transmissões em 1950, depois transferindo para o Sumaré no edifício sede da Tupi - Av. Prof. Alfonso Bovero, 52, depois Rede Tupi de Televisão.

RIO DE JANEIRO
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A TV Tupi Rio, canal 6, com sede no Rio de Janeiro-RJ, também conhecida como TV Tupi Rio de Janeiro e TV Tupi RJ,  foi a segunda emissora de TV a ser inaugurada no Brasil, depois da TV Tupi São Paulo, que logo em diante iriam formar a Rede Tupi de Televisão.
Fundada em 20 de janeiro de 1951, com sede no antigo Cassino da Urca, o monopólio como única emissora do estado foi quebrado em 1955 com a inauguração da TV Rio, canal 13.
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Logomarca
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Rolls Roys de Chatô em frente as estúdios
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Estúdios da Urca
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Situação em 2000
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Carro de Externas - Unidade Móvel
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Unidade Móvel no Catete
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MINAS GERAIS
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A TV Itacolomi, canal 4, com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais. O mesmo grupo também tinha participação em um segundo canal em BH situação essa excepcional, pois um mesmo grupo não poderia explorar 2 canais na mesma cidade, era uma associação entre empresários e o jornal Estado de Minas a TV Alterosa, que existe até hoje.
Fundada em 8 de novembro de 1955, a primeira sede da emissora funcionou no Edifício Acaiaca, na Av. Afonso Pena, 867. Na década de 1970, mudou-se para o Palácio do Rádio, na Av. Assis Chateaubriand, 499, hoje, sede da TV Alterosa.
O jingle da TV Itacolomi:
- Era um indiozinho que pintava um mapa do Brasil em cima de uma escada e um coro ao fundo dizia:
"TV I-ta-co-lo-mi, sempre na liderança, canal 4, Belo Horizonte, Miiiinas Gerais".
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Primeiro Logo - O Itaco
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Segunda Logomarca
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Edifício Acaiaca - BH - 1950
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Último filme anunciado na quarta-feira que não iria pro ar.
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Logomarca  TV Alterosa, em julho 1980
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PORTO ALEGRE
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A TV Piratini, canal 5 VHF, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi a primeira emissora de televisão do estado, fundada em 20 de dezembro de 1959, tinha sua sede no morro Santa Tereza, foi dirigida pelo comunicador gaúcho, o jornalista Sérgio Reis, que mais tarde assumiria a TV Guaíba.
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Logomarca o Curumuim
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Assis Chateaubriand na inauguração da TV Piratini em 1959
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Estúdios da TV Piratini
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Programa da Piratini - Porto Alegre-RS
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PERNAMBUCO
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A TV Rádio Clube de Pernambuco, Canal 6, com sede em Recife, Pernambuco, foi inaugurada em 1960, com sede no Palácio do Rádio.
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Estúdios
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CEARÁ
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A TV Ceará, canal 2, Fortaleza, Ceará, entrou no ar em 26 de novembro de 1960, tinha a cidade cerca de 500 mil habitantes e apenas 200 televisores.
Instalada na Estância Castelo, onde hoje fica a holding do Grupo Edson Queiroz, na avenida Antônio Sales, foi a primeira emissora de televisão do estado do Ceará.
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Estúdios TV Ceará
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PARÁ
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A TV Marajoara, canal 2, Belém, Pará, foi inaugurada no dia 30 de setembro de 1961, era a primeira emissora do estado.
Com sede localizada na avenida Alcindo Cacela, no bairro da Cremação, em Belém.
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O carro de externas, na praça D. Pedro II (Largo do Palácio), pronto para acompanhar o Círio, esperando a berlinda de Nossa Senhora
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Geradoras da Rede Associada
TV Tupi São Paulo (PRF-3) - São Paulo - Canal 3 (a partir de 1960, Canal 4)
TV Tupi Rio (PRG-3) - Rio de Janeiro - Canal 6

Outras Emissoras Próprias
TV Brasília/ Brasília - Canal 6 (Atual Afiliada RedeTV!)
TV Itacolomi/ Belo Horizonte - Canal 4 (Atual emissora própria RedeTV!)
TV Itapoã/ Salvador - Canal 5 (Atual emissora própria Rede Record)
TV Marajoara/ Belém - Canal 2 (Atual emissora própria SBT)
TV Piratini/ Porto Alegre - Canal 5 (Atual emissora própria SBT)
TV Goiânia/ Goiânia - Canal 4 (Atual emissora própria Rede Record)
TV Ceará/ Fortaleza - Canal 2 (Atual emissora própria RedeTV!)
TV Rádio Clube de Pernambuco/ Recife - Canal 6 (Atual emissora própria RedeTV!)
TV Vitória/ Vitória - Canal 6 (Atual afiliada Rede Record)
TV Borborema/Campina Grande - Canal 9 (Atual afiliada SBT)

Emissoras Afiliadas
TV Sentinela - Óbidos-PA - Canal 7 (atual Band)
TV Paraná - Curitiba - Canal 6 (atual CNT)
TV Iguaçu - Curitiba - Canal 4(de 1978 a 1980) (atual Rede Massa/SBT)
TV Cultura -Florianópolis - Canal 6 (atual Record News)
TV Uberaba - Uberaba-MG - Canal 7 (atual Band)
TV Equatorial - Macapá/AP (1979 a 1980) - Canal 8 (atual Record News)
TV Tibagi - Apucarana-PR - Canal 11 (atual SBT)
TV Coroados - Londrina-PR - Canal 3 (atual RPC/Rede Globo)
TV Rio Preto - São José do Rio Preto-SP - Canal 8 (atual canal 7 Rede Record)
TV Esplanada - Ponta Grossa-PR - Canal 7 (atual RPC/Rede Globo)
TV Coligadas - Blumenau-SC - Canal 3 (atual RBS/Rede Globo)
TV Altamira - Altamira-PA - Canal 6 (atual Rede Record)
TV Sergipe - Aracaju-SE (1971 a 1975) - Canal 4 (atual Rede Globo)
TV Atalaia - Aracaju-SE (1975 a 1980) - Canal 8 (atual Rede Record)
TV Baré - Manaus-AM (1972 a 1980) - Canal 4 (atual TV A Crítica/Rede Record)
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Em 1958, os Diários Associados recebe do governo a concessão do canal 2 de São Paulo.
No dia 20 de setembro de 1960, entra no ar a TV Cultura, canal 2, dos Diários Associados com o slogan:
"Um Verdadeiro Presente de Cultura Para o Povo", e como logotipo “C2” Cultura e um indiozinho desenhado no centro.
A TV Cultura inicia com um estúdio de 30m² instalado no 15º andar do Edifício Guilherme Guinle, na Rua Sete de Abril, nº 230, que foi o estúdio onde a TV Tupi iniciou suas transmissões em 1950. Os técnicos e os atores eram da TV Tupi a sua antena no alto do Banespa (Edifício Altino Arantes) também era a antiga antena da TV Tupi, pois a TV Tupi já transmitia com nova antena no Sumaré. Os Diários Associados colocou o canal 2 no ar com pouca divulgação, de forma que muitos nem souberam de seu lançamento.
No inicio das transmissões da TV Cultura José Duarte Jr era diretor artístico e comercial da emissora que depois foi substituído por Mário Fanucchi, que foi um dos primeiros "vinheteiros" do Brasil e inventor do indiozinho da TV Tupi.
Na época ainda não existia o video-tape, de forma que a programação da TV Cultura nunca foi a mesma da TV Tupi como muitos imaginam, na verdade tinha seus próprios estúdios e profissionais.
Entre os profissionais da TV Cultura temos: Ney Gonçalves Dias (apresentador), Fausto Rocha (produtor), Xênia Bier (garota-propaganda), Carlos Spera (repórter e jornalista) e Jacinto Figueira Jr. - que criou o "Homem do Sapato Branco", primeiro programa popular da TV Cultura.
Em 1963, os Diários Associados formam parceria com o Governo do Estado de São Paulo o SERTE (Serviços de Educação de Rádio e Televisão) que daria origem a dez horas de programação educativa na emissora.
Em 28 de abril de 1965, um curto-circuito provoca grande incêndio no estúdio do 15º andar do Edifício Guilherme Guinle na Rua Sete de Abril, nº 230.
- Infelizmente neste incêndio se perdeu a "Câmera 1" (câmera TK-30 de 80 quilos) que registrou a inauguração da TV Tupi no Brasil.
Com o incêndio os programas da emissora foram provisoriamente produzidos em um estúdio da TV Tupi no Sumaré.
Em 1966, a TV Cultura se instala em um bosque próximo a Freguesia do Ó, ao lado da Lagoa Santa Marina - ambos no bairro de Água Branca. Ali criaram a competição "Acqua-Ringue", que era uma luta de boxe que fazia vencedor aquele que jogava o outro na água.
Só que mais despesas se acumularam com a mudança para a nova sede. O incêndio de 28 de abril de 1965 só colaborou para a venda da TV Cultura, Assis Chateaubriand decide então vender a TV Cultura para o governo do Estado de São Paulo e suas novas instalações na Água Branca.
A Fundação Padre Anchieta adquire então dos Diários Associados a TV Cultura Canal 2 e a Rádio Cultura AM e FM.

Assis Chateaubriand

Chatô era assim ... 

Na inauguração da TV Tupi, primeira emissora do Brasil, Assis Chateaubriand promoveu um jantar para alguns dos homens mais ricos do País: banqueiros, comerciantes, fazendeiros, industriais. Antes que começasse a comilança, anunciou mudança de planos: leiloaria entre os presentes os itens do banquete –
cabrito, leitão, coelho assado – e os mandaria “para alimentar o time Associado que está lá, trabalhando pelo progresso das comunicações no Brasil”.
O dinheiro arrecadado seria doado ao Masp, para comprar obras de arte.
Aos ricaços, mandou servir sanduíches de mortadela e guaraná.
Excêntrico e Visionário, Chateaubriand construiu um dos maiores impérios de comunicação que o País já viu: sob o conglomerado Diários e Emissoras Associadas, chegou a ter mais de 100 veículos, entre jornais, revistas, emissoras de rádio, estações de televisão, agência de notícias e editora. Nada mal para quem só aprendeu a ler e escrever aos 9 anos e foi gago até os 10. Com essa idade Chatô deixou a terra natal – Umbuzeiro, na Paraíba – para viver em Recife.
Começou a carreira de jornalista aos 15 anos, na Gazeta do Norte. Aos 20, formou-se na Faculdade de Direito de Recife. Em artigos no Jornal do Recife e no Diário de Pernambuco, comprou brigas com ninguém menos que Rui Barbosa e Sílvio Romero.
O atrevimento fez seu nome chegar à capital federal, para onde se mudou em 1917.
No Rio de Janeiro, começou a colaborar com o jornal “Correio da Manhã” e foi galgando postos até chegar à direção de “O Jornal”, em 1924. Daí não parou mais: fundou a revista “O Cruzeiro”, a “Rádio Tupi e a TV Tupi” e até um museu, o “MASP”. Para superar eventuais obstáculos, seus métodos incluíam chantagens e mentiras deslavadas contra inimigos.
Em 1942, brigava na justiça com a ex-mulher pela guarda da filha Teresa. Em conversa com seus advogados, esbravejou:
“Será que toda lei neste País foi feita para me prejudicar? Se a lei é contra mim, então, meus senhores, vamos ter que mudar a lei!”.
Contando com a ajuda de aliados próximos ao presidente Getúlio Vargas, comemorou a publicação do decreto número 5213 no Diário Oficial. Feito sob medida para Chatô, ficou conhecido como “Lei Teresoca”.
Figura carimbada nos círculos do poder, manteve relações próximas com os presidentes que se sucederam.
Em 1952, foi eleito senador pela Paraíba e, cinco anos depois, nomeado embaixador do Brasil na Inglaterra. Como embaixador fazia questão de quebrar o rígido protocolo britânico, promoveu festanças abastecidas com o melhor da comida e da bebida nordestina.
Vítima de uma trombose, passou a viver sobre uma cadeira de rodas a partir de 1960. Continuava a redigir seus artigos – foram quase 12 mil ao longo da vida – numa máquina de escrever adaptada.
Aos poucos, os Diários afundavam em quedas brutais de vendas e vultosas dívidas, até a morte de Chatô, em 1968, aos 75 anos.
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Em fevereiro de 1960, Chateaubriand sofreu uma lesão neurológica grave, que lhe deixou com uma série de seqüelas graves, como a perda dos movimentos de todos os membros e dificuldades na fala e respiração. Isso forçou a sua retirada do comando dos negócios e prejudicou ainda mais a já confusa administração das suas empresas.  Já enfermo, em 1962, Assis Chateaubriand ouve no leito o termo da segunda doação aos condôminos da primeira lista.
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Chatô despecha na cama
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Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo morreria em 1968, mas os primeiros sinais de crise do seu império já haviam chegado. 
Seus jornais perdiam terreno para o “Última Hora”, de Samuel Wainer. “Manchete”, de Adolpho Bloch, já era a maior revista semanal do Brasil (desbancando “O Cruzeiro” desde a primeira edição). A TV Excelsior, a TV Record, além da recém-inaugurada TV Globo, canal 4 do Rio de Janeiro, já haviam retirado a Tupi da liderança de audiência na TV há certo tempo.
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Chatô Surpreende Já nos anos 1950
Pouca gente fala sobre o início das crises na Rede Tupi, no final dos anos 1950. Em artigo no TH, Fernando Morgado cita alguns fatos:
Em outubro de 1959, Assis Chateaubriand, numa de suas ações mais surpreendentes e inacreditáveis da sua vida, doou 49% das suas ações em todas as empresas para 22 dos seus mais próximos funcionários, compondo uma forma de administração inédita e, até hoje, única em todo o planeta, chamada de Condomínio.
Além disso, Chatô organizou o grupo de empresas, também de forma inédita no mundo, como uma “federação”, ou seja: as empresas não são agrupadas entre si a partir dos setores onde atuam (o que, na maioria das vezes, permite uma maior sinergia entre elas e uma maior dinamização dos recursos), mas sim pelos Estados onde estão sediadas, criando diretorias com ações independentes em cada lugar. Isso foi pensado por Chatô para que, caso os Associados passassem alguma dificuldade num Estado específico, os outros poderiam ajudar.Isso foi pensado para que, caso passassem dificuldade num Estado, os outros poderiam ajudar.

Os Problemas Apareceram
Todas essas mudanças não geraram problemas somente por poucos meses, já que as decisões continuavam centralizadas nas mãos de Chateaubriand (que ainda possuía 51% das ações).
Mas em 1960, com a lesão neurológica grave, que lhe deixou com uma série de seqüelas graves, como a perda dos movimentos de todos os membros e dificuldades na fala e respiração. Isso forçou a sua retirada dos negócios e prejudicou ainda mais a já confusa administração das empresas.

Estórias
A primeira tentativa de trabalhar na TUPI
Passado os anos, o menino Luiz havia crescido e não usava mais calças curtas, pois já havia entrado na mocidade. E em 1952 resolveu ir atrás do seu sonho... Foi até o Sumaré e entrou pelo portão da PRF-3 TV Tupi (agora escrita com "i"), na esquina da Avenida Professor Alfonso Bovero com a Rua Piracicaba.

Passou devagar pelo telhadinho que ficava entre o jardim e o "Palácio do Rádio", um imenso casarão onde alojaram a televisão. Entrou dentro do "Palácio", passou perto de umas cortinas vermelhas - era a entrada do auditório da PRG-2 Rádio Tupi e da TV - e começou a andar pelo grande corredor que dividia os estúdios e os departamentos da emissora.

Na entrada disseram-lhe para procurar o Jean, que cuidava dos recursos humanos e contratações da PRF-3 TV. Ficava ali, bem perto do bar da emissora (que atendia pelo nome de "Bar do Índio", que fazia concorrência direta a famosa Panificadora Real, na outra esquina da Alfonso Bovero com a Av. Doutor Arnaldo).

Entrou na sala do tal Jean, que possuía um carregado sotaque francês em meio às palavras portuguesas que falava ao garoto.

- O que você sabe fazer? - Luiz começava a responder o questionário, dizendo-lhe que nada sabia. Pela face e pelo jeito de Jean, sabia que de lá nada sairia facilmente para ele, mas que o francês, por profissionalismo e para não mostrar descaso com o sonho do garoto, continuava a preencher aquela ficha, mesmo que soubessem que o futuro daquele papel seria um arquivo de vagas. Mas o empenho que Luiz demonstrava, foi encerrado por um "até logo" de Jean e uma imensa vontade de querer acreditar no pensamento de "quem sabe um dia eu trabalhe aqui". O garoto saiu desanimado de lá.

De Luiz para Luiz
Os peitinhos da menina
Na TV Tupi e nas demais emissoras, inicialmente, criou-se as garotas-propaganda, para não deixar o telespectador assistindo sempre aos cansativos slides. A Paulista tinha as suas, a Record também e por aí vai... Belíssimas garotas apresentavam os produtos que bancavam os programas das emissoras e falavam diretamente com o telespectador, como se fossem donas-de-casa habituais. Também será assunto de outra coluna as história das garotas-propaganda. Mas deixo claro, que não citarei o nome de uma determinada propaganda devido ao fato que logo vocês saberão. O intuito desta coluna não é difamar, nem causar danos morais a ninguém, muito menos à pessoas que tiveram uma vida de sucessos e que não devem ser denegridas no sentido que aqui falarei. Não é uma espécie de censura, mas sim uma forma de respeito. Porque aqui a televisão é vista de forma séria. Logo entenderam o por quê desta introdução.

Mas indo direto ao fato, na casa da Indaiatuba - aqui no Itaim - Luiz atendeu a um telefonema urgente (lembra-se até hoje que chegava perto da cozinha quando tocou o telefone, que ficava entre a essa, a copa e o corredor da nossa casa). Adivinhem quem era...O Jean!

O francês estava atônito, Luiz mal entendeu o por quê, já que só uma vez havia o encontrado. Mas Jean pediu que ele comparece-se urgentemente na emissora... Luiz nem teve tempo de dizer algo. Desligou o telefone e seguiu para a TV Tupi.

Chegado à TV Tupi, Jean, nervoso e irritado disse ao garoto que estava o contratando para a projeção, porque, como disse o francês:"

- Um moleque imbecil teve a audácia de pegar nos peitinhos da "menina"! Tivemos que botá-lo na rua... E precisamos de outra pessoa para cuidar da projeção!"

Acreditam que o garoto apertou os seios da tal garota-propaganda naquele "famoso" corredor da Tupi, que Luiz já havia passado naquele lamentável dia de 1952... Quem diria que a sua vida seria resolvida por causa de uma safadeza de um garoto? Pois é! Luiz, desta forma, entrava para a projeção da PRF-3 TV.

Sobre o garoto, Luiz até chegou a conhecê-lo, quando este foi pegar seus honorários e se despedir da TV, indo pela última vez na sala de projeção que trabalhava e viu, Luiz, já no seu lugar trabalhando. Infelizmente, para o garoto aquele ato audacioso foi fatal. Já, no caso de Luiz Francfort, já era outra história. Porque assim começava a grandiosa carreira deste radialista, daquele garoto, um pioneiro por detrás das câmeras.

Frei José Mojica 
Mijica qunado ator em Hollywood
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Frei Mojica
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(José de Jesus Mojica) em 1950, as Fábricas Peixe assumem o contrato com Mojica para ele fazer uma espécie de "turnê" pelo Brasil, desde abril daquele ano. E neste meio tempo, participa da inauguração experimental da televisão em 4 de julho do mesmo ano e depois canta novamente na inauguração oficial, no dia 18 de setembro de 1950. Assim, as Fábricas Peixe tornam-se o primeiro patrocinador da televisão. Na época, Hebe Camargo disse ao Diário de São Paulo:
"Observadores indicaram que cerca de dez mil pessoas viram a imagem e ouviram o canto de Frei José Mojica, diante de monitores de televisão, transmitidos do auditório do Museu de Arte de São Paulo, na noite de 4 de julho de 1950."
Mojica compôs tangos e boleros famosos mundialmente, como "Dos Sapatos", "Solamente Una Vez" e "Besame" (que foi uma das músicas cantadas na inauguração de nossa televisão por ele).

Anos 50 do século XX
O período dos "Anos Dourados"

Introdução
Os anos 50 foram marcados por grandes avanços científicos, tecnológicos e mudanças culturais e comportamentais. Foi a década em que começaram as transmissões de televisão, provocando uma grande mudança nos meios de comunicação. No campo da política internacional, os conflitos entre os blocos capitalista e socialista (Guerra Fria) ganhavam cada vez mais força. A década de 1950 é conhecida como o período dos "anos dourados".

Principais acontecimentos dos Anos 1950

Esportes

Realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 1950. O Uruguai sagrou-se campeão após vencer a seleção brasileira, em pleno Maracanã, pelo placar de 2 a 1.

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) organiza o primeiro Campeonato Mundial de Formula 1, em 1950.

Em fevereiro de1951, começam os primeiros Jogos Pan-Americanos. O evento esportivo ocorre na Argentina.

Realização das Olimpíadas de Helsinque na Finlândia (1952).

A Alemanha torna-se campeã da Copa do Mundo de Futebol na Suíça (1954).

Juan Manuel Fangio torna-se bicampeão mundial de Formula 1.

Em 29 de junho de 1958, o Brasil torna-se, pela primeira na história, campeão da Copa do Mundo de Futebol. O evento ocorreu na Suécia.

Ciência e Tecnologia

Em 1957, o Sputinik II coloca em orbita da Terra o primeiro ser vivo, a cadela Laika.

Comunicações

A TV Tupi, inaugurada em setembro de 1950,  é o primeiro canal de televisão da América Latina.

Lançamento do primeiro satélite, o Sputinik I (1957).

Guerras e Conflitos

Começa a Guerra da Coréia em 25 de junho de 1950. A guerra termina em 27 de julho de 1953.

Em plena Guerra Fria é assinado, em 1955, o Pacto de Varsóvia (tratado de defesa militar que envolvia os países socialistas do leste europeu, comandados pela União Soviética).

Em 1959, ocorre a Revolução Cubana. O líder da revolução, Fidel Castro, torna-se presidente de Cuba.

Começa, em 1959, a Guerra do Vietnã.

Cultura e Arte

No dia 20 de outubro de 1951, é inaugurada a I Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Política

Em 6 de fevereiro de 1952, Elizabeth II torna-se rainha da Inglaterra.

Em 24 de agosto de 1954, ocorre o suicídio do presidente do Brasil Getúlio Vargas.

Em 16 de setembro de 1955, um golpe militar na Argentina tira do poder o presidente Juan Perón.

Em outubro de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) é eleito presidente do Brasil.

Economia

Criação da empresa estatal Petrobrás, em 1953.

Assinado o Tratado de Roma, em 1957, estabelecendo a Comunidade Econômica Européia (CEE).

Música

Com muito rock e um estilo dançante, Elvis Presley começa a fazer sucesso em 1956.

A estilo musical brasileiro Bossa Nova começa a fazer sucesso. Os maiores representantes deste movimento foram: Tom Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto.

No final da década de 1950, é formada a banda de rock Beatles.

Textos adaptados:
de Fernando Morgado,
Sites
Jaime Muller
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